Muito legal ver como a vida da gente mudou tanto de uns anos pra cá. Lembro que há uns 15, 20 anos, não tínhamos quase nada em casa: um rádio com toca-fitas cassete, um rádio-relógio, um rádio de pilha MotoRádio, e uma única televisão marca Mitsubishi, com contrôle-remoto que se encaixava no aparelho e que minha mãe não queria que tirássemos do aparelho nem a pau. Não tínhamos telefone, videocassete, carro, lavadora, freezer (só uma geladeira) ou forno de micro-ondas. Internet e telefone celular nem existiam, e TV por assinatura (era assim chamada a TV a cabo naquela época) só existia em bairros nobres e estava começando. Parabólica só em algumas escolas públicas. Ou comprávamos jornais e revistas ou a comida do mês, eram tempos difíceis. O peão só comprava jornal para procurar trabalho ou quando seu time ganhava um campeonato para pegar o pôster. Teatro só na escola e nas igrejas e cinema era como feijoada: uma vez na vida, outra na morte. Isso ajuda a explicar o fascínio que o brasileiro tem pela televisão. Pois minha situação era igual a da maioria dos brasileiros no início da década de 1990. E naqueles tempos não era difícil comprar uma televisão. E em época de Copa do Mundo, era mais fácil ainda. Foi assim em 1986, quando meus pais compraram a TV Mitsubishi. Sempre é assim.
Muitos fatos vi pela TV. Mas dois deles considero marcantes pelo envolvimento nacional e também por tê-los testemunhado pela televisão. São eles o tetracampeonato mundial de futebol e o impeachment de Collor e que contarei em detalhes em outras oportunidades.
Em apenas 20 anos, o salto tecnológico e a estabilidade econômica nos proporcionaram uma invasão eletrônica em nossos lares. Vou me exemplificar para você ter uma ideia. Em 1995, houve um salto: o telefone, a TV com UHF (pode estranhar, pois a TV dos anos 80 só ia do canal 2 ao 13), o videocassete, aparelho de som com CD. Depois vieram os micro-systems, computador, TV de 29 polegadas, aparelho de DVD, carro e por aí vai… Tudo em casa. Você deve estranhar não ter videogame na história. Há uma espécie de relação conflituosa entre minha família e o videogame. A primeira vez que meu pai trouxe um Atari em 1986, foi obrigado a devolver para a loja pois minha mãe não deixou. O videogame só chegou em casa uns 8 anos depois quando minha tia deu o CCE Supergame pra gente. Mas naquela época as máquinas de fliperama eram muito mais divertidas, e desencanamos. E pela dificuldade de comandos também desencanei de fliperama. 😦
A TV Digital chegou para mim em 2008. Comprei um receptor one-seg USB para ver a final da Copa do Brasil entre Corinthians e Sport e foi um duplo desastre: além de ver o Corinthians perder a final, o aparelhinho foi usado como argumento para ser demitido da empresa. De qualquer forma corri atrás de aparelhos melhores: um receptor full-seg em 2009 e finalmente a TV LCD em 2010. Neste meio-tempo aprendi alguns macetes, que vou passar pra vocês em breve.
Sinto-me hoje ao assistir TV, igual a um menino vendo um episódio de Vila Sésamo em sua pequena TV Telefunken, nos ídos de 73, redescobrindo cada novo tom com surpresa e encantamento.
Sem Titulo 27/2/2012-1:0
Mix do Kazzttor (Janeiro de 2012)
Setlist:
- Crazibiza – Spinning Around (Tommyboy Remix)
- Cobra Starship – Middle Finger (Bingo Players Remix)
- Fedde Le Grand, M.A.N.D.Y, Booka Shade – Body Rum (Arno Cost Bootleg)
- Chuckie – Who Is Ready To Jump (Original Mix)
- LMFAO – Sexy And I Know it
- Alexandra Stan – Mr Saxobeat (Original Mix DRM)
- Sak Noel – Paso (The Nini Anthem) (Extended Edit)
- Javi Mula feat. Juan Magan – Kingsize Heart (Club Extended Mix)
- Global Deejays – Hardcore Vibes (Original Mix DRM)
Quem votou em Geraldo Alckmin?
É nessas horas que me pergunto qual a pessoa, em sã consciência, votaria no PSDB, se pudessem prever o futuro, há dois anos atrás.
Já vi muita coisa na vida e pior que o que fazem na Cracolândia ou que fizeram com Pinheirinho, só o Massacre do Carandiru, em 1992.
O tratamento dado a essa gente humilde e sofrida é de embrulhar o estômago. Tratam-nos como se não fossem gente, como se fossem animais, bandidos ou zumbis de Resident Evil. Não como pessoas, não como iguais. Preferem tratá-las de forma truculenta e covarde.
Vejam a forma de educar dos tucanos, pela dor, não pelo amor. Lei anti-fumo, lei seca, lei da sacolinha… Acho que é preciso haver lei,mas antes é preciso educar. Pelo que vejo com a situação de abandono de nossas escolas, ETEC’s, FATEC’s e Universidades, é mais fácil ser facista que didático.
Nunca vi uma situação em que o governo estadual paulista cravou uma sequência de medidas tão infelizes. Típicas de quem quer revelar a verdadeira face, após ter a confiança alcançada. Isso é mais que traição, é um atentado covarde ao povo paulista, uma afronta à democracia.
Vejam o caso do Pinheirinho. Naji Narras é um mega-especulador e uma raposa velha do sistema financeiro, que é o cenário defendido pelo neo-liberalismo econômico, que por sua vez, é defendido pelo PSDB cujos membros deste são os senhores governador de estado e prefeito de São José dos Campos, que unidos escurraçaram os moradores do Pinheirinho em favor da massa falida da empresa de… Naji Narras! É um círculo vicioso que beneficia poucos para o sofrimento de muitos. Isto é ou não é injusto?
É a mesma injustiça que trata as vítimas do crack como bandidos na cracolândia. É a mesma injustiça que faz você pagar por uma sacolinha que era de graça, sendo que o custo operacional das sacolinhas é imbutido no preço dos produtos que lá compramos. E reduzir os preços esses mercados não fazem!
Vamos parar pra pensar: eu não estou aqui pra dizer o que você deve fazer com o seu voto, isso é problema seu. Mas que é preciso votar com consciência é seu dever. E se você votou neles, você é responsável também por isso, pois eu não votei nessa gente e nem pretendo.
Um papo com a consciência
– Boa noite, amigo!
– Boa noite, como está?
– Vou indo, e você?
– Pareço em paz, mas o senhor parece não estar.
– Você deve ter notado. Tudo para mim parece tão confuso…
– Eu sei disso. Sei de tudo, não precisa dizer. Afinal, somos praticamente íntimos. Penso o tempo todo, e você age, às vezes, sem me consultar.
– Você sabe que sou assim impulsivo, mas você me entende, né?
– Eu compreendo, meu caro amigo. Sou sua consciência, e mesmo você agindo eu reflito o seu ato para que, se errado, não mais o cometa. Isto faz parte do meu ofício, meu caro, e sei que orgulhas do meu trabalho.
– Eu adoro você, consciência. Mas tem momentos que não dá para viver em harmonia contigo. Veja o que me aconteceu. Eu escrevi palavras fortes e sinceras e veja o que aconteceu…
– Eu sei disso, mas é impossível em um mundo tão diverso de ideias ser unanimidade. Tu não cansas de parafrasear Nelson Rodrigues ao dizer que “Toda Unanimidade é Burra”? Não é possível agradar a gregos e troianos, meu filho! Por mais que tente ser uma “Unanimidade Inteligente”, sempre haverá alguém que que irá contesta-la por mais diversos motivos.
– Entendo, mas acho que não é pelo que dizem que fui criticado, mas pelo que sou.
– Muitos de nós temos que assumir a responsabilidade por nossas escolhas, e também pelas posições que almejamos e conquistamos. É possível que o machuquem pelo respaldo e audiência que conquistou. Mas também é possível que a leitura que você fez da realidade não é aquela que eles leem. Não podemos questionar a sabedoria ou ignorância de alguém, apenas podemos contesta-la. Pois cada um de nós adquiriu um conhecimento de algum assunto de uma forma única e pessoal e esta não pode ser questionada por quem quer que seja. Este é um dos maiores erros das pessoas: julgar os atos das pessoas sob sua visão, sem entender como essa pessoa entendeu um fato para agir dessa forma.
– Então, eu estaria errado?
– Não exatamente… Neste caso não havia como considerar certo ou errado e sim, apropriado ou inapropriado. Veja outras pessoas que leram seu texto. A maioria delas concordou com suas palavras, somente estas que não. Vejam a variedade de pessoas que aprovaram e as que rejeitaram suas palavras.
– Todas as que me rejeitaram tinham ideias comuns.
– Conclui-se que para estas pessoas, suas palavras foram inadequadas.
– Pois é. Mas me perdoe, acho que estas não leram minhas ideias da forma como deveriam.
– Mas a leram da forma como elas entenderam, de acordo com os conhecimentos que tem do mundo.
– Acho que são alienadas. Não percebem os problemas que cercam nosso país achando que é apenas luta de classes e politicagem…
– Talvez não seja. Talvez tenham conhecimento teórico e filosófico e o questionam pois o seu conhecimento é prático e empírico.
– Pode ser, mas eles não estariam errados também?
– Se estiverem fundamentados apenas em teorias, sim.
– Acho que as pessoas poderiam ser um pouco mais inteligentes, como disse o Carlos Nascimento no jornal.
– Pode ser, se não perdessem tempo com futilidades como Big Brother e Luiza no Canadá…
– E o Pinheirinho? Fico puto da vida quando milhares de pessoas defendem cães e gatos contra maus-tratos na Paulista enquanto em São José dos Campos centenas de famílias são escorraçadas como se fossem vira-latas…
– Você tem um coração bom, mas muitos dos que protestaram contra maus-tratos contra animais não sabiam o que se passava no Pinheirinho.
– Não sabiam pois a mídia se omite! Não li uma palavra boa que seja sobre o Pinheirinho. Só vi meias verdades e ataques políticos.
– Mas não seria melhor se as pessoas pudessem mostrar toda a verdade que a mídia esconde? As mídias sociais estão aqui para isso…
– Verdade! É hora de escrever sobre isso…
– Mas aqui o senhor não falou tudo?
– Talvez… Talvez…
Que seja o primeiro e único
Juro por Deus que não queria escrever uma letra que seja sobre o BBB. No entanto, dadas às circunstâncias e à conjuntura sócio-política do Brasil neste dado momento, este assunto vem a ser a temática deste artigo.
Num momento em que pessoas se embriagam ao volante e pouco se importam, ou que movimentam céus e terra contra a agressão a uma cachorrinha e no entanto, veem o drama de uma senhora agredida por um agiota ou ainda o trágico cenário de definhação humana corriqueiramente vista nos becos da Cracolândia com cara de paisagem, o Big Brother Brasil é uma amostra da mais dantesca imagem do que se tornou a cultura, o comportamento e a mentalidade do povo brasileiro.
O caso do suposto estupro cometido por um dos participantes a uma colega de confinamento, que estaria bêbada e inconsciente levantou uma série de reações que escancaram as mais torpes e estarrecedoras cicatrizes da sociedade brasileira. Cicatrizes essas que impedem de nos tornar civilizados, empurrando-nos para a barbárie.
A primeira cicatriz é a do moralismo. Um homem não pode se aproveitar de uma donzela, mesmo bêbada, isto seria um estupro, um atentado à moral e aos bons costumes, como se nosso país fosse um povo de puritanos, que se julgam castos e perfeitos a ponto de julgar os atos alheios e ver neles toda a sorte de maldades.
A segunda cicatriz é a do machismo. Ela se ofereceu! Ficou rebolando essa bunda carnuda na frente do cara e ele não resistiu! Fez seu papel de homem que é o do predador sexual, viril, forte, que não deixa escapar as oportunidades, mesmo que de forma malandra e covarde! Veja, caro machão, se estivesse no lugar dele não faria a mesma coisa? E qual o papel da mulher neste caso? Apenas de objeto sexual? De satisfazer ao homem sexualmente, mesmo que não sinta prazer, que não goze, que tenha que sofrer? A maioria dos homens brasileiros foram condicionados a agir dessa forma. Não à toa existe uma velada homofobia que diz que um homem que não faz seu papel de homem, simplesmente não é homem. E a mulher que faz papel de homem é fetiche, desde que não venha “invadir” o território masculino. Já vi muitas lésbicas apanharem de homens por que não admitiam perder suas mulheres para elas, pois se acham acima dos demais, se acham os donos, os chefes, os maiorais.
A terceira cicatriz é a do racismo. EU DUVIDO QUE SE O ENVOLVIDO FOSSE BRANCO TERIA TRATAMENTO IGUAL! (coloco em letras garrafais isso) Se fosse o Alemão que ganhou um outro BBB diria que ele cumpriu o seu papel de macho. Já para esse rapaz, o Daniel, é estuprador, maníaco, bandido. Nunca um negro é visto com bons olhos pela sociedade e também admito que julguei muitas vezes o livro pela capa. As raízes do preconceito imperam e nos impedem de estabelecer no próximo uma relação de confiança. Sempre vemos o nosso compatriota com um olhar malicioso que aumenta conforme escurece a cor de sua pele.
A quarta cicatriz, sendo a mais forte e aberta, é a da hipocrisia. Ela entrelaça todas as demais cicatrizes expondo o nosso vazio de caráter. Uma regra só é válida e aceita, quando esta não nos prejudica. É vergonhoso e inadmissível a admissão da falha, do erro. Acredita-se que Deus é brasileiro e por sermos filhos dessa terra teríamos que ser perfeitos, a nosso modo. Vemos a hipocrisia em todos os lugares. Quantas vezes vimos evangélicos pedindo clemência a Deus nos cultos, mas quando saem de suas igrejas ostentam luxo, falam mal da vida alheia, como se o Deus deles somente o vigiassem dentro de seus templos? Quantas vezes vimos pais e mães dizerem que não tem preconceito contra homossexuais, mas que agridem e expulsam de casa os próprios filhos, quando descobrem que são? Quantas pessoas dizem ser contra a fome e a miséria e no entanto, viram as costas para quem precisa de ajuda? Esse mundo fantasioso de faz de conta, esse formalismo que toma conta da sociedade tornando-a falsa, superficial, quase ficcional nos rumina e nos cospe para uma realidade que custamos a crer: de que nossos problemas estão diante de nossos olhos e não podemos mais fugir deles ou esconde-los.
Muitos dos nossos problemas são heranças do nosso passado. A abolição da escravatura, a independência do Brasil, a proclamação da república, a república velha, o estado novo, a ditadura militar, a vinda da corte portuguesa, o descobrimento, as revoltas duramente reprimidas e outros fatos históricos, se analisados friamente, nos evidenciam os impactos causados na cultura ideológica de nosso povo.
O momento é ideal para um basta. Uma nova consciência coletiva deve surgir para combater a toda essa barbárie que toma conta de nossa sociedade. Um olhar crítico se faz necessário em vez de aceitar tudo o que nos é oferecido.
As “cracolândias” de nosso cotidiano
Desde o final do ano passado, a polícia militar paulista vem empreendendo uma operação permanente na região central da capital paulista, em um local conhecido como Cracolândia, onde o consumo de crack se dava livremente. Centenas de pessoas foram abordadas, traficantes presos, prédios abandonados desocupados, num processo tido como higienista por muitos especialistas. A forte presença policial no local visa reprimir e erradicar o tráfico e consumo de drogas e conduzir os dependentes químicos para tratamento, porém o trabalho ostensivo e até agressivo por parte das incursões policiais está mostrando resultados pouco desejados ao que a sociedade almeja.
O primeiro efeito observado foi a dispersão das pessoas dependentes e traficantes para outras regiões do centro de São Paulo. Antes, essas pessoas ficavam concentradas na região da Praça Júlio Prestes, e com a operação policial se dirigiram a outras regiões. Outro efeito observado foi o aumento da busca por tratamento aos dependentes químicos, porém a estrutura para acolher essas pessoas na região da Cracolândia é insipiente para atendê-los. A operação foi alvo de críticas às autoridades policiais. Ficou evidente que o Governo do Estado de São Paulo ainda considera a questão da droga como caso de polícia, em vez de ser considerado um caso grave de saúde pública. A narcodependência é uma epidemia mundial que não pode ser resolvida apenas com a repressão ao tráfico e ao consumo. É preciso tratar o dependente e também conscientizar as pessoas do risco que os narcóticos trazem às suas vidas.
É importante realizar ações para conter o tráfico de drogas, porém é preciso saber e entender como as pessoas são conduzidas ao vício. O tráfico de drogas só existe pois existem pessoas que tem necessidade de consumir drogas, o que parece óbvio, porém não perfeitamente compreendido pelas autoridades políticas que preferem trabalhar com a repressão do que com prevenção.
A questão da droga não está apenas na Cracolândia. É apenas a ponta do iceberg de um abismo social formado por lacunas que a droga preenche pela ausência do Estado na formação do cidadão. A educação é o primeiro e importante passo para que o cidadão tenha consciência de seus valores e também dos males que todo e qualquer vício podem ocasionar. A formação do cidadão, não apenas cultural, mas social e pessoal, garantem às pessoas estímulos à sua auto-estima e os protegem de ser susceptíveis a qualquer tipo de ato danoso a si ou a sociedade.
O trabalho de comunicação e conscientização permitem a todos o conhecimento pleno do universo da dependência química tratando o dependente como um doente e não como bandido. O trabalho deve ter foco na família tanto dos que estariam expostos ao tráfico como os que já fazem uso de drogas.
Devemos também desmistificar a questão da droga, sem eufemismos. Todos nós, em maior ou menor grau, sofremos a consequência do mal da droga e não podemos nos isentar de responsabilidade em lutar contra esse mal.
Aos dependentes devemos mostrar-lhes alternativas. O universo da droga é paranoico. A pessoa, aos poucos, passa a viver em função do vício, chegando-o a estar totalmente alheio à realidade. O processo de recuperação deve ser inverso, porém é tortuoso pois muitos dependentes acabam vendo qualquer alternativa à droga como um retorno à vida sofrida. O processo de recuperação começa pela análise da vida do dependente químico.
A contribuição da sociedade deve ser coordenada e sinérgica. Todos devem contribuir para acabar com a epidemia da narcodependência.
Os gigantes da internet vão parar
As gigantes da internet mundial vão promover um blackout nos próximos dias. Pois está em tramitação no congresso americano um projeto de lei que restringe e pune entidades que permitir pirataria. O risco é de um controle maior da Internet com censura de sites, sob a alegação de pirataria.
O ponto que deve ser discutido, não é o controle da internet, mas sim a distribuição da cultura. Vemos claramente a indústria fonográfica, cinematográfica, de mídia e de software estadunidenses fazendo lobby para o congresso de lá aprovar medidas que atendam a seus interesses e consolidem a cultura como um negócio em vez de fonte de expressão e conhecimento.
Google, Amazon, Facebook, Wikipédia e Mozilla Foundation lideram o movimento contra essa lei e são exemplos fieis de que é possível ser rentável compartilhando livremente o conhecimento. As atitudes da RIAA, sobre o pretexto de “preservar a propriedade intelectual”, visam tentar reverter, inutilmente, um processo de desmonetização da produção cultural, saindo de uma realidade de fornecimento de produtos, para o de prestação de serviços.
Preservar a propriedade intelectual não é arrenda-la, precificando-a. É garantir o prestígio de seus criadores criando mecanismos que garantam a sua autenticidade. É permitir o acesso livre à produção cultural por meio da mídia e dos meios de comunicação. É buscar formas rentáveis de fornecer conteúdo sem onerar ou penalizar seus usuários. O que a “indústria de entretenimento” estadunidense faz é ferir gravemente a cultura com sua ganância por lucros.
No Brasil, vemos o absurdo que é a indústria de software e de cultura. Uma entrada para o cinema custa em média R$ 18,00. Para o teatro, R$ 25,00, R$ 30,00. Para shows, entre R$ 50,00 e R$ 100,00. Jogos de futebol, R$ 30,00; Museus, R$ 12,00. Um DVD custa cerca de R$ 30,00 e Blu-Ray, R$ 50,00. Um DVD com o Windows 7 Home Basic custa R$ 299,00¹. Um livro Best Seller custa em torno de R$ 60,00 a R$ 160,00. Jornais de grande circulação custam em média R$ 3,00 e revistas semanais entre R$ 8,00 e R$ 12,00. Um sinal de internet banda larga com provedor custa, em média R$ 150,00. Rede elétrica R$ 50,00. O custo médio da cesta básica em São Paulo ficou próximo de R$ 300,00² e o salário mínimo, desde o dia primeiro, é de R$ 622,00³. Vendo todos esses números chegamos à conclusão que a culpa pelo fato triste que é fraca demanda brasileira por cultura é o seu acesso restrito pelo seu alto custo. Os produtos culturais brasileiros, mesmo sendo de boa qualidade tem preço totalmente fora da realidade econômica brasileira. Isto nos coloca como uma sociedade carente de cultura e que acaba encontrando em fontes ilegais o seu acesso. Ou então deve optar por garantir sua subsistência ou consumir cultura. A monetização da cultura é um meio cruel de exclusão social, pois sem recursos uma pessoa não pode ter acesso à cultura e ao conhecimento. O Estado pode contribuir com incentivos fiscais, mas os controladores da indústria do entretenimento precisam mensurar adequadamente os valores de consumo da cultura, para que este se torne acessível a todos.
Os gigantes da internet veem que a atitude da indústria de Showbiz estadunidense é um retrocesso e uma ameaça não apenas aos seus negócios, mas a cultura, às pessoas e à internet como um todo.
E ameaçam parar a web. Com toda a razão.
¹ Cf. http://www.kalunga.com.br/prod/windows-7-home-basic-brazilian-dvd-f2c-00007-microsoft/670935?menuID=40&WT.svl=4
² Cf. http://www.dgabc.com.br/News/5934926/preco-da-cesta-basica-sobe-6-51-em-2011-em-sp.aspx
³ Cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1rio_m%C3%ADnimo#Brasil
Mensagem de ano-novo
[videolog 737401]
Melhor falar do que escrever.
Perdi uma aula de futebol
Caros amigos,
Infelizmente não pude conferir uma aula de futebol. Resolvi aproveitar uma convidativa noite quente de sábado para me divertir e, cansado, não pude ver a final do Mundial de Clubes entre Santos e Barcelona, onde o clube catalão aplicou uma impiedosa goleada de 4 a 0 no clube santista.
Gostaria que o Santos tivesse ganho, mas o Barcelona é uma equipe de outro mundo, está em outro patamar. Isso serve de lição a muitos cartolas brasileiros que acham que montar um timaço é lotar um elenco de craques. É muito mais que isso. É preparar, focar no objetivo, traçar um esquema tático ideal e se esforçar ao máximo diuturnamente. Veja: vocês viram algum escândalo envolvendo algum jogador do Barcelona? Parece haver uma disciplina muito grande por lá, pois certamente acreditam que, para dar espetáculo, é preciso entrega total ao ofício, tirando aquilo que atrapalha. Que tal alguns jogadores começarem a pensar nisso? Que aparecer fora dos gramados mais do que dentro deles é prejudicial a eles mesmos? Que baladas, orgias e festanças caras não ganham títulos? Hora de pensar em se aparecer menos e jogar mais e para o time em que está jogando.
Vejam o melhor jogador desse time: Leonel Messi, autor de dois golaços hoje. Enquanto Neymar dava entrevistas a todos, Messi ficou recluso, concentrado, encarando aquele jogo como o jogo da vida. Neymar é jovem e ainda vai por o Messi no bolso, mas agora é preciso tê-lo como exemplo. Aliás, 90% dos jogadores brasileiros precisam buscar ter esse mesmo comportamento nos momentos decisivos que ele, que será novamente o melhor jogador do mundo.
O futebol brasileiro passa por um momento ruim, isto é fato. Já escrevi isso aqui antes e torno a repetir. Enquanto esses malandros da bola (empresários, cartolas, marqueteiros, Marias-chuteiras) continuarem parasitando nosso futebol, ele continuará tendendo à decadência. Hora de acordar, pois o futebol já não é mais aquele de 40, 50 anos atrás, e ainda tem gente que se ilude com isso.
Há um conceito especulativo que diz que o histórico não traduz tendência, ou seja, que o passado não revela o futuro. Assim, não podemos nos agarrar a tradições para determinar o futebol brasileiro como o melhor do mundo. Se assim o fosse, o campeonato brasileiro teria o mesmo destaque na mídia esportiva internacional que os campeonatos italiano, espanhol e inglês. Não o tem por incompetência, por falta de credibilidade, por viradas de mesa, por falcatruas. Enquanto isso, centenas de jogadores deixam o país para garimpar dinheiro com a bola nos pés.
Hora de aprender o futebol do Barcelona, não apenas nos gramados, mas fora deles. Quem sabe um dia não teremos um timaço igual ao de Messi disputando um brasileirão para o mundo inteiro ver?
Videolog de 11 de dezembro de 2011
Uma verdade inconveniente
As cercanias de uma universidade
É interessante ver os fatos sobre um outro olhar, mais clínico, despido de qualquer tendência a apoio ou rejeição. Sorte tenho de ter duas visões de uma mesmo evento. Pelas redes sociais e através de amigos estudantes e militantes tive informações sobre a ocupação da reitoria da USP, e acompanhei, preocupado, o seu desenrolar. O resto vi pela mídia, claramente buscando enfraquecer o movimento com rótulos, factoides, agressividade e menosprezo.
Pelo que pude ver, houve sim, uma certa desorganização por parte dos estudantes, pois permitiram que alguns jovens, estudantes ou não, externassem a face do movimento que a mídia escancara para que os retóricos moralistas demolissem o movimento em críticas rasgadas, para que a opinião pública condenasse o movimento. Todo aquele que age e pensa sem se preocupar com o movimento e seu impacto o trai. E ao usar de expedientes que contrariam e distorcem os intuitos do movimento é um ataque ao próprio movimento. Quando vi que alguns jovens foram presos portando entorpecentes no início da ocupação, a atitude esperada de um movimento focado e organizado seria de condenar o ato, ou dos estudantes detidos, ou das autoridades policiais, mas preferiu-se a omissão. Estamos em uma sociedade, onde infelizmente a questão da droga é tratada ainda como caso de polícia. Mostrar que a questão da droga vai além de uma infração penal, daria uma força tremenda ao movimento e à manifestação. Por outro lado, a atitude das autoridades ao dispersar o movimento foi exagerada, descabida e autoritária. A energia gasta pela polícia em debelar o movimento (mais de 400 policiais, tropa de choque, helicópteros, dignos de rebelião em presídio), poderia ser utilizada se pudesse conter as milhares de mortes que ocorrem diariamente nas periferias deste país por conta de drogas ilícitas, armas ilegais, crime organizado e muito mais.
Do lado de fora vemos que o jovem estudante da USP já foi estigmatizado e rotulado de playboy, maconheiro, frustrado comunista entre outros rótulos indesejáveis. O fato de a USP ser considerada uma universidade elitista está no fato de o Estado não propiciar uma educação baseada no aprimoramento qualitativo, em vez de quantitativo, não valoriza o educador, não torna o esporte e a cultura elementos catalizadores e motivadores de uma educação de qualidade, para não dar igualdade de oportunidade ao povo e termos assim uma sociedade justa e democrática.
As questões que envolvem essa ocupação vão muito além da segurança, drogas, política, polícia ou repressão. Está na forma de como enxergamos a sociedade, e de como torna-la melhor. Vemos aqui a hipocrisia, o moralismo e o atraso estampados em nossa cara preconceituosa, ao vermos, na televisão, jovens de futuro sendo agredidos covardemente, e achando tudo isso muito bom. Por outro lado é hora de mudar a verdade socialista que nos rodeia. Como diria no filme “Tropa de elite”, o inimigo agora é outro. O discurso de algumas correntes de esquerda me incomodam pelo seu grau de alienação e descolamento da realidade social. Não se deve levar tudo a ferro e fogo e temo que a não adaptação da esquerda aos novos tempos pode mata-la. É preciso manter os ideais mas adaptar o discurso e as práticas a novos tempos.
Está na hora de um novo nível de pensamento, que propicie a todos um real entendimento de nosso papel como cidadãos. É temível que a única solução para tudo seja a barbárie e o conflito. E é mais temível que o Estado, que deve nos proteger, prefere agir de forma ditatorial e violenta. No fim, todos nós saímos derrotados e nossa sociedade dá mais um passo para trás, rumo à ignorância.
O anti-clímax
A economia mundial está à beira de um ataque de nervos. A crise grega abre precedente para uma nova grande depressão mundial. O primeiro-ministro grego chegou a anunciar um referendo para que os gregos escolham se querem ou não continuar na zona do euro, mas… refugou. O medo de sair da eurozona com uma mão na frente, outra atrás, pesou. E esse anti-clímax se dá hoje pois a Europa criou um mercado, criou uma moeda, mas não criou padrões de ajustes fiscais mais claros, detalhados e rígidos a seus países-membros. Isso permitiu o descontrole do gasto público, elevado endividamento e risco de quebradeira e calote, exemplo que vemos na Grécia.
O mal maior dessa crise, em que vemos os mercados em franca turbulência, existe devido a questões estatutárias e culturais de cada país. Enquanto o alemão se aposenta aos 75 anos, o grego se aposenta aos sessenta, fazendo que o alemão também pague a aposentadoria do grego. Há também um funcionalismo público muito grande na Grécia, tornando o estado muito caro. Essa gastança exige dinheiro, que os gregos pediram emprestado e agora não podem mais pagar. A crise grega é fruto da tentativa frustrada de unificar economias nacionais, mas sem observar as particularidades econômicas de cada nação europeia. Para que uma economia seja plenamente conduzida é preciso padrões de conformidade comuns entre todos os locais influenciados por essa condução. E esse padrão gera uma relação paradoxal, pois é fundamental a sua existência, mas prejudica a todos que defendem privilégios, pois coloca todos em um mesmo patamar de direitos e deveres.O desafio agora é corrigir as falhas e estabelecer esses padrões mesmo a contra-gosto de muitos países.
Privilégio é um termo próprio do capitalismo. Quando é necessário um movimento de unificar entidades, podem ocorrer três possibilidades: mescla, imposição ou ruptura/ conflito. Ao criar a União europeia, certamente o intuito foi de mescla, mas a falta de imposição de uma unidade, está provocando esses conflitos. O mercado comum é uma forma de salvar o capitalismo com a conjunção de forças, mas vemos que este movimento evidencia a falência deste sistema, pois o acúmulo de capital fortalece um pequeno grupo de privilegiados sob o preço de prejudicar um grande grupo de pessoas.
Assim conclui-se: é preciso mudar os rumos da humanidade.
Kazzttor – 25 anos + 5
Há 25 anos, ou precisamente em 25 de outubro de 1981, em São Paulo, nascia André Arruda dos Santos Silva. Nestes 25 anos vivenciou mudanças profundas no meio onde vive. Só ao seu redor viu nascer (e morrer) seis moedas diferentes: Cruzeiro-Novo, Cruzado (1986), Cruzado-Novo (1989), Cruzeiro (1990), Cruzeiro-Real (1993) e Real (1994). E viu seu país governado por, também seis, presidentes diferentes: Figueiredo (1978-1985), Sarney (1985-1990), Collor (1990-1992), Itamar Franco (1993-1994), FHC (1995-2002) e Lula (2002- ). Sob seus olhos se viu desde revoluções históricas, como a queda do muro de Berlim, a Luta pelas diretas e o impeachment de Collor, até momentos vergonhosos como o massacre da praça da Paz celestial em Pequim (1988), os escândalos de corrupção (1994 com os anões do orçamento e 2005 com o mensalão e os sanguessugas), o massacre do Carandiru (1992), a violência na Favela Naval (1999), os massacres de Eldorado do Carajás, do Índio Gaudino, de Vigário Geral. Ouviu de Luiz Gonzaga a Falamansa. De Frenéticas a Global Deejays. De Legião a CPM 22. De Ndee Naldinho a Sabotage. Viu do êxtase do Penta, ao caos do PCC. Da tristeza causada pela morte de Senna, em contraste da alegria do Tetra, 2 meses depois (1994). Viu o golpe da Globo no debate de 89 a favor de Collor, e viu a mesma Globo ajudar a derrubar o mesmo Collor, dois anos depois. Viu o renascimento no nosso teatro e do nosso cinema e viu o país manifestar sua cultura, não só com o carnaval, mas através de outras manifestações culturais.
Pelo visto entre 1981 e 2006 muita coisa mudou. É muita história para contar. Espero que daqui a 25 anos eu possa estar aqui, rindo do que escrevi hoje. E comentando como foram os 25 anos seguintes.
Há vinte e cinco anos eu nasci. Um quarto de século! Quanto tempo…
(publicado em 25 de outubro de 2006 no Blog do Kazzttor)
De lá pra cá 5 anos se passaram e a vida pareceu decolar como em uma exponencial. Saí de uma zona de conforto e entrei em turbulência em 2008, e de lá para uma dupla glória em 2009. Conhecer e viver são características que cultivei desde sempre e parece que nestes últimos anos venho colhendo os frutos. “Procuramos independência, acreditamos na distância entre nós…” – esse trecho da música do Capital Inicial parece fazer parte de meu caráter. A eterna busca da liberdade e da justiça ainda incendeiam um coração jovem em um corpo que envelhece.
Mas parece que passei a vivenciar mais as coisas que defendia e passei da teoria à prática. As redes sociais fortaleceram minha interação com o mundo e mostraram a mim que é preciso deixar de ser espectador para agir em prol de virtudes. A arte ficou à parte, mas a atitude mudou. Menos sarcástico e mais crítico, mas mantendo o humor e o otimismo diante da vida.
Há quem diga que sou palhaço, disperso, moleque, mas astuto, íntegro, culto. O que importa é viver intensamente cada segundo, paradoxalmente como o primeiro e o último.
Observem o texto de agora e o de 5 anos atrás e vejam como as coisas mudaram. Escrevia bem para que os outros lessem. Agora escrevo para mostrar quem sou. Nada de terceira pessoa – agora é identidade, ponto de vista, eu no comando. Pois já está na hora de assumirmos o controle de nossas vidas. Deixar as coisas no piloto automático não compensa. Corre-se riscos para obter conquistas. Não há mérito sem esforço. E me esforço por isso.
Sei que escrevi há cinco anos um texto para registrar minha visão da história, mas não a minha história na visão. Como em uma imagem no espelho escrevo minha vida em reverso.
Sou fatecano, bancário, sindicalista, grevista e ativista. Atuo nas redes sociais, escrevo em blogs, twitter, facebook. Participei de atos contra a corrupção, homofobia. Solteiro, sem filhos, mas com um coração grande e amoroso. Ministro aulas de informática na Microcamp. Tentei por duas vezes terminar uma faculdade, antes da FATEC. Trabalhei por 7 anos na Fidelity, 6 meses no IBGE. Fiz teatro, fui premiado, já atuei em peça de cartaz. Cantei na igreja e gravei CD. Fiz na ETEC Getúlio Vargas o ensino médio e o curso técnico de eletrônica. Estudei o ensino fundamental no SESI desde a terceira série (que fiz duas vezes, apesar de não ter repetido de ano uma vez sequer). Fiz os três primeiros anos do ensino fundamental no EEPG Prof. Lívio Marcos Guercia. Sou corinthiano desde 1988. Sou diademense de morada desde 1986. Morei 5 anos no Ipiranga. Nasci em 25 de outubro de 1981, há exatos 30 anos.
Este sou eu, uma Metamorfose Ambulante desde que nasci.
Ensaio sobre a alienação (está tudo errado)
A sociedade humana possui diversas correntes de pensamento em diversas áreas do conhecimento. Algumas convergem, mas muitas divergem entre si. Nos vemos em um permanente dilema entre correntes e doutrinas divergentes, que nos cooptam para um lado ou outro. No entanto, podemos perceber uma certa incoerência nessas doutrinas, se estas não mudam ou se adaptam com o tempo.
As capacidades de exploração do universo por meio do conhecimento são infinitas. No entanto, alguns dos detalhes desse universo não obedecem a uma lógica, ou seja, não podem ser explicados sob um conceito meramente definido, pois são objetos abstratos. O grau de abstração de um objeto é muitas vezes ignorado pelas correntes de pensamento, pois muitas delas tem uma definição concreta e definida de uma realidade. Assim surge uma incoerência, pois um objeto abstrato não poderia ser descrito de forma concreta, pois este não teria suas possibilidades e detalhes totalmente definidas, pela própria natureza abstrata do objeto, e para que essas possibilidades sejam exploradas, seria preciso aumentar o grau de complexidade do conceito concreto. Assim teríamos uma estrutura conceitual similar a de andaimes de um edifício de formato não padrão, circundando-o, mas sem exibir sua forma real, obscurecendo-o. E isto gera uma distorção, pois a realidade apresentada difere da realidade nativa do objeto em questão.
Em áreas do conhecimento de ciências humanas como sociologia, política e psicanálise, são onde existem as maiores discrepâncias. Isto ocorre pois, como existe no ser humano há razão e emoção, muitas das nossas conclusões, atitudes, opiniões e pensamentos não tem como motes a lógica. Isto gera uma cultura de buscar uma lógica para tudo, uma justificativa baseada em argumentos concretos de um dado objeto ou realidade. Esta é uma grande deturpação, tanto no conhecimento criado, mas quando este conhecimento é repassado a outras pessoas. Isto faz com que algumas correntes de pensamento apenas privilegiam alguns detalhes do objeto tendo assim uma visão distorcida da realidade. Algumas dessas correntes são usadas de forma mais distorcida ainda como ferramentas de alienação.
A alienação é uma ferramenta de poder. Com base em uma doutrina ou ideologia, um alienador coopta um indivíduo, por meio de persuasão, a aceitar e defender essa doutrina, sem questioná-la, e rejeitando opiniões que se opõem a essa doutrina. Este indivíduo se torna alienado e abdica de seu poder intelectual em prol da doutrina e/ou do alienador. E isto é perigoso. Por conveniência ou aceitação social, deixamos de exercitar nosso senso crítico para aceitar o que comumente é aceito. Isto faz com que doutrinas se solidifiquem e tornem mais difíceis seus questionamentos ou contestações. E essas doutrinas são legitimadas pela tradição, tornando-se dogmas. A tradição se torna uma identidade de um grupo humano e este, por sua vez, irá defendê-lo, para garantir sua identidade e por conseguinte, sua existência. Isto faz com que estes grupos humanos criem realidades internas e visões de mundo próprias, em muitos casos, abstrações do mundo real, ou deturpações da realidade usando-se dessas doutrinas como lógicas para realizar sua leitura.
O ser humano é um ser social, e também um ser que possui necessidades individuais. Há uma certa confusão entre o eu social e o eu individual, pois uma pessoa não é auto-suficiente, ou seja, não é capaz de satisfazer suas necessidades sozinho. O que se questiona nesse processo de alienação é a sublimação das necessidades individuais ou coletivas em prol de uma doutrina ou necessidade individual e patriarcal de um líder carismático. Monopolizar o pensamento para uma única fonte é um mal, se utilizado para promover desigualdades ou pregar ideologias que contrariam a natureza humana como ser individual e social.
O papel da crítica é importante contra a alienação pois se contrapõe a sua causa: a doutrina a qual a alienação se baseia. Respeitar as individualidades e particularidades de um indivíduo é vital para uma sociedade harmônica e dinâmica, pois equilibra as relações de poder a um nível em que todos possam se tratar como iguais, mesmo sendo diferentes. Grupos com características comuns podem conviver com indivíduos ou grupos antagônicos a seus conceitos, desde que ambos os lados respeitem seus espaços e não queiram invadir ou destruir o espaço alheio. Isto seria possível se não houvesse ganância por poder ou influência, gerando assim os conflitos.
O ego é o fiel da balança neste processo. Pois a ganância somente existe quando o ego se sobrepõe ao ser social. E o ser alienado tem seu ego atacado quando percebe que sua doutrina também é atacada por outra. O ser humano recebe ao longo da vida diversas informações as quais tomam para si como verdades. O valor de seu caráter é medido pela comprovação alheia de suas verdades. Isto o torna confiável e sociável. Quando sua verdade é atacada, sua confiança também é atacada e assim, seu ego é ferido. Um ser alienado possui uma baixa auto-estima, já que abdicou de sua verdade para vivenciar outra externa. Assim, este agarra e defende cegamente essa verdade externa, tomando a si como uma verdade própria. Isto também o torna menos racional e mais passional, pois não desenvolveu seu senso crítico e seu raciocínio lógico. Este grau de passionalidade pode levar à insanidade e a ações que contrariam a lógica humana e social, tornando-os agentes de violência, intolerância e disputa de poder.
Tudo isto nos faz concluir que não há uma verdade única. Mas que todas as verdades devem ser respeitadas. Ou seja, tudo está errado.
Estação Paulista: “bunitinha”, mas ordinária
A estação Paulista é um exemplo de desorganização e desrespeito ao cidadão, com mal uso do dinheiro público.
Ontem, 9 da manhã, ao ir para a faculdade pela linha 4 amarela do metrô de São Paulo, pude notar uma grande desorganização a ponto de haver um congestionamento de pessoas, na única conexão entre as estações Consolação e Paulista.
Nota-se que por haver uma única conexão, é invevitável, nos horários de pico não haver esse tipo de inconveniente, mas isso poderia ser previsto na construção da obra. Poderia haver mais de uma conexão entre as estações melhorando assim o fluxo de passageiros entre os acessos à estações.
Mesmo a linha 4 ter sido cosntruída como uma parceria público-privada, os subsídios e o uso dos recursos públicos para viabilizar a obra custaram dinheiro público. E o mal uso desses recursos prejudiuca duplamente o cidadão, pois esse recurso poderia ser usado em algo mais importante, ou mesmo de melhor qualidade.
O grande problema do metrô paulista é a grande demanda que não é capaz de comportar. São Paulo é uma cidade muito grande e a malha metroviária não serve a todos os cantos da cidade. Isso torna a linha saturada, com poucas alternativas de viagem e muito sufoco nos horários de pico. E estações que não estão preparadas para esse fluxo, com poucas conexões, ou ligações longas demais. Leva-se, por exemplo, cerca de 5 minutos em passo apressado, para sair da plataforma da estação Pinheiros na linha 4 amarela, para chegar à plataforma da mesma estação, na linha 9 da CPTM. Em nenhuma obra, observou-se medidas que simplifiquem ou facilitem a utilização do usuário, mais para padrões estéticos ou de menor custo.
Por essas e outras, que muita gente vai preferir ir e vir de carro por São Paulo.
Protestos no Brasil: uso político?
No dia 12 de outubro ocorreram novas manifestações contra a corrupção no Brasil. As primeiras manifestações ocorreram em 7 de setembro e ocorrerão outras manifestações em 15 de outubro e 15 de novembro. As manifestações contam com pessoas de todas as idades, mas a maioria são de jovens, e segundo lideranças desses protestos, não possuem nenhum vínculo partidário. Esses eventos estão repercutindo fortemente na mídia.
Compareci a um desses eventos (confira os vídeos acima), e cheguei atrasado, assim como os manifestantes. A manifestação foi pequena, mas foi aparentemente mais inocente do que a marcha que ocorreu no mesmo local duas horas antes. É interessante ver o semblante do público. Haviam pessoas de todas as idades, mas sobretudo jovens. O grande problema, que há em toda ação em que jovens participam, é que está mais a atitude mais passional do que racional. E isto é um terreno fértil para alguns grupos políticos influenciarem esses jovens, cooptando-os para suas correntes partidárias.
Observei que haviam nestes protestos, muitas pessoas da classe média: profissionais liberais, universitários, pequenos e médios empresários, fazendo buzinaços em carros novos, ou seja, possuíam um poder aquisitivo relativamente bom. Isso não significa que estão satisfeitos com suas condições de vida, pois o custo-Brasil é muito alto, o que não os impedem e até justificam o seu protesto. Mas quando se fala de política, não existe inocência, pelo menos quando observamos as intenções políticas por trás de atos contra a corrupção.
Suspeita-se que grupos de centro-direita e direita se infiltraram nessas manifestações. A estratégia é simples: usar os protestos para desestabilizar o governo de centro-esquerda, no poder há quase nove anos. O mote de combate à corrupção seria destinado somente aos que estão no poder, o que é um ato falho, parcial e alienado. Sabemos que a bandalheira corrupta começa nas linhas partidárias, dentro dos gabinetes dos partidos, onde são escolhidos, às vezes de forma subornada, as candidaturas. Para ser candidato em uma eleição no Brasil é preciso ou ter dinheiro, ou pertencer a um grupo influente, ou ser um apadrinhado ou parente de político. A reforma política, que tanto se fala e se discute, não aborda a transparência no processo de escolha dos candidatos, tampouco consagra o voto como um direito de expressão política retirando a sua obrigatoriedade. Essas falhas, aliadas a um sistema eleitoral que você vota em um candidato e elege outro, aliados às propostas intoleráveis de financiamento público de campanha e lista fechada de candidatos para a reforma política, nos impelem a uma sensação permanente de insatisfação indignada, porém tolhida pelo individualismo, alienação e conformismo. O movimento pela ética na política é importante, mas deve ser bem encaminhado para que se torne legítimo. E a legitimidade passa pela imparcialidade e justiça no trato das ações. Percebi que a esquerda duramente criticou e se ausentou desses movimentos, mas deve fazer justamente o contrário. A participação das militâncias de ambos os lados equilibra o jogo político, diluindo os pontos de conflito e fortalecendo os pontos de consenso.
Ainda é possível que essas manifestações sejam feitas sem o apoio de nenhum partido, desde que os participantes não sejam coniventes com o uso indevido do movimento por nenhuma corrente política, denunciando essas práticas. Não se viu por parte de manifestantes nenhuma menção partidária, mas deve-se observar o discurso e o tom, para atacar somente o mal de nossa sociedade, a corrupção. Também deve ter um senso crítico às próprias críticas ao movimento. Algumas agremiações políticas de esquerda rechaçaram as manifestações pois rejeitaram seu apoio com a vinculação do movimento à sua imagem. Existem alguns partidos de esquerda que utilizam manifestações unicamente para fazer propaganda de suas ideologias políticas, o que é também, um tipo de alienação.
Sei que dentre muitos cordeiros há algumas raposas, mas cuidemos de proteger nossas ovelhas inocentes. Participei das manifestações, conversando com muitas pessoas, discursando sem me identificar politicamente, e acima de tudo, contrapondo a aqueles que fazem uso político das manifestações. Pois em certas situações devemos combater fogo com fogo.
#ThankYouSteve
Steve Jobs * 1955 † 2011
O mundo tecnológico perdeu o seu brilho. Morreu ontem Steve Jobs, fundador da Apple, uma das empresas mais inovadoras da atualidade. Sua contribuição para tornar a tecnologia computacional próxima de nós é notável e relevante. Ao fundar a Apple Computer, junto com Steve Wozniak, em 1976, Steve não poderia imaginar que seu estilo rebelde, perfeccionista e visionário pudesse levá-lo tão longe. E nós pudemos ver que a tecnologia ficava cada vez mais pessoal, primeiro com o Apple II, com o Lisa, Macintosh, iMac em nossas mesas, seguido do iPod, iPhone e iPad em nossas mãos. Tudo de uma forma simples de entender e belo de olhar, como toda obra-prima de um grande artista.
Pareciam que Steve e Apple nasceram um para o outro. Quando foi afastado da Apple em 1985, a empresa parecia se sentir sozinha. Seu senso de liderança impunha uma leal competição fazendo com que a inovação surgisse diuturnamente como em uma linha de montagem. Somente em 1996 quando retornou a sua velha casa, que as inovações voltaram a surgir no vale do Silício.
O império da Apple Computer que é hoje, existe graças a seu desbravador. Steve poderia ser comparado a grandes gênios como Newton, Einstein, Chopin e tantos outros, mas prefiro compará-los a conquistadores como Alexandre, o Grande, e tantosn outros que desbravaram e conquistaram rincões deste mundo, com a diferença de não ter disparado um só tiro, ou ter ferido ninguém com lanças ou espadas. Conquistou um mundo inteiro com ideias novas e revolucionárias.
Claro que há controvérsias. Diziam que era exigente demais, que provocava discórdias pois seu poder de persuadir, influênciava seus subordinados a uma lealdade quase cega. Houve também ausações recentes de suicídios entre os funcionários da Foxcomm, na China, onde são produzidos os seus produtos, além do plágio do sistema de interface gráfica da Xerox, que culminou com o surgimento do MacOS.
Mas estes senãos não tiram o brilho de Jobs. Um lider do nosso tempo. Um visionário, um criativo, um descobridor de inovações. Por sua inestimável contribuição à tecnologia, muito obrigado, Steve!
Thank You, Steve!
Um basta a tudo isso
Piquete no Complexo Verbo Divino do BB em 27/09/2011. Foto: André Arruda
Quantas foram às vezes em que nos vimos contestando alguma coisa em seu trabalho? Achar que é preciso mudar é natural e saudável, pois afinal, quem ama seu ofício se esmera sempre em aprimorar suas práticas com o intuito de tornar seu ofício melhor e reconhecido de valor. Num trabalho temos relações formadas em diversas partes, seja com clientes, superiores ou subordinados, e nessas relações temos momentos de conflito. E são nesses momentos críticos que surgem oportunidades de consenso. Mas este consenso deve vir da iniciativa de ambas as partes, caso contrário, o impasse leva ambos os lados a perdas.
Ultimamente, recebi críticas sobre minha defesa ao recurso da greve. Disseram-me que é mais fácil fazer uma greve do que fazer uma pós, que greve é terrorismo, que greve é prejudicar o povo, pondo-o como refém por conta de frustrações pessoais, e de que se não está satisfeito com o trabalho, procurar outro trabalho, e inclusive disseram que estamos reclamando de barriga cheia, pois havendo tanta gente desempregada, ficamos reclamando do emprego. Como se vê, os comentários acima que recebi tem algumas características que valem a pena comentar e compartilhar com vocês. Até porque tentar debater com os críticos que nos ofendem é cansativo e inútil, e sei disso por experiência própria, semana passada. E nada melhor do que utilizar o meu espaço para falar a respeito. Primeiramente, com o conformismo que impera neste país, é muito comum ouvir esse tipo de comentários, pois os críticos não se conformam justamente com quem não se conforma em ser explorado. Se quisermos um emprego melhor, que valorize e dignifique nosso esforço, primeiro queremos o em que estamos empregados seja melhor. Pois permitir ser explorado é assumir sua passividade diante dos fatos e renunciar a seu protagonismo, não sendo merecedor de nenhum mérito. Nossa cultura, em parte baseada em suas origens religiosas, nos impõe ao paradigma da dádiva. Acredita que tudo se dá nada se conquista, e que todas as nossas realizações provêm da indulgência de alguém ou de alguma organização. Isso nos leva ao paternalismo e ao conformismo como movimentos comportamentais que influenciam as opiniões de muitas pessoas. E com isso, todo o tipo de ação que contraria esta lógica de dádiva, não é tolerado. Esse conformismo leva nosso povo a uma situação de paralisia ideológica, enfraquecendo qualquer movimento que vá de encontro a essa lógica.
É preciso por um basta a esta anestesia sem cirurgia que toma conta deste país. O grau de paralisia é enorme. Há uma pressão inflacionária que o governo teima em dizer que é produtivo, mas a culpa exata é de uma carga institucional a qual não podemos arcar. A greve é uma manifestação legítima e deve servir de exemplo para um despertar. Não podemos nos contentar em trabalharmos sob pressão exaustiva sem o devido reconhecimento de nosso esforço. É importante mostrar a realidade dos insatisfeitos antes de tirarmos conclusões precipitadas.
O preconceito e a desinformação fortalecem essas críticas, reforçados por uma mídia tendenciosa. Sexta-feira houve uma passeata na capital paulista unindo bancários e funcionários dos correios em greve, com cerca de oito mil manifestantes. O evento foi veiculado na imprensa, porém a maior rede de televisão do país veiculou o protesto da seguinte forma:
Fátima Bernardes: Boa tarde! Sexta-feira de manifestações em São Paulo. Roberto Paiva.
Roberto Paiva: Funcionários dos Correios se reuniram aqui no Vale do Anhangabaú, e depois saíram em passeata pelas ruas do centro de São Paulo. No caminho se encontraram com bancários, que também estão em greve. As duas categorias pedem aumento nos salários. Os funcionários dos Correios marcaram pra segunda-feira uma assembleia aqui em São Paulo pra decidir se continuam em greve. Roberto Paiva para o Globo Notícia.
Essa foi a transcrição da matéria veiculada na televisão. Mas na internet a informação se encontra mais distorcida e tendenciosa (clique aqui para ler). Segundo a nota no site G1, o protesto reuniu cerca de 400 pessoas. Segundo a Polícia Militar havia 2.000 pessoas ali. Informar que a greve se propunha apenas requerer salários é jogar a população contra o movimento. A população sabe que a qualidade de atendimento dos Correios e dos Bancos decaiu muito e isso não ocorre por causa do funcionalismo e sim por um processo de gestão inadequado e focado apenas na produtividade sem considerar a qualidade dos serviços, pois isso onera e reduz a lucratividade dos negócios. Reitero que este modelo de gestão é arcaico e oriundo dos modelos capitalistas do início do século, os quais muitos dos gestores atuais dessas empresas pertencem a essa filosofia de gestão, que além de ser exploratória, é insustentável. O movimento grevista vai muito além da questão salarial, tem a ver com a qualidade do atendimento que não pode ser garantida apenas pelo funcionalismo pressionado e assediado moralmente, sem recursos apropriados, sem segurança ou tranquilidade para exercer suas atividades. É preciso conhecer a realidade do trabalhador que entra em greve antes de criticar sem fundamentos. A realidade do trabalhador dos correios e a do trabalhador bancário são muito duras, diferente do que é conhecido pelo público em geral. Nós, bancários sofremos com metas abusivas, controle de tempos e movimentos, assédio moral, falta de recursos, poucas contratações, ameaças de demissões e descomissionamentos e até nepotismo. Isto afeta a qualidade do nosso trabalho e também se reflete na percepção que o cliente tem de nosso trabalho, como se fossemos cúmplices do descaso que há nos bancos com os clientes: burocracia, operações casadas e até mesmo não autorizadas pelo cliente, filas, demora no atendimento, tarifas e taxas de juros exorbitantes. Mesmo com a quantidade de recursos eletrônicos disponíveis, um banco não opera sem o esforço e a dedicação do funcionalismo. O quadro funcional é o patrimônio mais importante de qualquer organização, pois é ela, e não as máquinas que fazem o sistema operar e funcionar, pois uma organização não vive de usos de produtos, sim de relações humanas. Não compactuamos com essa prática dos bancos que, com ou sem greve flagelam a população brasileira.
É importantíssimo que a greve ocorra, apesar dos transtornos causados a quem também é vítima da intransigência patronal, pois é uma importante manifestação de insatisfação diante de um modelo de gestão que precisa ser revisto em prol dos trabalhadores e da população brasileira.
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A direção do Diretório Municipal de Diadema,
Prezados senhores,
Diante de questões de compromissos pessoais e pelo desenrolar dos últimos acontecimentos, os quais me fizeram surgir divergências ideológicas junto ao Partido dos Trabalhadores, venho por meio desta, requerer minha desfiliação a esta entidade.
Sempre acreditei em meus ideais, e continuo respeitando a todos os membros deste partido, os quais muitos deles são meus amigos. Porém as circusntâncias dadas pesaram fortemente por essa decisão.
Fico grato pela experiência política acumulada, mas seguirei outros caminhos, agindo de acordo com meus ideais.
Sem mais,
André Arruda dos Santos Silva
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