Nando Reis na Festa do BB
Sem Titulo 21/12/2010-12:57
O futebol brasileiro está nivelado por baixo ou não?
Todos Contra Um
Mesmo ao lamentar a perda do título brasileiro de 2010 para o Fluminense, consumado em 5/12, vejo uma situação que em escandaliza e me deixa em temor. Mesmo vendo um jogo de bastidores acusado por adversários para favorecer o Corinthians, ainda acredito que o clube paulista foi sim vítima de uma perseguição feita por clubes adversários e por uma parcela significativa da imprensa esportiva que não tem como mote o profissionalismo em sua cobertura. Uma perseguição que dá ao clube carioca o status de heroi e ao paulista o de vilão neste certame.
É temido por muitos a consolidação de um processo redentor, mesmo que contendo episódios questionáveis, após o rebaixamento em 2007. Um processo que faz cair por terra todas as estratégias até então adotadas por clubes brasileiros até então. Hoje o Corinthians, através de uma estratégia de marketing arrojada e voltada para o maior potencial de faturamento hoje no futebol, que é sua torcida, é hoje o clube brasileiro com o maior faturamento do país, ultrapassando o São Paulo Futebol Clube, e é a marca de clube mais valiosa do futebol brasileiro, ultrapassando o Flamengo. E esta forma de faturamento, similar a de clubes europeus, é o grande temor de seus adversários, pois isto exige um certo grau de transparência administrativa, e poderia tornar inviáveis mazelas que são conhecidas em muitos clubes, em que somente seus dirigentes se beneficiam delas. O grau de sucesso corinthiano somente não é maior devido às dividas herdadas de administrações anteriores.
A administração de Andrés Sanches promoveu uma redenção ao clube paulista. Mas sua ambição e gana pelo poder permitiu a ira de dirigentes de outras agremiações. É sabido de todos que é arquitetada a ida de Ricardo Teixeira para a presidência da FIFA e que Sanches almeja sucedê-lo. Há outros dirigentes peliteando o cargo, como Juvêncio, Koff, e o presidente do Inter. Notória que esta disputa entre clubes, que conta com o apoio de bastidores de pessoas ligadas a estes clubes, emissoras de TV, jornalistas, fez com que se criasse uma cortina de fumaça, institucionalizando a disputa. Quando houve o apoio da CBF ao estádio do Corinthians, e este foi o escolhido para a abertura da Copa de 2014, esta guerra se tornou um complô ideológico para tornar o Corinthians, o inimigo público número 1 do Futebol Brasileiro. Se havia uma motivação em jogar contra o Corinthians, era ampliada pelos cartolas. Se havia um lance polêmico que favoreceu o Corinthians, era visto como uma manobra de manipulação de resultados para ajudar o clube a ser campeão. Poucas foram as vezes em que enalteceu algum lance polêmico no qual o clube paulista fora prejudicado. Não podemos provar se erros da arbitragem foram intencionais ou não, mas havia uma inclinação forte da imprensa esportiva em tratar erros de arbitragem pró-Corinthians como sendo manipulações de resultados.
Conquistar um título importante no ano do Centenário seria a consolidação de um processo redentor que teve início em 2008, após a queda à série B. Desde então, houve uma reformulação do clube e uma mudança na estratégia mercadológica, tendo como foco o torcedor. Lojas temáticas foram abertas, houve um crescimento de produtos licenciados, a implantação de um sistema de sócio-torcedor, e uma negociação mais agressiva de patrocínio e direitos de imagem, inclusive tendo o maior contrato de patrocínio com a Medial Saúde em 2008, mesmo estando na série B. Pela primeira vez, jogos de um clube na série B, tiveram direitos de imagem iguais aos de clubes da série A, com jogos transmitidos em horário nobre e com recordes de audiência. As finais da Copa do Brasil mesmo com o revés para o Sport, e a partida contra o Avaí em 25/10/2008 foram as partidas de futebol com as maiores audiências em televisão naquele ano. Em 2009, com o patrocícnio da Hipermarcas e do Grupo Silvio Santos, juntamente com a contratação de Ronaldo, 2009 propiciou ao clube paulista o status de mais patrocinado do país. Com os títulos paulista e da copa do Brasil naquele ano, o clube alcançou seus objetivos para o ano seguinte, seu centenário, com 6 meses de antecedência. Em 2010, foi eliminado precocemente da Libertadores e lutou até a última rodada com chances de título, mas acabou em terceiro lugar e sem obter título algum.
Houve neste período momentos de conflito, como o ocorrido com a diretoria do São Paulo, na qual o Corinthians decidiu não mais mandar seus jogos no Morumbi. Desde 2008, que o Corinthians não manda seus jogos no estádio do São Paulo. Também houve conflitos com imprensa e o clube dos Treze. A posição antagônica de Andres, pos o Corinthians em rota de colisão com outros clubes.
Voltando no tempo, para 2005, quando o Corinthians venceu o Campeonato Brasileiro, o que muitos atribuíram ao escândalo da arbitragem revelado pela revista Veja, no qual Edilson Pereira de Carvalho foi condenado por manipular resultados de jogos, sendo que alguns jogos cruciais eram do Corinthians ou de seus concorrentes diretos, fez com que dirigentes de outros clubes, sobretudo do Internacional, questionassem o escândalo e seus desdobramentos como um golpe para favorecer o Corinthians. Em 2007, o Internacional entrou com o time reserva contra o Goiás para “entregar” o jogo, e prejudicar o Corinthians, culminando em sua queda para a série B. Foi a primeira grande “entrega” de um jogo para prejudicar um adversário na era dos pontos corridos. Em 2009, o Corinthians foi acusado de “entregar” o jogo contra o Flamengo, evidenciado pelo lance do pênalti em que seu goleiro nem pulou para defender a cobrança em que resultou em gol. Em 2010, Palmeiras e São Paulo foram acusados de entregar seus jogos contra o Fluminense para prejudicar o Corinthians.
Tudo isto desmoraliza o futebol. A briga de interesses por poder e dinheiro, além de jogo sujo, torna o esporte bretão um terreno de intrigas, dando a impressão de que vale tudo para atingir seus objetivos, até mesmo prejudicar seus adversários a todo custo. Este não é o exemplo a ser dado ao nosso povo e principalmente a nossa juventude. Estas mazelas, que se assemelham a histórias de um folhetim, não contribuem para moralizar o esporte e também o país.
Corinthians X Vasco
A Retórica E A Vanguarda
Chegamos a uma época em que o debate de ideias nos recai ao dilema de aceitar uma proposta sem objeções ou rejeitá-la categoricamente. O que influi em uma ou outra atitude é o grau de conhecimento que se tem do tema debatido, pois o conhecimento amplia a capacidade de observar alternativas, e antever suas consequências, analisando suas relações de causa e efeito. Em muitas das questões abordadas, temos dois grupos antagônicos: os retóricos, que defendem seu ponto de vista sem ter como base todos os argumentos lógicos, críveis e plausíveis possíveis, e os vanguardistas que contestam este ponto de vista procurando responder os retóricos com argumentos lógicos e embasados em afirmações pautadas pelo senso crítico e por bases de conhecimento atualizadas.
Porém vemos que o debate é permanente, pois o conhecimento é formado por informações que se atualizam permanentemente, e isto faz com que um argumento que era considerado válido em uma determinada época, deixe de sê-lo, tempos depois. Teorias permitem criar cenários que comprovam se esta é uma afirmativa válida ou não. Mas nem sempre uma teoria pode ser comprovada, apenas contestada, baseando-se em argumentos que contestam os argumentos utilizados para que uma teoria seja considerada válida. Esta relação teórica e filosófica permite explicar o que é uma pessoa conservadora e retórica: se ampara em uma teoria que mesmo deixando de ser válida, é por ela defendida, desprezando os argumentos contrários que a contestam. Uma pessoa vanguardista pode se tornar retórica, quando não admite que novas ideias venham a contestar suas ideias defendidas anteriormente, pois não permite que novos argumentos venham enriquecer ou mesmo mudar sua opinião diante de uma questão levantada.
Muitos grupos em nossa humanidade possuem comportamento retórico e ortodoxo, pois estes em vez de adaptar suas culturas a novos tempos mumificam-nas, embalsamando-as em ideias e argumentos defasados e já contestados. A estes grupos, foi-lhes abdicado o senso crítico, impedindo-lhes de questionar e contestar ideias, sob a denominação de dogmas. As organizações religiosas são exemplos do pensamento ortodoxo, mas a razão desse pensamento está mais na defesa da tradição do que ausência de interesse em propor novas ideias. Grupos não religiosos, sobretudo os políticos, por sua vez, a razão da retórica está na defesa de seus interesses, em contraposição aos interesses de grupos que se opõem a suas ideias. Estes grupos político-ideológicos alegam que seus argumentos são os alicerces que mantem vivas suas ideologias. Como os conceitos defendidos pelos retóricos já estão inseridos dentro de um contexto já estabelecido (status quo), uma possível contestação destes conceitos provocam uma reação agressiva por parte de seus adeptos. Além disso, há uma tendência natural das pessoas em tomar para si teorias e mesmo sem questioná-las, aceitá-las e defendê-las, por uma questão de lealdade ou identificação ao grupo ideológico que defende tal teoria, tornando-os ainda mais retóricos, pois estes nem mesmo sabem a razão de defendê-la.
O conflito ideológico entre o velho e o novo sempre fez parte das correntes do pensamento humano, e graças a estes conflitos, temos uma base de conhecimento, ampla, diversificada, abrangente, e em alguns casos, conflitante e ambígua. O que não pode deixar de existir é a opinião e o debate, que funcionam como tentativas de se chegar à luz da verdade, por diversas tentativas de se obter êxito. Por isso, a contestação ideológica é saudável, pois visa mostrar um ponto de vista divergente que produza uma realidade mais plausível e humanamente aceita por todos. E para que este debate exista, é necessário que exista o senso crítico, a capacidade de questionar uma ideia, de contestá-la. E é claro, que o senso crítico precisa ser estimulado por meio da reflexão e do debate. Nas escolas temos a possibilidade de desenvolver o senso crítico, de desenvolver nossa reflexão de ideias, o que permite não apenas ter contato com ideias, mas discutí-las, questioná-las, e até mesmo contestá-las, apresentendo os argumentos que justifiquem sua contestação. Mas a realidade que vivemos inibe tal prática, ora por métodos rígidos e inadequados de ensino, ora por uma cultura que privilegie a cega aceitação de uma ideia, em vez de uma postura crítica diante dela.
Por fim exautemos a postura dos vanguardistas, que desbravam o universo do conhecimento e apresentam novos caminhos a seguir. A postura crítica e ativa permite a eles, mesmo enfrentando a oposição dos retóricos, que tem em alguns casos, o apoio dos neutros, trazer uma nova realidade, mudando perspectivas e transformando pessoas e o mundo.
Teorias Conspiratórias Futebolísticas
Com o desenrolar dos acontecimentos futebolísticos, sendo o fato mais recente a eliminação do Palmeiras da Copa Sul-Americana para o já rebaixado Goiás, irei tecer uma série de teorias conspiratórias que podem ocasionar mais uma reviravolta no Campeonato Brasileiro de 2010. Acompanhem a seguir:
- 37ª Rodada:
- Cenário:
- Com a derrota do Palmeiras, os jogadores terão de provar que o time não é de derrotados. Felipão cogita utilizar os titulares nos jogos seguintes, contra Fluminense e Cruzeiro e há uma possibilidade maior de um resultado indefinido.
- Guarani pode ser o fiel da balança: tudo dependerá de uma vitória sobre o Grêmio, em Campinas. Se perder, sai de cena.
- Cruzeiro enfrenta o Flamengo no Rio. Flamengo já está livre da degola, mas luta por uma vaga na Sul-Americana.
- Mesmo sem Ronaldo, Corinthians enfrenta Vasco no Pacaembu. Como o Vasco é rival do Fluminense e não almeja nada neste campeonato, pode jogar sem ânimo de vitória.
- Prognósticos:
- Provável empate entre Palmeiras e Flu, Flamengo e Cruzeiro, Vitória do Corinthians e do Guarani. Corinthians volta a liderança.
- Cenário:
- 38ª (e última) rodada
- Cenário:
- Se os prognósticos da rodada anterior se confirmarem, Fluminense passa a depender do resultado do jogo do Corinthians contra o Goiás.
- Se o Goiás vencer bem a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, certamente entrará em campo com time reserva e sem nenhuma pretensão contra o Corinthians, o que lhe dá ao visitante uma grande possibilidade de vitória.
- Se o Guarani chegar à última rodada com chances de escapar da degola, jogará sua vida contra o Fluminense.
- Se o Cruzeiro não tiver mais chances de título, a partida contra o Palmeiras será irrelevante.
- Prognósticos:
- Vitória do Corinthians e do Cruzeiro, empate do Flu. Título do Corinthians.
- Cenário:
É apenas uma teoria hipotética, mas bem plausível, pois considera-se também o ambiente externo em que se encontram estes clubes.
Sem Titulo 23/11/2010-0:17
Mix do Kazzttor (Novembro de 2010)
Playlist:
01. Nadia Ali – Rapture (Avicii New Generation Extended Mix)
02. Afrojack feat. Eva Simons – Take Over Control (Extended Vocal Mix)
03. Inna – Amazing (Extended Version)
04. Enrique Iglesias – I Like It (Chuckie Remix)
05. Flo Rida feat. David Guetta – Club Can’t Handle Me (Stan Courtois and Felly X-centrik Remix)
06. Fatboy Slim Vs. Duck Sauce – What The Barbara Streisand (Inphinity Bootleg)
07. Steve Angello & An 21 – Samba De Valodja (Simon De Jano Bootleg)
A Triste Fôrma Da Intolerância Precisa Ser Quebrada
Presenciamos nos últimos dias, atos que afrontam a liberdade de sermos diferentes. Seja pela origem, raça, orientação sexual, vimos atos que tinham como tônica desde palavras rudes a ações violentas que deflagraram em nossa sociedade nossa face mais vil e cruel. O preconceito contra nordestinos, proferidos no Twitter, passando por fundamentalismo religioso, até culminar com atos de violência contra homossexuais em São Paulo e no Rio de Janeiro e assassinatos de mendigos no nordeste, abrem o debate para a causa da intolerância, seja de autoria de nefastos grupos neonazistas, ou até mesmo de instituições como a Faculdade Mackenzie, nos casos mais graves de homofobia dos tempos recentes. É uma realidade crítica e esta é consequência da ausência de senso crítico, que é o fator que nos permite uma percepção mais lúcida dos fatos, e tudo isso foi agravado pela insipiência dos candidatos durante a campanha eleitoral no Segundo Turno.
Quando não há senso crítico, todas as ideias, incluindo aquelas que não se amparam em valores éticos, acabem por ser consideradas como verdades. Já havia, em um artigo anterior que escrevi sobre a verdade, debatido sobre os valores que a permeiam, sendo esta ampla e irrestrita, abrangente a ponto de ser aceita por todos. Mas o senso crítico permite também contestar verdades perenes, que são aquelas que são aceitas num determinado tempo e espaço. Exemplos de verdades perenes eram termos como Feudalismo, Nazismo, Facismo, Escravismo, que eram verdades até então aceitas, num tempo e espaço definidos, mas que foram superadas por outras, que contemplavam uma gama de valores mais abrangentes e mais críveis por outros. Inclusive algumas verdades tiveram de se atualizar aos tempos para que pudessem continuar sendo aceitas, como o Cristianismo, por exemplo. Mas estamos vendo uma deturpação da verdade, com uma interpretação manipulada, para atender aos anseios e requisitos de alguns grupos. Se a verdade é única, qual a razão de interpretá-la a seu modo? O que querem com essa interpretação dúbia é confundir os incautos, e espalhar fatos caluniosos, tendo como base fatos verdadeiros, sendo uma prática nazista muito bem empregada para espalhar o ódio contra determinados grupos de pessoas. E a ausência de senso crítico, permite que essas falácias sejam aceitas como verdades, pois não são debatidas e contestadas.
O ódio é o sentimento de defesa que temos contra algo que nos impõe ameaça. E quando este ódio provém do preconceito, temos o mais primitivo e egoísta sentimento ilusório: a ignorância. As pessoas devem entender que existe uma realidade ampla, e que esta deve ser analisada com enfoque crítico e racional, observando o ponto de vista de todas as partes envolvidas até que haja um consenso. A ignorância se dá quando uma ou mais partes envolvidas não são consideradas no embasamento de seu argumento, tornando-o parcial. Ignorar pontos de vista de um fato não é apenas injusto, mas covarde. Covarde pois não oferece à parte excluída, o direito de participar do debate. A ignorância truculenta que recai sobre algumas mentes pensantes neste país joga a opinião pública em uma zona de conflito, o que é pertinente a certos grupos de nosso país que desejam poder a resolver questões importantes.
Em razão disso, é preciso encampar em uma luta. Uma luta contra esta injusta realidade onde as verdades são corrompidas, por mesquinhos ideais preconceituosos. Como se as pessoas pudessem ser moldadas em uma fôrma, a qual sejam forçadas a agir pensar e ter características iguais entre si. Mas assim como é nossa impressão digital, somos todos diferentes e agimos, pensamos e temos preferências diferentes. Vamos quebrar a forma do preconceito. As pessoas precisam ter o direito de ser diferentes e ter essa diferença respeitada.
Sem Titulo 6/11/2010-1:32
Mix do Kazzttor (Outubro de 2010)
Set realizado em 31/10/2010.Playlist:
01. Tiko’s Groove feat. Gosha – I don’t know what to do
02. Example – Kickstarts (Afrojack Remix)
03. B.o.B feat. Bruno Mars – Nothing On You (Fabian Gray & Emanuele Remix)
04. Mohombi – Bumpy Ride (Chaosz Bootleg)
05. Yolanda Be Cool & DCup – We No Speak Americano (Alvaro Rework)
06. Stromae Vs Dance Allstars – Alors On Danse (Djs From Mars Fm Remix)
07. The Prodigy vs. Rune vs. Bart B More – Feels like my omen zone (Pedro Henriques In The Zone edit)
08. Pocket808 & Eurythmics – Sweet Ghostship (Housejak’s Valodja Re-Edit)
09. Swedish House Mafia feat. Pharrell Williams – One Your Name (Main Version)
10. Round Table Knights – Belly Dance (Mowgli Remix)
11. Afrojack feat. Eva Simons – Take Over Control (Apster Remix)
12. The One Hundred – Break Me Down (Bellatrax Remix)
13. Mr. Jam Feat. Wanessa – Falling For U (Mr. Jam Piano 12 Extended Mix)
A Verdade
Muito se discute em torno da verdade. Muitas vezes entendida como fato supremo ao qual não há contestação. Temos ao nosso redor diversas verdades, muitas delas cruéis às ideologias, muitas delas exclusivas a determinados grupos. Mas a verdade é suprema, é absoluta, é irrevogável. Todos nós somos sensíveis à verdade. Pois ela e justa e primordial, para termos um norte, uma orientação e um caminho a seguir.
Porém muitas pessoas se dizem donas da verdade, o que é impróprio, pois esta deixa de ser verdade e se torna mentira, pois é manipulada de modo a defender que se apropriam dela ou contestar aqueles que se opõem a seus interesses. Cortam-se termos, mutilam-na, tornando-as meias-verdades. A verdade é abrangente a ponto de se não se ater a uma palavra ou uma frase, mas ser profunda e abrangente como uma biblioteca de livros.
A interpretação da verdade é algo absoluto. Pois o que faz a uma proposição ser crível ou aceitável é à base de conhecimento e sabedoria de quem a analisa. Neste aspecto, o debate se faz necessário para que das conclusões obtidas, se tenha uma verdade.Mas por mais que uma proposição seja discutida, sempre haverá uma opinião dissonante. Assim, nunca teríamos de fato a verdade, pois esta é absoluta. O que temos de fato são idéias que são críveis e aceitas pela maioria das pessoas, o que podemos convencionar que são verdades.
Todos nós temos uma base de conhecimento e sabedoria. Ora obtida de forma testemunhal ou experimental, nosso conhecimento está intimamente ligado ao universo que nos rodeia. Isto nos faz seres sapientes e que exercitam permanentemente o ato de aprender.
Não podemos julgar uma verdade absoluta. Pois o universo que um indivíduo obteve difere do universo de outro. Assim temos um impasse. Pois um consenso de verdade sempre será contestado por uma voz dissonante, e isto faz com que inexista a verdade.
Este consenso somente existirá quando o exercício de aprender deixe de ser uma ação incremental, para uma ação racional de avaliação, crítica, substituição de valores incompatíveis com normas até então aceitas, para ceder lugar a novos valores universais e que permitam a aceitação de todos. O grande impasse desta nova verdade são os donos nas velhas verdades que já não servem a uma sociedade tão plural e tão heterogenia. É preciso consolidar novos valores e princípios que atendam aos requisitos de respeito ao próximo e suas individualidades, harmonia, respeito à vida e à sociedade. E isto é um choque para diversos grupos hegemônicos, pois fomenta o estabelecimento de uma nova ordem auto-gestora, onde os Homens seriam livres e não dependeriam de Hierarquias para que sejam definidos seus papéis na sociedade. Isto reduziria a concentração de poder e influência e permitiria uma redução de conflitos, pois o poder seria igual para todos. É evidente que a figura do líder ainda existiria, mas como um mediador, cuja função é mostrar um conjunto de caminhos viáveis a seguir.
Assim, chegamos à conclusão de que a verdade é fruto do diálogo franco e aberto, criador de valores universais e excluído de valores que atendam a interesses de alguns, privilegiando e segregando pessoas. Pois a verdade, reitero, é universal e irrevogável.
Segundo Turno
O Crítico
O assunto de hoje tem a ver com uma discussão que levantei no Twitter (http://twitter.com/#!/kazzttor/status/26485286837) em 05/10 e acabou se estendendo à minha página no Facebook (http://www.facebook.com/kazzttor) por conta de um comentário que fiz sobre a bancada religiosa no Congresso Nacional Brasileiro. O debate saltou de uma rede social para outra, pois há uma sincronização entre as duas redes. Fui duramente criticado por alguns amigos, frente ao meu comentário, pois estes seguem suas religiões e de fato, consideraram o que comentei uma injúria. Eu considero as críticas totalmente enriquecedoras, pois propiciam um debate franco, aberto e permite a todos compreender todos os pontos de vista abordados, os prós e os contras de bancadas que defendem interesses de grupos no Congresso. Criticaria da mesma forma, a bancada das armas, a ruralista, a evangélica, a da bola e tantas outras que tornam nosso congresso uma fogueira de vaidades em vez de promover um país justo, que respeite a todas as etnias, todas as crenças, todas as opções sexuais, em suma, todo o povo brasileiro.
Não devemos, entretanto, observar a situação somente com seu embasamento sócio-ideológico, marginalizando aqueles que não seguem sua doutrina ou sua filosofia de vida. Uma visão humanista e mais ampla se faz necessária. O enfoque a ser abordado não é o que essas bancadas agregaram ou desagregaram, mas sim, que um parlamentar foi eleito para governar e criar leis que atendam aos anseios de toda a população, sem distinção de raça, credo, classe social ou orientação sexual. Precisamos rever nossos conceitos (inclusive os meus) e ver a situação como um todo e não apenas sob um ponto de vista apenas.
Uma das questões que estão em discussão nesses dias é sobre o aborto. Sob o ponto de vista humanista, uma pessoa tem o direito de fazer o que bem entender, inclusive de interromper uma gravidez indesejada, desde que este ato não desrespeite os valores fundamentais como o respeito ao próximo e à vida. Isto se as circunstâncias dadas sobre o ocorrido fossem de fato, inevitáveis. Mas há uma incoerência neste livre arbítrio, se esta ação se decorrer de um ato anterior cometido de forma irresponsável. Sabemos que há uma corrente feminista que defende a legalização do aborto, mas não concordo com ela, pois além de radical, infringe ao direito universal da vida. O mundo é sexista o qual se opõe a uma sociedade, como a nossa, que é moralista e hipócrita, o qual vê um movimento mais liberal como uma ameaça “à moral e aos bons costumes”. A minha oposição ao aborto (eu já fui a favor) se dá porque há métodos contraceptivos muito eficientes e que uma gravidez indesejada ocorre mais por falha das pessoas envolvidas do que um simples equívoco ou acidente. Pois existe informação, existe incentivo à prevenção, mas o moralismo e o pudor existentes são entraves que tornam essa falha freqüente. Este é apenas um exemplo de uma opinião que poderia ser contestada, não com argumentos sólidos e abrangentes, mas com argumentos baseados em aspectos morais e religiosos.
Não critico a religião em si. Todos precisam crer para seguir adiante. Mas é preciso ver que foi o homem, e não as divindades, quem estabeleceram seus parâmetros, suas regras, e que estas foram criadas de acordo com um panorama social e histórico. Porém, estes panoramas mudam de acordo com os tempos de acordo com as necessidades que o Homem almeja, e os recursos que ele dispõe e obteve com a sua evolução tecnológica e social. Sabemos que os parâmetros elementares estão em seus livros fundamentais (Bíblia para os Cristãos, Cabala para os Judeus, Alcorão para os Muçulmanos, etc.) que não devem ser descartados, pois seus registros históricos denotam uma tradição que deve ser mantida. Mas a interpretação destas palavras não deve ser literal, pois alguns dos conceitos abordados naqueles tempos não são compatíveis com a atualidade e também com os princípios primordiais de conduta ética e respeito aos seus semelhantes. A interpretação destas palavras deve ser transposta aos novos tempos, mantendo a essência de seus ensinamentos.
É preciso conscientizar as pessoas sobre o mal de viver de forma irresponsável, assim como de defender radicalmente sua ideologia de forma a impor seus conceitos sobre opiniões dissonantes. Respeitar o pensamento alheio é também respeitar o próximo e viver em harmonia com ele.
Sou cristão e a história de Cristo é fascinante. Pois ele fez como muitos que hoje são massacrados por pensar diferente. Ele mostrou um novo caminho, mostrou que é sim, possível, respeitar as diferenças, que é possível ver o próximo como irmão, mesmo pensando e agindo de forma diferente do que ele pregava. E foi cativando a todos, pois acolheu os excluídos.
Assim, concluo este texto solicitando a todos que se desarmem do pudor, da indiferença, das doutrinas que nos impedem de debater temas polêmicos, para o prol de todos e não para impor uma doutrina que nem todos seguem.
Sem Titulo 6/10/2010-23:13
Eleições 2010: a reta final e os debates
Sem Titulo 6/10/2010-23:12
Brasileirão 2010: emoção até o fim
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Sem Titulo 6/10/2010-23:5
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Futebol: esse assunto tão falado
Sem Titulo 21/9/2010-1:50
A imprensa e o poder
Sem Titulo 21/9/2010-1:45
Primeiro post no Gengibre sobre eleições
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