Enchendo linguiça

Na última terça, dia 03/05, ocorreu, no anfiteatro da FATEC-SP, um debate sobre as mudanças organizacionais em que o CEETEPS (Centro de Educação Tecnológica Paula Souza) estão sofrendo. A explanação do dirigente do Centro Paula Souza não passam de enchição de linguiça. A única vantagem desta mudança seria uma maior autonomia da instituição para alterar cursos, vagas, cronogramas e unidades de ensino, sem no entanto, prover autonomia financeira.

O grande questionamento feito pelos alunos, professores e funcionários foi o motivo pelo qual estes não foram consultados antes das mudanças auferidas. Todas as alterações foram feitas pelo governo estadual através da Assembleia Legislativa com a chancela do Centro Paula Souza. Esta quebra de braço entre corpo acadêmico de FATEC’s e ETEC’s e o governo paulista já tem cerca de 12 anos, entre idas e vindas, greves, protestos e projetos de lei engavetados na assembleia. A vitória governamental é mais uma derrota da classe estudantil paulista, que sofre com o descaso e a depreciação da qualidade de ensino no estado de São Paulo.

Na época em que este embate começou, eu era aluno da ETE Getúlio Vargas e senti na pele a insensibilidade governamental em relação a educação. Quando a nova LDB (lei de diretrizes e bases da educação nacional) foi aprovada, o governo estadual paulista do então governador Mário Covas instituiu uma truculenta reforma nos ensinos fundamental e médio, separando ensino técnico do regular e implantando a famigerada progressão continuada. As reformas impostas pelo governo estadual foram feitas sem nenhuma preparação ou adaptação aos professores e alunos, que foram claramente prejudicados por uma postura ditatorial e abusiva.

Consequências desses atos foram as denúncias em meados da década de 2000, por parte de pais de alunos de escolas públicas estaduais de que seus filhos mesmo estando no sexto ano do ensino fundamental, ainda não sabiam ler nem escrever e as greves dos professores do CEETEPS em 1999 e da rede estadual de ensino, nos anos seguintes, tida como política pelo governo, para acobertar a grave denúncia de sucateamento da educação pública no estado. Até hoje sofro com as consequências de uma educação deficitária na faculdade, quando tenho minha capacidade de aprendizado prejudicada e desempenho abaixo da média, pois com as reformas feitas na educação técnica naquela época, fui por muitas vezes aprovado sem saber o mínimo necessário para cursar uma boa faculdade. E este não é um caso isolado, matérias fundamentais na FATEC como cálculo e física, apresentam altos índices de reprovação, enquanto matérias como inglês e português, precisam por parte dos professores ter sua disciplina simplificada para não passar pelo mesmo problema.

O quadro e as perspectivas são preocupantes. Não apenas para a FATEC, mas para a educação paulista e brasileira. Houve um dano gravíssimo à educação e hoje estamos carentes de profissionais capacitados e competentes para trazer prosperidade a economia brasileira. O futuro é sombrio e incerto e muito do que vemos de entraves econômicos e sociais se deram por uma incapacidade política, incompetência administrativa e elitismo egoísta e estúpido, pois é a elite econômica trabalhou por séculos na manutenção do status quo, e seus efeitos nefastos ainda repercutem negativamente em nossa sociedade.

A conscientização da juventude e da nova classe média poderiam amenizar o quadro exigindo políticas que permitam um desenvolvimento social através de um ensino de qualidade e transparência na condução de políticas públicas de educação.

Semeadores de ódio

Ontem ocorreram diversos eventos que marcaram a semana. Entre o futebol e a morte de Osama Bin Laden, fico com a intersecção dos temas falando sobre o ódio. Sempre digo que o ódio é um sentimento de auto-defesa contra algo que acreditamos ser uma ameaça, e que na maioria dos casos, esse ódio é injustificável, pois se utilizam de argumentos falsos ou procuram não conhecer aquilo que odeiam, para que possam entender o seu sentimento e até mesmo mudar sua percepção.

Neste cenário temos os semeadores de ódio, sua figura mais nefasta. Sua função é disseminar o ódio contra algo mesmo com argumentos falsos ou insipientes. E a internet se tornou uma das ferramentas de disseminação de ódio mais utilizadas. Ontem tivemos dois exemplos disso. Um perfil falso no Twitter publicou mensagens de cunho racista e homofóbico contra a torcida do Flamengo durante e após o jogo em que se sagrou campeão carioca ao bater o Vasco nos pênaltis. Os jogadores do Palmeiras, sobretudo Kleber, insultaram os torcedores do Corinthians após a derrota nos pênaltis.

Esse tipo de comportamento é intolerável e é mais grave quando o ódio provém de formadores de opinião e ídolos. Quem possui fã deve ser responsável por seus atos e palavras, pois estes tem o poder de ser formadores de opinião. E estes atos se tornam sementes de ódio e hostilidades que precisam ser contidos para que não motivem atos de violência.

O caso do perfil falso no Twitter hostilizando flamenguistas, é de um comportamento insano e covarde. Nota-se que se usa do expediente do anonimato para espalhar mensagens de ódio com o intuito claro de transgredir normas de respeito mútuo e de convivência social, num ato claro de covardia. Os atores de atos como esses, similares aos praticados por vândalos e pichadores dá ao transgressor a pseudo-sensação de poder pelo feito que obteve, mas trata-se de pessoas doentes e emocionalmente desequilibradas pela sensação permanente de fracasso pessoal e necessidade permanentemente frustrada de auto-afirmação.

O caso de Osama Bin Laden é similar a de outras figuras históricas que procuraram manipular pessoas para atender seus interesses ideológicos. Ao deturpar as palavras do alcorão para instituir uma intifada islâmica, e citando fatos historicamente superados como as cruzadas e a expulsão dos árabes da península ibérica, via-se claramente um processo de alienação ideológica com propósitos de disseminar o ódio contra o ocidente. A cultura islâmica deturpada pelo regime teocrático e ditatorial e a imensa desigualdade social nestes países contribuíram para agravar esse quadro. Assim, jovens árabes são seduzidos a aderir à causa terrorista de modo a ter sua família recompensada por seu “ato heroico”.

O ódio é um sentimento que se enfraqueceria se não houvessem os semeadores de ódio. Devemos ter a plena consciência de que alimentando estes sentimentos, podemos causar mal a nós mesmos. E para que estes sentimentos não surjam é preciso sabedoria para entender e serenidade para compreender os fatos, agindo de forma racional e coesa.

PLC 122/2006: Lei intolerável?

As linhas do post anterior são do Projeto de Lei da Câmara 122 de 2006 que criminaliza atos de discriminação contra pessoas por sua raça, deficiência física, orientação sexual e identidade de gênero, além de criminalizar atos de discriminação contra idosos. Criminalizar atos de discriminação contra pessoas por sua sexualidade ou identidade de gênero é o ponto mais polêmico. Como um texto tão curto pode causar tanta discórdia?

Os maiores opositores a emenda, alguns grupos evangélicos e donos de igrejas fortemente ligadas à mídia, alegam que esta lei retira-lhes deles a liberdade de expressão, visto que suas teologias, segundo eles, expressam claramente que uma relação homoafetiva é intolerável.

Após ler e reler a PLC 122/2006, vi que não há nenhum impedimento em alguém se opor a homossexualidade, e sim em incitar o preconceito, já  que existe uma linha tênue entre opinião e incitação, que os líderes religiosos não entendem. O fato de estes ser formadores de opinião e ter em suas opiniões esse caráter segregatório, não os caracterizam como líderes e sim como sectários fascistas, manipulando fatos e instituindo mandamentos como forma de poder. O que ocorre em algumas igrejas é um Estado dentro do Estado, similar ao que ocorria nas favelas cariocas dominadas por traficantes. Após estudar trechos da bíblia que estes grupos tanto exaltam como sendo regras que dizem que Deus odeia homossexuais, vi que há uma distorção dos fatos. Primeiro porque a maioria dos textos relatados são do antigo testamento que tinha um caráter mais conservador que o novo testamento, e que em nenhum deles fala claramente que a homossexualidade é criminosa e mortal, apenas informando que um homem deve se relacionar com uma mulher e vice-versa. Isto sem contar os evangelhos apócrifos que condenavam esse caráter totalitário do cristianismo e foram banidos da Igreja Católica, quando esta estava em crise. Tudo isto mostra que a segregação e o controle extremo são ferramentas de centralização de poder. Para se exercer um poder sobre alguém basta que esta pessoa seja persuadida a combater um inimigo comum. Historicamente, os Cristãos tinham como inimigos, os gregos, os romanos e os egípcios, que tinham uma sexualidade mais liberal. Além disso, a população cristã tinha que aumentar signicativamente para se estabelecer e isto somente se daria por meio da procriação, daí o ódio às relações homoafetivas. O mal que há nisso, é que os tempos mudaram e os seres humanos aprenderam a conviver em harmonia, e estas normas religiosas, apesar de conter conceitos muito importantes como a crença, o amor ao próximo e o respeito à vida, não foram se adaptando ou se aprimorando com o tempo. A insistência na manutenção da tradição culminou com a mutilação da crença e seu corrompimento. Alguns líderes cristãos veem que só na alienação de seus seguidores da realidade que os cercam podem-los isolar e manter-se controlados em uma esfera de poder a qual estes lideres tem amplo domínio, e tudo o que se opõe a estes conceitos é considerado criminoso. Assim, as normas se põem acima de qualquer característica humana e tudo o que não se enquadra a estas deve ser descartado. Em tempos em que os direitos humanos não tinham importância, como na época em que a bíblia foi escrita, este pensamento era perfeitamente plausível, hoje não mais. As diferenças entre as pessoas devem ser respeitadas e por isso, não se deve tolerar qualquer incitação a qualquer tipo de segregação. O domínio da Igreja sobre a sociedade fez com que homossexuais optassem por ocultar ou reprimir sua sexualidade ou assumi-la e ser marginalizados ou considerados loucos ou doentes.

Sempre considerei que o ódio é um sentimento de auto-defesa contra aquilo que acreditamos ser uma ameaça. Qual a ameaça que o Movimento LGBT oferece contra os cristãos fundamentalistas? Se observarmos sob o ponto de vista do movimento LGBT, a resposta é nenhuma, simplesmente são preconceituosos. Se vermos sob o ponto de vista desses cristãos, eles veem o gay como uma ameaça aos princípios cristãos da família, da procriação e dos anseios divinos. Mas se tivermos uma visão fria e crua dessa ameaça, a luta que os fundamentalistas cristãos travam contra o movimento LGBT, é que estes acham ser uma questão de sobrevivência para eles do próprio cristianismo, personificando no gay a culpa pela cultura sexista ao qual vivemos. Para estes, os jovens são objeto de disputa, pois estes renovariam o cristianismo e o manteria vivo. Eles ainda acreditam que o movimento LGBT está mais alinhado à juventude do que a igreja, pelo comportamento, estilo de vida e liberdade sexual. Claro que esses fundamentalistas erram a mão ao considerar a comunidade LGBT como alvo de críticas e culpados pelas heresias que ocorrem, pois o mal não está na sexualidade da pessoa e sim em seu caráter, em sua índole. E assim como existem gays de excelente índole, existem cristãos ortodoxos de péssimo caráter. Assim, temos a caracterização de um rotulismo tolo, quando analisamos o caráter de uma pessoa pela sua sexualidade ou por sua raça, ou ainda, a religião a qual pratica.

Assim, encerro este artigo respondendo ao seu título. A PLC 122/2006 não é uma lei intolerável, simplesmente coíbe a intolerância e faz com que todas as pessoas pratiquem o mesmo que almejam: o respeito.

PLC122/2006 – Texto Atual

Projeto de Lei da Câmara 122, de 2006

Altera a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, e o § 3º do art. 140 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para punir a discriminação ou preconceito de origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, e dá outras providências.

Art. 1º A ementa da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação: “Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)

Art. 2º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com as seguintes alterações:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)

Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares ou locais
semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Parágrafo único: Incide nas mesmas penas aquele que impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público de pessoas com as características previstas no art. 1º desta Lei, sendo estas expressões e manifestações permitida às demais pessoas.(NR)

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.”
(NR)

Art. 3º O § 3º do art. 140 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
………………………………………………………”
(NR)

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Este texto é o que tem prioridade na votação. É o substituto apresentado pela Senadora Fátima Cleide em outubro de 2009.

Extraído de http://www.plc122.com.br/plc122-2006-texto-atual/ em 21/04/2011 – 16:21

Uma tragédia inexplicável

O Brasil acompanha com perplexidade a tragédia ocorrida na última quinta-feira, 07/04. Um homem chamado Wellington de Oliveira, invade armado a escola municipal Tasso de Oliveira, no bairro do Realengo no Rio de Janeiro e atira nos alunos, a maioria meninas e depois se suicida, levando consigo mais 13 vidas inocentes. Este trágico episódio, nos mostra o grau de insanidade a que estamos vivendo. A começar pelas condições em que este ato triste ocorreu, pelo perfil do assassino e das vítimas, e pelas ligações com religião, é difícil esclarecer as suas causas, sem antes buscar mais provas e evidências da sua personalidade.

As informações, são desencontradas, mais pela tentativa do assassino em esconder evidências e pelo caráter ávido da imprensa em buscar informações sobre o ocorrido. Assim surgem inúmeras hipóteses que informam sobre as causas do ocorrido. Bullying, sexualidade, religião e loucura entram no repertório de razões pelas quais levaram Wellington a cometer tal atrocidade.

Mas é preciso entender que é preciso detectar e buscar tratamento para pessoas com comportamento anti-social, como foi o caso de Wellington. Estava claro que indivíduos com esse tipo de comportamento precisam de ajuda para que não se tornem elementos nocivos à sociedade.

Mais do que a ajuda que é necessária, é preciso estabelecer que ajuda deve ser feita e quem está ajudando, pois uma ação indevida no intuito de ajudar pode agravar a situação em vez de melhorar.

Vi que algumas igrejas ajudam pessoas neste caso, mas em alguns casos utilizam de praticas de forte disciplina e alienação. Esta prática pode se tornar uma bomba de efeito retardado, pois esta alienação poderá confundir ainda mais essas pessoas e fazer com que estas se tornem fundamentalistas e agressivas a ponto de justificar conceitos religiosos para realizar atos de insanidade e inconsequência.

#prayforjapan

11 de março de 2011 foi um dia negro para o Japão. Um tremor de forte intensidade, seguido de um tsunami, devastaram diversas cidades a nordeste do país, deixando um rastro de destruição e morte.

Mas o pior estaria por vir. A usina nuclear de Fukushima I foi duramente atingida pelos tremores e tsunami, entrando em colapso, com sistemas de refrigeração dos reatores comprometidos. Se seguiram explosões nos prédios dos reatores 1, 2 e 3 e incêndios no reator 4. O drama japonês e o clima de medo de um acidente nuclear de grandes proporções, tornaram-se riscos reais de desastre.

Um esforço desesperado dos técnicos e engenheiros japoneses para evitar um desastre radioativo ainda maior beira o heroísmo. Níveis de radiação acima do normal foram detectados até em Tóquio, mas sem causar risco as pessoas.
O notável é a atitude do povo japonês. Um comportamento sereno e exemplar observa-se no povo, que mesmo assustado, procura manter uma vida normal, juntando forças para reerguer o país. Entretanto, falta comida, combustível e eletricidade.

O que impressiona é a quantidade de notícias ruins da tragédia, num interminável pesadelo. Nunca poderia imaginar que, 66 anos após a hecatombe nuclear de Hiroshima e Nagasaki, a radiatividade assolasse novamente o solo japonês.

Logoff

Hoje começa uma vida deslogada de redes sociais e de mensageiros instantâneos. A frugalidade e a insipiência destas ferramentas me inclinaram a tomar essa decisão. Vivi muito tempo imerso neste universo paralelo e percebi que o mundo virtual é muito mais superficial e perverso que a realidade que vemos em nossas vidas.

Pelo ambiente livre o qual a internet se insere, há pessoas que desejam viver o que não são. Isto cria um ambiente ilusório de alienação ao qual pelo aspecto viciante, nos arrasta para um estágio de paranóia e afastamento da realidade. Esta realidade pode causar demência social e nos induz a erros e ao isolamento social. Ter amigos virtuais sem um vínculo real é perigoso, pois não sabemos quem estamos nos relacionando. O mascaramento da real personalidade por meio de personagens ou avatares nos expõe ao risco de ter nossas vidas expostas a pessoas mal-intencionadas. Por outro lado, o caráter livre e anárquico da internet nos induz a ter uma atitude também livre, mas revelando intimidades por considerarmos a internet uma espécie de “oráculo”, que aparenta preencher nossas lacunas e satisfazer nossas necessidades, gerando assim, uma relação íntima.

O papel da internet hoje é, apesar dos inconvenientes, importante. Trata-se de uma nova mídia com peculiaridades bem dinâmicas, o qual requer conhecimento e discernimento para que não se transforme numa ferramenta de alienação. Assim, o uso adequado da internet e das redes sociais são necessárias para que haja um grau de conscientização das pessoas sobre seu uso.

As redes sociais permitiram que grupos com interesses comuns pudessem se reunir e se organizar. Movimentos de ajuda humanitária, de defesa de interesses de minorias, de lutas contra discriminação, e até movimentos de apoio a causas polêmicas como a legalização da Maconha e a favor do aborto ganharam espaço com a internet. Entretanto, abriu-se espaço também para grupos que defendem o preconceito, o moralismo, a incitação ao sexo, à violência e ao consumo de entorpecentes, e até mesmo grupos racistas e neonazistas, gerando conflitos freqüentes e também um questionamento se não seria necessário um controle sobre o conteúdo divulgado na internet.

Sabemos que tudo o que há na internet em conteúdo são criações de pessoas, de correntes de pensamento humano distintos. E são essas correntes que tornam a sociedade humana algo tão complexa, plural, paradoxal, e tudo isto nos opõe razão e emoção, ideologias primitivas e contemporâneas, impulso e calculismo, que são todas as características próprias do ser humano. Mas o nível de embate que a internet proporciona nos coloca a um estado de atrito constante e cada vez mais intenso, de modo que conflitos acabam por eclodir mais rapidamente.

Dada a esta complexidade, foi importante eu promover um hiato a este universo. Eu preciso entender novamente o mundo real ao qual estava perdendo contato devido às rotinas habituais e ao universo paralelo que a internet me propiciou. É preciso digerir novamente as informações que recebo, e também, realizar uma releitura de uma nova realidade, que está cada vez menos conceitual e mais dinâmica. Não podemos perder nossa personalidade e nossa essência, é preciso um tempo para que essa personalidade se consolide e deixe de ser suprimida por ideais tão conflitantes e consonantes.

A Resposta

Fui questionado sobre a derrota do Corinthians para o São Paulo, hoje. Eis a resposta:

Não me preocupo com isso. Sabe por quê? Porque o Corinthians, quer queira quer não, existe. Se não fosse o Corinthians, a paixão avassaladora que existe nos estádios não existiria. Se não fosse o Corinthians, suas derrotas não seriam mais amargas, nem suas vitórias mais doces. Vocês vivem, mesmo que involuntariamente, em função do Corinthians. Se comparam com o Corinthians, sentem prazer em ser melhores do que o Corinthians. Pois o Corinthians é um parâmetro de comparação. Tudo se compara, até os fracassos. Por mais que vocês não concordem, admitam: vocês amam mais os seus clubes por odiar o Corinthians.

E assim, se cumpre um verso do hino corinthiano, o último: “És do Brasil, o clube mais brasileiro” E não é que o amor de sua torcida e o ódio dos rivais tornaram o futebol, uma paixão brasileira? Isto é digno de orgulho. Orgulho que vocês nunca sentiram e nem sentirão, pois sua paixão vem do ódio, não do amor.

Este final de semana foi marcado pela visita de Barack Obama ao Brasil onde ele, sua família e comitiva foram recebidos pela presidente Dilma Rouseff. O encontro permitirá uma aproximação entre os dois países, onde existiram alguns atritos durante o governo Lula.

Nota-se uma mudança do discurso brasileiro. Um discurso mais conciliador do que impositivo. Isto, pois a postura de Lula na política internacional, de contraponto, de crítica, fez com que houvesse uma abertura do mundo ao Brasil, sem contar os avanços que o país produziu nos últimos 16 anos, e assim, desponta como um país de futuro, o qual muitas potências mundiais querem se aproximar.

A postura inicial de Dilma parece convencer os grandes líderes, inclusive Obama, de que a postura de crescimento brasileira não é expansionista e sim conciliadora e que grandes acordos de livre comércio começar a eclodir. Também pode ser possível que a Rodada de Doha possa voltar, mas é cedo para afirmar. Tudo indica que o Brasil parece dar as cartas.

Obama tenta conter uma crise em seu país, ainda afetado pela quebradeira dos bancos. As crises que ocorreram nos Bancos Nacional, Econômico, Bamerindus e Banco Santos, tornaram as regras de gestão bancária mais rígidas no Brasil e isto fez com que o país passasse incólume pela crise. Também favoreceu o fato que que boa parte dos recursos dos bancos e empresas são captados aqui no Brasil e haver um grau de investimento e capital especulativo baixos, o que reduziu possibilidades de ações podres desembarcarem aqui. Acrescente a menina dos olhos do Brasil. As descobertas do pré-sal, juntamente com o etanol e hidrelétricas, tornam o país na maior matriz energética do mundo, e isto faz com que se torne atraente a diversas partes do mundo, pois pode ser a energia motriz que o mundo tanto precisava para sair de vez da crise.

E o ato de Obama em vir ao Brasil, mesmo que criticado pela própria imprensa americana, poderá se tornar um ato heroico. Pois tendo um parceiro de peso em seu próprio continente, os EUA poderão se opor à China, que possui práticas econômicas que tornam o mundo cada vez mais dependente de seu desempenho.

Tratam-se de novas formas de poder, que podem se tornar poderes convergentes. Uma nova ordem global começa a emergir e para que isto ocorra, é preciso união de forças, mas que estas forças não visem obter vantagem umas sobre as outras de forma competitiva e sim de uma forma conciliatória, em um relacionamento mutualista e evolutivo.

Por outro lado, vemos que poderes totalitários estão em crise. Muammar Kadaffi parece chegar ao fim de seu poder. Um poder que o isolou totalmente, pois considerava que o poder econômico suplantaria outras formas de poder, mas é um ledo engano. O mundo mudou e ficou evidente que o poder em detrimento do sofrimento alheio é de uma covardia comparável ao holocausto.

Assim, o mundo ensaia uma mudança de postura e pensamento e enfim, começa um novo tempo.

Blogs Do Kazzttor Agora Nas Redes Sociais

Novidades do Blog do Kazzttor! Agora você pode compartilhar o link permanente do post no Twitter (abaixo) e no Facebook (logo depois do título do artigo). Assim, você pode compartilhar com seus amigos e seguidores os textos deste humilde blog.

Uma nova ordem

O mundo vive uma nova ordem política e ideológica. O que ocorre no Oriente Médio é um reflexo do efeito nefasto da concentração de poder. Governos absolutistas vem caindo um a um graças à mobilização popular e o uso de redes sociais e internet. Uma nova ordem se consolida e uma revolução silenciosa ensaia surgir no mundo.

Mesmo com os desejos e anseios individuais, ainda se sobrepõe a vontade coletiva. As redes sociais possibilitaram que pessoas com interesses comuns pudessem se reunir e se organizar, não importa onde estejam. E quando uma coletividade se organiza, esta cresce e se consolida, tornando forte e atuante na defesa de seus interesses.

Exemplos não faltam aqui e no Exterior. Mas o papel que as redes sociais exercem sobre movimentos coletivos os amplificam e os abolem de limites.

Uma revolução no Futebol Brasileiro

Enquanto o C13 fecha com a RedeTV e os dissidentes fecham com a Globo, vemos um marasmo e e uma realidade cruel que nos desestimula a acompanhar o futebol brasileiro, de tamanha escória que se formou nesta organização. Frente a isto, fiz o seguinte comentário em um blog:

Pobre o país que se vê dependente de um cidadão Kane.

O poder da bola corroeram suas mentes, amigos. Nunca vi tamanhas bobagens escrotas nos comentários. Para começar, é muita estupidez achar quem clube vive apenas de direitos de transmissão televisiva e se o clube que você torce pensa assim, ou mude de time ou proteste contra a direção deste clube.

Os clubes europeus possuem estratégias de marketing mais voltadas ao torcedor. Para se ter uma ideia, Barcelona e Real Madrid, por exemplo, possuem milhares de SÓCIOS, com direito a voto e tudo, não essa palhaçada de SÓCIO-TORCEDOR que inventaram aqui, que é um torcedor que não tem voz e nem vez nas decisões do clube. Assim esses canalhas chamados cartolas mandam e desmandam e fazem mesquinharias que põem seus clubes à falência e seus torcedores à vergonha.

Não existe monumento maior à essa estupidez gerencial que contamina o futebol do que C13, Globo, CBF e essa disputa imbecil. Não poderia fazer como a FIA? Criava uma agência de Televisão, que criaria toda a estrutura televisiva padronizada e licenciava a TODAS AS EMISSORAS que tivessem interesse em transmitir? Uma FOM do futebol brasileiro, que tal?

Ou ainda, POR QUE NÃO SINCRONIZAR O CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO COM O DO FUTEBOL EUROPEU, PARA ESTANCAR A SANGRIA DE CRAQUES NO MEIO DO BRASILEIRÃO? Já repararam que nossos principais jogadores vão embora do principal certame do país no meio do campeonato, prejudicando clubes e o torcedor, esvaziando a disputa e tornando um campeonato de quem segura mais os jogadores, vence?

Por que não organizar essa zona de futebol brasileiro criando uma estrutura hierárquica de torneios? Que palhaçada de Séries C, D, E, F… Poderia criar uma estrutura em que torneios estaduais e regionais valessem vagas para as copas do Brasil e no máximo Série C. E quem disputassem os torneios nacionais não disputariam os torneios regionais/ estaduais, permitindo assim que houvesse brasileirão o ano inteiro, com jogos apenas nos finais de semana (Série C na Sexta, Série B no sábado, e Série A no domingo), podendo colocar a Copa do Brasil somente às quartas-feiras, e às 21:30 da noite no máximo (QUE SE DANE A NOVELA).

Já pensaram em protestar, amigos? Em vez de gastar as suas energias insultando uns aos outros com seu orgulho infantil de torcedor burro, por que não fazem algo inteligente? Comprem o ingresso, e em vez de entrar no estádio, fiquem na porta, protestando contra a má-gestão de seus clubes.

Essa coisa imbecil de violência no futebol é uma estratégia dos próprios clubes que financiam e apoiam as torcidas organizadas, para criar uma política de ódio, desviando a atenção de suas torcidas para que não se voltem contra suas falcatruas, roubalheiras e desmandos. ABRAM OS OLHOS, CONSULTEM OS FATOS!

O QUE ESPERAM PARA UMA REVOLUÇÃO NO FUTEBOL BRASILEIRO? CONTINUAR NO CONTROLE REMOTO? OU ASSUMIR O CONTROLE?

Como imaginei, o autor do blog não publicou o comentário. Entretanto, o registro está aqui.

Nasce uma nova ideia

Desde ontem, estive pensando em uma ideia de TCC, apesar de faltar ainda muito para chegar ao termino da minha facul. E me enveredei por uma ideia que comecei a desenvolver com a prática que adquiri com o ofício de professor de informática. Percebi que com um trabalho dinâmico e audiovisual, é possível passar mais conteúdo em menos tempo. Daí, ao assistir a uma aula na faculdade notei que a tecnologia pode nos ajudar no aprendizado. Esta ajuda entra em duas frentes: torna legal o que é chato e torna rápido o que é lento.

O grande problema que temos é o uso isolado de soluções de tecnologia nas problemáticas atuais. Não se trabalha, por exemplo em um conjunto sistemático e integrado de soluções que visam mitigar totalmente as questões. E este é o norte, a meta que irei perseguir neste estudo. Além de ser um estudo, é uma proposta ousada: desenvolver um projeto tecnológico de ensino que possa ser implantado rapidamente em todo território nacional, que não seja caro, que seja rápido e moderno, e que permita o desenvolvimento de um ensino de qualidade que atenda a características regionais e cognitivas individuais. Um projeto ousado. Talvez um legado para o país. Ou ainda uma grande bobagem. Mas o certo é que é uma ideia que irei investir e também dar inicio imediatamente.
Pena que ainda estou baqueado por causa da sinusite e das questões sindicais. Mas não há mérito sem esforço.

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Ronaldo

Só mesmo um louco para entender um fenômeno chamado Ronaldo. E ao lembrar da primeira vez que ouvi falar de seu nome, quando tinha ainda meus tenros 12 anos em 1993, e achar que só mesmo um louco para ser artilheiro do campeonato brasileiro daquele ano, de marcar cinco tentos em um único jogo, e tudo isso com apenas 17 anos. Só mesmo um louco de ser um goleiro que deixa a bola no chão diante dele, em uma cena memorável em que rápido como uma serpente, toma-lhe a bola e o coloca no lugar onde sempre deveria estar.

Só mesmo um louco para vê-lo sendo o mais jovem campeão mundial de futebol, superando o atleta do século. Só mesmo um louco de ir para a Europa e conquistar várias nações com o seu talento: Holanda, Espanha e Itália; atraindo multidões para ver suas memoráveis jogadas e seus gols fantásticos.

Só mesmo um louco de achar que ele estava acabado, que seus joelhos o levariam ao fim de sua odisseia. E só mesmo a loucura para explicar sua arrebatadora redenção, a loucura que todos nós sentimos quando venceu Oliver Khann por duas vezes e nos trouxe o penta.

Só mesmo um louco para entender sua vida louca: baladas, noitadas, mulheres, confusão, escândalos… E assim, da loucura vieram os problemas.

Mas foi-se juntar a um bando de loucos para curar-se de todas suas enfermidades e exorcizar todos os demônios que enlouqueciam sua vida. Uma paranoia delirante tomou conta de uma fiel nação, que se encantou com seus gols antológicos, suas jogadas geniais, seus lances sensacionais, acendendo no coração da nação fiel um grito desabafado de liberdade. Como eu fiquei louco de encanto e felicidade com aquele golaço contra o Santos, o qual até Pelé aplaudiu! Como fiquei louco com aquele gol decisivo contra o Inter, na final da Copa do Brasil! Momentos histéricos de felicidade e lembranças com lágrimas de alegria, e agora, saudade.

Mas o guerreiro não era mais o mesmo, e só mesmo um louco para tentar lutar no sacrifício, e assim, a estrela diminuia seu fulgor. A paixão nos leva a insanidade, uma insanidade louca de esquecer tudo o que foi feito por este fenômeno do futebol brasileiro. E perseguido, cansado, e sem ter mais forças, o artista saiu de cena.

Ronaldo é motivo de lágrimas de alegria e tristeza. Não existe paradoxo maior que este? Parece loucura. Mas toda genialidade foi antes chamada de loucura. Mais um paradoxo. Ronaldo entra para a história como aquele que chega ao status de mito ainda vivo. Um homem que lutou por aquilo que amava e será lembrado para sempre como Fenômeno.

Obrigado, Ronaldo. Já fez o bastante para estar eternamente dentro de nossos corações.

Sem Titulo 25/1/2011-14:2

Mix do Kazzttor (Janeiro de 2011)

Playlist:

01. Studio Apartment & Monique Bingham – Flight (Franky Rizardo Remix DRM)
02. Shakira – Loca (Michel Cleis Latin Remix DRM)
03. Enrique Iglesias – Tonight (Chuckie Remix DRM)
04. Bruno Barudi and Adriano Pagani – Oba Oba (Original Mix)
05. Hommer – Hands Up (Original Extended)
06. Mister Jam & Eliza G – Love Is Unbound (Boomboxx Club Mix DRM)
07. John Jacobsen & Dennis Ferrer – Hey Hey 2011 (Alex Dubbing Rework Mix DRM)
08. Mitomi Tokoto – Sax Arena (Original Mix DRM)
09. R.I.O. – Like I Love You (Extended Mix DRM)
10. Milk & Sugar vs. Vaya Con Dios – Hey Nah Neh Nah (Milk & Sugar Vocal Mix DRM)
11. Ida Corr – What Comes Around Goes Around (Club Mix DRM)
12. Steve Forest & Elvis Presley – Blue Suede Shoes (Melody J Extended Mix DRM)
13. Carrapicho – Tic Tic Tac (Twinzz Project Remix 2010)

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