TV Globo inaugura transmissões jornalísticas no formato HD

Depois de RedeTV!, Band, Record, Gazeta e TV Cultura, a Rede Globo de Televisão, passou a transmitir os telejornais em HDTV desde segunda-feira, 02/12. A maior rede de TV do país passa a ter cerca de 80% de sua programação transmitida em HD.
Por ser a maior emissora do país e por ter dezenas de emissoras filiadas gerando conteúdo jornalístico, era esperado que a transição fosse lenta e que os telejornais da rede somente começassem a transmitir em Alta Definição agora. O resultado foi bem-feito. Praticamente toda a escalada do Jornal Nacional foi transmitida em HD, inclusive com entradas ao vivo e aereas no novo formato.
Todos os telejornais de transmissão nacional da rede estão no novo formato: Bom-Dia Brasil, Globo Notícia, Jornal Hoje, Jornal Nacional e Jornal da Globo. Mas a preparação começou antes. Os telejornais locais do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Brasília, Recife entre outras, já estavam em HD há cerca de duas semanas. E dois meses antes, os programas esportivos do Globo Esporte do Rio e São Paulo já estavam no ar com a máxima resolução.
Segundo a emissora, em reportagem veiculada no Jornal Nacional, foi necessária uma grande readequação ao novo formato, com a troca de equipamentos, cenários, softwares de edição, links de comunicação e servidores de armazenamento, além de recursos gráficos que tiveram de ser adaptados.
Para quem tem televisão digital é uma grande notícia, pois agora vemos que a boa parte da programação televisiva no país em todos os canais que transmitem o sinal digital são produzidos para os modelos de televisão novos, o que pode acelerar o processo de transição da TV analógica para a Digital.

Rede Globo debuta no HDTV em jornalismo com as eleições

Em 7 de junho, publiquei um artigo criticando o conteúdo em alta definição da Rede Globo de Televisão. Parece que a Globo resolveu reagir em um evento importante do jornalismo nacional: as eleições municipais. Nos municípios onde houve debates no primeiro e segundo turnos e já possuiam emissoras com transmissão em HDTV, esta tecnologia foi utilizada, e ao vivo. O último debate entre José Serra e Fernando Haddad em São Paulo, transmitido no último dia 26 de outubro, foi em HDTV na íntegra.

Direto do Rio de Janeiro, os jornalistas William Bonner, Alexandre Garcia e Marcio Gomes apresentavam a cobertura das eleições municipais com o resultado das apurações e pesquisas de boca de urna, em inserções durante o Domingão do Faustão, sendo que a maioria delas foi transmitida em HDTV. Entretanto, o Domingão do Faustão, por ter sido gerado em São Paulo, estava sendo transmitido na definição padrão, também ao vivo. Também não foi em HDTV a cobertura local. Em São Paulo, a cobertura local foi apresentada por Cesar Tralli, do estúdio do SPTV, porém em definição padrão.

“Padrão Globo de Qualidade” some na TV Digital

Se você assiste a Rede Globo pela TV Digital vai se irritar um pouco. Apesar de ser a maior emissora de Televisão do País, com a maior audiência e a maior defensora do padrão nipo-brasileiro, existe uma grande variância de padrões de imagem em sua programação.

Um dos programas que mais exemplificam essa discrepância é o Domingão do Faustão. Se o programa é gravado no Rio de Janeiro, é transmitido em HDTV, mas se gravado em São Paulo, é transmitido em SDTV. E o que é mais intrigante, é o fato de a sede paulista da Rede Globo ser um prédio moderno e construído em 1999, o que permitiria a rápida instalação de equipamento moderno, e no entanto, QUASE NENHUM PROGRAMA DE ESTÚDIO GERADO EM SÃO PAULO É PRODUZIDO EM HDTV. E há programas de difusão nacional que são gerados na capital paulista como o Programa do Jô, Altas Horas e Bem Estar (único programa de estúdio gerado em São Paulo com transmissão em HDTV ao vivo). Além disso, muitos outros programas de estúdio gravados no Rio de Janeiro, como o Caldeirão do Huck, Vídeo Show, Esquenta e Mais Você, TV Xuxa, Big Brother Brasil entre outros que são ainda produzidos em SDTV.

QUASE NENHUM PROGRAMA DE ESTÚDIO GERADO EM SÃO PAULO É PRODUZIDO EM HDTV.

Em relação ao jornalismo, é perfeitamente compreensível manter o padrão SDTV para todos os telejornais devido à capilaridade da rede, mas um programa como o Fantástico ou Globo Repórter, em que a maioria das matérias são produzidas durante a semana, apenas eventualmente haver conteúdos em HDTV é no mínimo um desrespeito a quem investiu e acreditou na proposta da TV Digital, que a mesma Globo tanto defendeu. E o uso do novo padrão deve também ser um incentivo a produções próprias, como o elogiado pela crítica Profissão Repórter.

A mesma crítica se aplica à dramaturgia. Diversas produções em andamento na emissora, ainda são produzidos em SDTV, sobretudo humorísticos, como A Turma do Didi, Os Caras de Pau e Zorra Total. As novelas estão todas em HDTV, mas houve uma demora para que todas as produções sejam feitas usando o novo padrão. Primeiro foi o horário nobre, ainda em 2007, depois o horário das 18 horas em 2009, seguida do folhetim Malhação em 2010 e por fim, o horário das 19 horas em 2011. Cinco anos para todas as novelas da Globo estejam produzidas sob o novo padrão de imagem.

Enquanto isso, nas outras emissoras, o conteúdo em HDTV já é produzido em larga escala, sendo que boa parte da programação da concorrência já é produzida assim.

A explicação lógica é que, pelo tamanho da emissora, a transição para o HDTV seja feita de forma lenta e gradual, acompanhando a evolução da audiência digital. Mas já se passaram mais de 5 anos da TV Digital e os avanços foram até então tímidos e a concorrência anda produzindo muito mais conteúdo voltado para a TV Digital. A Globo vai ter de correr atrás do atraso, pois daqui a pouco será 2017 e a audiência total da TV será digital.

Os novos reclames

Quando o saudoso Chacrinha dizia “Roda e avisa“, chamando o intervalo comercial, não poderia imaginar que hoje, a propaganda brasileira saltou em produção para um nível internacional. E para a alegria dos amantes dos ditos reclames, a propaganda brasileira também está chegando, mesmo que timidamente à TV Digital. Para quem ainda não chegou à era da TV Digital, nada mudou, mas para quem está vendo seus programas de TV em HDTV percebeu que algumas propagandas passaram a encher a tela, ou seja, passaram a também ser produzidas em HDTV.

Antes apenas veiculadas em horário nobre, agora os comerciais em alta definição podem aparecer a qualquer hora, em qualquer canal, mesmo que o programa onde está inserido não esteja em HD.
Em São Paulo também ocorreu a primeira propaganda eleitoral em alta definição da TV brasileira, quando Gabriel Chalita fez sua explanação pelo PMDB. Imagine se a moda pega…

As novelas estão mudando

Este ano, vemos na Rede Globo um aperfeiçoamento técnico em sua teledramaturgia de novelas. Atualmente as três novelas em exibição na emissora são transmitidos em HDTV. A diferença é que agora estão usando a tecnologia cinematográfica para a produção. Usando de recursos de fotografia e os mesmos modelos de câmeras usadas no cinema, a Rede Globo deu a suas novelas, que é uma das paixões televisivas do brasileiro, um padrão de exportação a suas produções.

Se observar atentamente para as cenas de Amor, eterno amor, Cheias de charme e Avenida Brasil vemos alterações na iluminação das cenas, alguns traços característicos e uma maior riqueza de detalhes, além, é claro, do aspecto de telecine imposto pelo aparelho cinematográfico utilizado no registo das cenas. Interessante observar que este recurso melhora significativamente a qualidade da produção, dando a ele uma aparência mais plástica, mais artística.

O uso de recursos cinematográficos em produções televisivas deixou de ser custoso, graças a própria tecnologia digital. Antes, nas décadas de 1960 e 1970, utilizava-se o filme em tudo, até mesmo nas produções jornalísticas, onde as reportagens usavam filmes de cinema. Com a utilização do videoteipe na TV brasileira, a situação mudou. O custo de produção teve uma significativa queda, permitindo ao diretor da produção um ganho de desempenho em função do tempo e dos trabalhos de pós-produção. Foi aí que a novela brasileira explodiu.

Muito se questionou a respeito da diferença qualitativa de imagem das produções brasileiras e as similares europeias e estadunidenses. Mas a razão pela escolha do videoteipe nas produções brasileiras de teledramaturgia pode ser resumido em duas palavras: custo e escala. Pela quantidade de produções simultâneas (três novelas diárias, seriados, minisséries, programas humorísticos semanais, etc.), uma tecnologia que tenha uma boa relação de custo-benefício, seria vital para a sobrevivência da teledramaturgia no país.

Mas com a chegada da TV Digital no país, em 2007, foi exigida uma mudança nos padrões de produção empregados. As imagens em alta definição exigiram um aperfeiçoamento técnico tanto da parte de cenografia quanto da parte de maquiagem, figurino e até mesmo a caracterização dos atores teve que ser revista.

Desde o ano passado, todas as novelas da emissora são filmadas em HDTV. Mas desde 2010, com a novela Araguaia, que as novelas são filmadas com tecnologia cinematográfica.

A própria tecnologia do cinema contribuiu para que este modo de filmar fosse utilizado na TV. Hoje, as filmagens não utilizam mais os filmes para registrar as cenas, e sim sensores digitais (a Kodak não teria ido à falência por isso?). Assim, as cenas são gravadas no formato digital, mas mantidas as características de filmagem do cinema convencional (com o filme). Isto reduziu sensivelmente o custo de produção do cinema, e permitiu que a televisão usasse esse recurso.

Não apenas nas novelas, como nas minisseries e seriados a tecnologia do cinema está sendo usada.
Que tal assistirmos a novela, esta noite?

Gostollllso… Gostolllso…

Agora, com a TV Digital aberta, ficou mais gostoso e muito agradável ver televisão. Este artigo vai comentar algumas das coisas bacanas que a TV Digital está trazendo pra gente.

  • HDTV – A riqueza de detalhes das imagens com som vibrante, ao vivo! Perfeito! Nem com um estoque de bombril na antena das TV’s de antigamente seria possível algo igual. A qualidade de imagem é quase o dobro de um DVD na resolução HD e quase o triplo na Full-HD.
  • Tudo Limpo – Em boas condições de recepção, não há como ter interferências. Nem uma orquestra sinfônica de liquidificadores ou uma ventania fantasmagórica seriam capazes de produzir chuviscos e chiados na imagem da TV. Como o sinal é digital, mesmo que parte da informação se perca é possível reconstruí-la. Isso garante que nada além da informação conste na imagem ou no som.
  • O teleguia dos “pogramas da teveluizão” tá lá dentro – Este recurso o pessoal já viu na TV a Cabo. Saber qual programa está passando e qual a próxima atração, não apenas do seu mas de todos os canais. O velho guia de TV  impresso num livrinho cedeu lugar ao EPG (Electronic Programming Guide ou Guia Eletrônico de Programação). Por ser eletrônico, ninguém tem a dor de cabeça ao saber que a Sessão das Dez do SBT só começaria meia-noite, pois a atualização é imediata. Além disso, tem a descrição do programa no guia para saber do que se trata. Há problemas com o horário de verão, e algumas emissoras não preenchem as informações do EPG corretamente, não é, Globo?
  • Vai onde você for – Quer ver o jogo do seu time ou o último capítulo da novela? Tá na mão! Com a tecnologia one-seg, um telefone celular com receptor de TV Digital móvel pode receber um sinal robusto, mas com qualidade de som e imagem para assistir TV a qualquer hora. E até mesmo no estádio de futebol os torcedores levam seus televisores de bolso para rever os lances e sentir-se como comentaristas esportivos, analisando o replay dos lances ou secando o time adversário.
  • Tem pra todo mundo – Todas as TV’s podem receber o sinal digital. As pequeninas (menores que 12″) usam one-seg, as maiores, mais antigas, recebem o sinal SD, e as modernas vão de HDTV. Não importa o aparelho de TV que você tem, o sinal digital é extremamente versátil, pois o sinal digital é dividido em 13 segmentos. Um para o sinal móvel (one-seg) e outros 12 que podem ser alocados de acordo com o programa: um programa em resolução SD precisa de 4 segmentos, um em HD precisa de 8 e um full-HD, dos 12.
  • Mais de um programa num mesmo canal – A multiprogramação é um recurso para transmitir mais de um programa em um mesmo canal. No entanto, pelas normas da Anatel, somente emissoras de TV públicas podem fazer uso deste recurso. Mas vale a pena. Pra quem curte a TV Cultura, não percam os canais Multicultura e UNIVESP que são bem bacanas. As emissoras comerciais só podem transmitir um programa, em formatos diferentes.
  • Agora é interativa – Com a tecnologia Ginga, que está chegando aos novos aparelhos, você vai poder “conversar” com a TV. Imagine saber o resultado das outras partidas em tempo real durante o jogo que você está assistindo ou ainda, saber a previsão do tempo, a sinopse da novela ou do filme, votar em enquetes, enviar mensagens, ou ainda, comprar ou acessar sua conta bancária. Tudo a um contrôle-remoto de distância. Era tudo que o Hommer Simpson queria.