Hdtv Ainda Engatinha No Brasil

Realizei uma pesquisa sobre o conteudo de televisão em alta definição no Brasil e o resultado foi desanimador. O mais interessante é que nem precisei apurar de emissora em emissora o conteúdo, pois já havia um estudo pronto na rede. O autor do levantamento foi Gregori Pavan que publicou os resultados em seu blog. Mas não apenas houve uma apuração, como também uma análise dos resultados. É claro que é possível também por nós, telespectadores e também entusiastas de tecnologia, analisar também estes números. O quadro abaixo, extraído dos resultados desta pesquisa também indica uma análise das perspectivas para o HDTV no país:

Emissora Horas de HDTV em Dez/2009 Horas de HDTV em Jun/2010
Total Produção Própria Prod. Terceiros Total Produção Própria Prod. Terceiros
TV Cultura N/A N/A N/A 15h 55m 15h 55m
SBT 29h 45m 20h 9h 45m 28h 35m 21h 20m 7h 15m
Globo 20 h 9h 11h 44h 41m 14h 10m 30h 31m
Record 1h 15m 1h 15m 11h 20m 3h 35m 7h 45m
Rede TV! 161h 40m 153h 55m 7h 45m 155h 20m 145h 20m 1h
Band 74h 50m 65h 20m 9h 30m 98h 10m 85h 40m 12h 30m
MTV N/A N/A N/A 37h 31h 6h
Rede Vida 23h 10 m 23h 10 m 30h 30h

De fato há um grande desafio para as emissoras de televisão no Brasil para tornar sua programação HDTV. A Rede TV, foi a pioneira e inclusive é a primeira emissora do mundo a transmitir em 3D. Mas grandes e tradicionais emissoras como Globo, SBT, Band e Record estão decepcionando pelo conteúdo muito escasso em HDTV.

A Rede Globo é um caso particular pois possui potencial para isso, porém, nota-se que somente os estúdios do Rio de Janeiro possuem todos os requisitos para a gravação de programas de auditório em alta definição. Os estúdios de São Paulo, responsáveis por quase a metade da programação de auditório da rede não transmitem em HD. Somente uma das novelas da rede carioca é transmitida em HDTV e hoje o horário das 19:00 estreia mais uma novela com esta tecnologia, o que deve impulsionar a programação. Além disso, algumas séries e programas como o Zorra Total, que poderiam ser transmitidos em HD, não o são.

As redes de televisão terão o maior desafio com o jornalismo. De fato, temos um grande problema, pois o jornalismo é extremamente heterogêneo, quanto ao conteúdo e as formas de registro. É muito difícil fazer um investimento muito pesado em equipamentos para o jornalismo, para que este se adeque ao padrão HDTV. Alguns telejornais como os da Band e os da Rede TV já são transmitidos neste formato, mas somente a parte dos apresentadores é transmitida dessa forma, pois as reportagens ainda são gravadas em baixa definição.

De resto, é possível reverter esse quadro. As emissoras brasileiras tem capacidade de adequar a essa norma, mas é necessário um esforço gradual e contínuo para que as pessoas que adquiriram tevês de alta definição possam, de fato usufruir deste advento tecnológico.

Obrigado, Espanha!

A decisão da copa do mundo me deixou satisfeito. Isto pois uma copa do mundo costuma seguir as sombras da copa anterior. A sombra do futebol feio, porém eficiente, do título italiano em 2006 assombrava o Soccer City naquela noite de 11 de julho de 2010. E assim foi o tom desta copa até então com partidas violentas e futebol pragmático de muitas das consideradas favoritas, e assim, uma a uma, foram sendo eliminadas: primeiro a França, depois a Itália, Costa do Marfim, e seguindo esse triste cortejo se foram Inglaterra, Portugal, Brasil (infelizmente, mas com justiça), Argentina, e restou o último dos pragmáticos: a Holanda.

O time holandês é de um pragmatismo irritante. Não ataca, contra-ataca com uma jogada bem manjada. Mas joga nos nervos adversários. Joga sujo, de forma desleal, com muitas faltas, algumas de violência desnecessária, de modo a desestabilizar o adversário e se aproveitando do pior nível de arbitragem das últimas copas do mundo, que não pune, sendo conivente com um jogo sujo de um time que joga como vilão. Infelizmente a seleção brasileira caiu no seu jugo, da mesma forma que tentaria contra a Fúria, felizmente em vão.

O futebol do time espanhol é ofensivo, bem tocado e bem jogado, sem destacar um ou outro e sem jogar todas as fichas nas costas de um jogador. Um time que dá gosto de ver e torcer. Mesmo assim, era uma tarefa herculínea. Vencer um time que não joga e não deixa jogar é um exercício de paciência, quase como um jogo de xadrez que em alguns momentos quase se fez em xeque, não o sendo graças a Casillas.

E assim o jogo foi à prorrogação, sem mudar o panorama do jogo: ataque de guerreiros contra defesa de brucutus. Até que faltando poucos minutos para o final da prorrogação, o momento derradeiro: o gol espanhol selou a derrota do pragmatismo, dos pseudo-tecnicos, da arrogância, da violência, do futebol defensivo e sem emoção. Uma resposta ao futebol de resultado. Uma resposta ao time que não joga para ganhar. Um basta ao futebol que não empolga, que não emociona.

A emoção do título espanhol foi a legítima emoção do futebol. Uma emoção que esperamos ver de novo pelo time brasileiro em 2014.

O Topo

O topo. Lugar dos vencedores. Lugar daqueles que almejam a felicidade. No topo o mundo se faz visto, e é nele que temos uma visão da Terra, logo abaixo e do universo, logo acima. Será que estando no topo, estaríamos mais próximos de Deus? Estaríamos mais próximos da origem de tudo? Mas nós, seres humanos, tão frágeis e voláteis, não podemos nos contentar ao solo sobre nossos pés? Queremos sempre estar acima, acima de todas as coisas, do bem e do mal. Assim o topo se torna um lugar infinitamente pequeno. Pequeno a ponto de se reduzir a um mirante, onde avistamos novos horizontes. Mas o topo também pode ser uma pequena glória. A glória de viver, de fazer viver e ser importante, pelo menos a nós mesmos. Pule! Cante! Faça acontecer! Saia de casa! Há um mundo imenso lá fora a ser descoberto e a ser visto! Planeje uma viagem, mesmo que seja a um lugar próximo. Contemple cada paisagem, pois muitas vezes não notamos a beleza que há nas coisas mais simples os quais o cotidiano nos impede de contemplar. Alimente sua memória de momentos felizes. Crie, mesmo que parecer bobagem! Pois o acerto sempre surge após muitas tentativas! Tome coragem, erga a cabeça e vá a luta! Tente fazer um mundo diferente, pois a diferença é que faz a diferença. Discuta! Critique! Seja a voz dissonante quando não concordar com algo, mesmo que seja voto vencido, pois não significa que você é um inimigo do senso comum, e sim amigo do senso crítico e, ao mesmo tempo, teve a personalidade de dizer o que pensa. Não se pode vencer sem lutar. Não se pode chegar ao topo, sem mover seus braços, pernas, voz e coração para chegar até lá. E quando chegar, sorria! O sorriso é a forma de exibir sua satisfação diante de um momento vitorioso. Faça do seu dia um dia de glória, e a cada passo adiante uma vitória a ser comemorada com um grande, mas sincero, sorriso.

The Day After – Fim Do Sonho Do Hexa Em 2010

Cabeças frias, hora de escrever. Nunca é bom fazer uma reflexão sobre alguma coisa sob nervos exaltados. Ontem foi o fim de um sonho. A seleção brasileira de futebol foi eliminada da copa do mundo ao ser derrotada pela equipe holandesa pelo placar de 2 a 1. De fato, tenho a conclusão de que se tratava de uma tragédia anunciada a qual custávamos a acreditar, iludidos pela sensação, agora inexistente, de que o nosso futebol é o melhor do mundo. Houve erros, os quais a imprensa cansou de evidenciar, mas o principal deles foi o fato de a equipe que disputou este mundial não possuir as características que consagraram o nosso futebol. Mas derrotas acontecem, vida que segue, bastando apenas “sacudir, levantar a cabeça e dar a volta por cima”.

O que de fato me preocupa não é a copa em si, mas a hipocrisia que existe no Brasil em torno do futebol. Se tivermos nosso orgulho ferido por causa de uma eliminação de copa do mundo, então temos muito pouco orgulho de nós mesmos. O Brasil tem muitos atributos positivos, assim como muitas ações a serem feitas para corrigir nossas deficiências. Portanto dirigir todos os nossos esforços a uma partida de futebol se assemelha a um ópio viciante e venenoso, nos entorpecendo e matando nossa brasilidade aos poucos. Apesar de termos uma situação econômica favorável, temos problemas sociais crônicos, falta de conteúdo de nossa geração, além de um consumismo desenfreado com ausência de valores éticos, os quais são parte de problemáticas que envolvem e corrompem nossa sociedade como um todo.

Por toda essa hipocrisia e valores ruins, é inadmissível considerar a derrota brasileira na copa como uma tragédia. Enquanto o chorávamos a copa, milhares de pessoas em Alagoas e em Pernambuco estão sem ter onde morar, o que vestir e nem o que comer, devido à enchente que castigou a região. Enquanto chorávamos a copa, alguns políticos tentavam passar por cima, na justiça, da lei Ficha Limpa. Enquanto chorávamos a copa, famílias se despedaçam pelo drama da droga e da violência, que destrói vidas de muitos jovens. Prefiro chorar a dor da intolerância e da ignorância do que chorar um gol holandês. Prefiro chorar por aquilo que não queremos ser, por aquilo que deixamos de ser. Não devemos ser hipócritas. Temos uma realidade que 200 milhões podem mudar e não apenas 23. Vamos sair da TV e ir à luta, pois 2014 está logo ali e precisamos pelo menos deixar a casa limpa para o mundo entrar.

E Agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio – e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, pra onde ?

Carlos Drummond de Andrade

Juventude Sem Rumo

Imagine a seguinte situação: você ouve uma música pois acha legal o ritmo e suas batidas, sendo o som dançante e contagiante. Para memorizar a música, começa a cantá-la. E não se dá conta de que está engolindo uma mensagem torpe, vulgar e criminosa. É esse o ciclo do funk.

Infelizmente em nossa juventude, a embalagem tornou-se mais importante que o conteúdo. O recente caso das pulserinhas coloridas denota a superficialidade das ações de nossos jovens. Muitas pessoas, meninos e meninas, utilizavam as pulseiras sem saber o seu significado.

A juventude brasileira de hoje está vaga de ideologia. Seus ideais, manipulados pela mídia, são consumistas, egoístas e inconsequentes. A loucura, a insanidade e a ausência de causas coletivas coerentes a serem defendidas, tornaram o discurso do jovem inóquo. Nossa sociedade precisa do apoio da juventude, mas esta se abdica de seu poder, fantasiando em um universo fútil e paralelo, talvez temendo os fantasmas vividos por gerações passadas.

Historicamente vivemos na repetição incessante de fórmulas gastas, os quais tolamente insistimos em usá-las. O humor de bordão, o hábito de “julgar o livro pela capa”, ou de abdicar da opinião própria por aceitação social, tudo isso são sintomas de uma juventude sem rumo e sem orientação. O fato é que nunca existiu e nem existe uma figura ao qual possam se espelhar e tomar como exemplo e isto faz com que se identifiquem com qualquer voz que tumultue o status quo estabelecido, que por sua vez, absorve esta voz através do modismo.
É importante que se tome uma atitude frente a isto. Mas esta ação deve ser coordenada por todos os elementos significativos de nosso corpo social: governo, mídia, imprensa, sociedades de classe, iniciativa privada, instituições religiosas, culturais e de ensino, além da própria sociedade civil, para que num esforço coordenado e coletivo, possam reverter esse quadro.

O Que Esperar Do Brasil Nesta Copa?

Em 11 de maio de 2010, a exato um mês para o início da copa do mundo de futebol, o técnico Dunga apresentou a lista dos 23 jogadores convocados para o escrete canarinho neste certame. A revelação dos nomes, por não haver surpresas, nem sequer nomes aclamados pela crônica esportiva e pelo clamor popular, gerou polêmica e debate que rendeu vários dias. A grande questão, que acabou se tornando o termo de praxe pelas declarações do treinador brasileiro, e dos debates em torno do tema, é a coerência. Será que Dunga foi coerente ou teimoso ao escolher seus convocados, se muitos deles não atravessam em boa fase, se recuperam de contusões, ou ainda amargam a reserva em seus clubes? O resultado de tudo isso é uma incógnita. Se Dunga tinha a intenção de ser confuso com termos exatos, assim como diria o Chacrinha – “Eu vim para confundir, não para explicar”, conseguiu. Mesmo com três anos e meio de testes e escolhendo os jogadores os quais considera ideais, as condições destes mais o panorama do futebol brasileiro, levam o futuro de nosso escrete na copa ao buraco negro da dúvida e da incerteza. O grupo em que o time brasileiro se encontra é equilibrado, e pode ser um bom teste inicial a seber se este time, que vem de um bom retrospecto de fato vingará neste certame. O que é possível afirmar é que Dunga terá de superar a tudo e a todos para se firmar como um grande treinador, e este é um momento propício. Das duas uma: conseguirá levar o Brasil ao hexa e se consagrará, ou amargará uma campanha sofrida e vexatória, com saídsa precoce, e amargará o ostracismo.

O (re)advento Da Televisão

Hoje eu li uma matéria na revista Infosobre televisão e cinema em 3D, e achei extremamente interessante a corrida dos fabricantes, produtores e emissoras de TV nesta nova tecnologia, sem contar o grande interesse e fascínio do público. O mais curioso é acreditar que foi dito que a internet e as tecnologias digitais matariam a televisão, mas o que se viu, foi que esta se reinventou. E graças à tecnologia.

A televisão é um advento que acompanhou desde sempre as tendências tecnológicas. Começou analógica na década de 20, se coloriu na década de 40 (no Brasil, a cor chegou oficialmente em 1972), e nas últimas décadas, com a tecnologia digital, virou HD e agora 3D. Experiências não faltaram, e o Brasil viveu muitas delas. A extinta TV Excelsior, foi pioneira em transmitir programas em cor no início da década de 60, em NTSC. A Rede Globo experimentou sua primeira transmissão digital na copa de 1998, como também fez sua primeira experiência de transmissão em 3D ao vivo, no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, este ano.

A web e o vídeo digital trouxeram à TV qualidade e possibilidade real de interação, considerada esta última uma grande deficiência deste meio de comunicação. Com a chegada do middleware Ginga aos receptores, a TV quebra este paradoxo de entreter sem interagir com o público. Isto proporcionaria à mídia uma riqueza de detalhes, como também permitiria às emissoras e criadores de conteúdo, um contato mais íntimo entre mídia e espectador. O fato de ser uma mídia já estabelecida e possívelmente barata, permitiria também prover produtos e serviços ao espectador com a comodidade de não sair de casa. O cinema e a TV 3D permitiriam uma forma inusitada de entretenimento com um grau ainda maior de imersão do espectador, algo que proporcionaria uma experiência ainda mais realista do conteúdo. Evidente que existem algunsempecilhoscomo por exemplo, o fato de uma transmissão em 3D requerer o dobro de largura de banda de dados, no mínimo, em relação ao vídeo em alta definição, mas podemos afirmar de fato que trata-se de um novoadventoque devemos acompanhar, com atenção, fascínio e curiosidade.

Temer E Vencer: O Paradoxo Do Fatalismo

Muitos de nós aguardamos o momento de dar uma guinada em nossas vidas. Seja na profissão, na família, ou em outras ocasiões, sempre procuramos aguardar que uma força exterior propicie um momento favorável. Quando esta força não vem, surge o descontentamento e a sensação de ser desprovido de sorte, uma vez que são poucos os escolhidos a receber uma certa “dádiva”. Por outro lado, quando uma ocasião nos ameaça de alguma forma, temos sensações e atitudes semelhantes, pois de certa forma, esperamos que uma conjunção de evidências negativas não se configurem em um fracasso.

Nossa sociedade está envolta a um exagerado fatalismo, o qual entendemos por não termos nenhuma parcela de responsabilidade pelas ações em que somos alvo, e sim a circunstâncias externas e alheias a nosso inuito. Este pensamento é ufanista e preguiçoso, pois impõe a nós uma atitude passiva ou reativa a uma determinada situação, quando deveria ser uma atitude ativa, de assumir o controle da situação.

Parte desta cultura fatalista se deve a nossas origens lusitanas, regidas firmemente pela doutrina católica, que prega a vinda de um messias, disposto a responder por nossos anseios e salvarnos de todos os males. Trata-se de uma forma de poder e dominação pois mantem uma massa, geralmente de pouca instrução racional e cultural, sob controle por meio de uma cultura de alienação, o que faz que um indivíduo temer uma possível “punição”, por agir em causa própria. Com isso, também surgiu um sentimento de dependência permanente, que é um desejo frustrado, pela ausência de elementos que quebrem essa cadeia, já que dependem de uma liderança que é punida por uma cultura que não admite líderes. Por fim, tem se o conformismo, que é a o elemento que sela esta cultura fatalista, já que mesmo com a sitação indesejada, tem-se a precepção de esta ser imutável.

O fatalismo e o conformismo são elementos em nossa sociedade que precisam ser extirpados, por representarem a causa de muitos dos males sociais. Uma atitude ativa inverte as polaridades do poder, fazendo com que dominados se tornem dominantes, e assim, transformem nosso país, naquilo que almejamos.

The Day After: Feelings

Esta é a hora de tormar partido… Hora que não se admite neutro, hora que põe pai contra filho, filho contra pai, irmão contra irmão. Os omissos serão culpados. Arranca o mofo de seu coração! Abra os olhos, consulte os fatos. Se escarneceram de sua crença, se pisaram no seu sonho, se te impuseram silêncio, se foste humilhado, se tens gritos sufocados; acorda, anda, desperta! Esta é a hora de tomar partido! Acorda, anda, desperta, e tome partido! Pelo pão da tua mesa. Por teu Deus, se tu o tens. Pela casa onde vives. Pelos filhos que virão. Por tuas palavras mortas. Por teus desejos frustrados. Pelo sangue derramado. Por afetos negados. Por lágrimas mal-enxutas. Faz cólera de seus anseios de liberdade, desperta e tome partido! Cada neutro é um oportunista, cada oportunista é um canalha. Não se serve a dois senhores, não se sorri para o inimigo…

(extraído do texto da peça Jesus-Homem, de Plínio Marcos – Adaptado)

Verdade Seja Dita

Sempre fui um apaixonado torcedor. Com a alma ferida hoje, pela dor de ver findar precocemente um sonho de uma nação agora escarnecida pelo ódio estúpido de outras torcidas. O que eles chamam de arrogância, chamamos orgulho. O que eles chamam de amor cego, chamamos de paixão. O que chamam de burrice, chamamos de lealdade. O que eles chamam miséria, chamamos humildade. O que eles chamam de ilusão, chamamos fé. O sentimento que sinto como corinthiano é o que gostaria de sentir como brasileiro, que mesmo nos momentos mais difícieis, ainda reune forças para seguir adiante. É doloroso ver a agonia e o fim. Mas da morte uma nova vida, vem vindo. É sábio ver a vida dessa forma, com entusiasmo e com coragem de enfrentar o escárnio de peito aberto, com a esperança que todos os herois possuem quando são vencidos. De que um dia, a vitória derradeira chegará.

Slow Blogger, Eu?

Surgiu um conceito muito interessante que vou compartilhar com vocês: o Slow Blogging ou blogagem lenta ou até preguiçosa. Manter um blog é tarefa para quem tem tempo. Porém nos últimos tempos meu tempo foi tomado por muitas tarefas, e por isso, não pude manter este blog constantemente atualizado. Assim, acabei me tornando um blogueiro preguiçoso. Tanto é que em meu blog ainda há mensagens de 2008, o que denota uma preguiça maior ainda em manter a minha visão de mundo sincronizada com a realidade. Mas espero retomar em breve o ritmo e voltar a escrever cada vez mais coisas.

Há 6 Anos, Uma Imagem De Mundo…

Há 6 anos atrás, mais precisamente em 16 de março de 2004, surgia o Blog do Kazzttor em http://kazzttor.zip.net. Deste tempo pra cá, muita coisa mudou: mudei de profissão (duas vezes), mudei de padrão de vida, mas não mudou algo em mim que ainda está vivo: o senso crítico. Escrever um blog pessoal é simples fútil e vazio, pois muitas vezes ao falarmos de nós mesmos, acabamos por nos enveredar por futilidades que não interessam a ninguém, o que torna nosso discurso antipático, repetitivo e inútil.

Utilizar o veículo internet tem uma missão cativante e ao mesmo tempo colossal, que é o de levar a sua mensagem ao mundo através de bits e bytes. O problema é que a internet é uma massa tão densa e crítica, que levar sua mensagem pela blogosfera seria como jogar uma mensagem dentro de uma garrafa no meio do oceano. Como resolver isso? Há anos tento resolver isso escrevendo não o que faço e sim o que vejo. Não falo de minhas ações pessoais (apesar que hora ou outra divulgo minhas realizações aqui), e sim da minha visão de mundo. E isso é uma atitude diferente e consciente em prol do conteúdo na internet que está hoje tão gasto, impróprio, inútil ou inadequado.

Continuarei mandando minhas mensagens nas garrafas de meus posts no oceano da blogosfera…

Em Reforma

Novo modelo indo para o forno… Utilizando um modelo padrão.

Era uma vez um coelho astuto e uma tartaruga corajosa. Ambos tramaram um desafio: quem completasse o percurso entre Morumbi e Diadema, no final da tarde, seria o vencedor.
E os dois competidores se foram: o coelho de carro e a tartaruga de ônibus. Apesar do trânsito, ambos seguiram com seus meios de transporte, e até que o coelho levava uma ceta vantagem, já que as paradas do coletivo eram constantes, e o ônibus rapidamente ficou lotado, a ponto de não haver espaço para ninguém, tornando a viagem da pobre tartaruga um transtorno, com lentidão e desconforto, ou seja, um martírio. Até que na Av. Cupecê, a pobre tartaruga perdeu a paciência e desceu da condução, decidida a completar o percurso a pé. Enquanto isso, o coelho estava preso no trânsito, mas poderia contar com o rádio e ar condicionado, o que faria com que sua viagem, apesar de extenuante, fosse mais tranquila.
Seguindo esta entoada, o coelho no carro, parado e a tartaruga,andando a pé e cansada, caminhava para passar o coelho, e por fim, a tartaruga, cansada, venceu o desafio, mas se sentiu tambem tão derrotada quanto o coelho, pois nesta história foram as autoridades que há 20 anos não concluíram o corredor que liga Diadema ao Morumbi e continuam dormindo.

Em nossas vidas temos de conviver com dilemas. Se queremos ver a banda da vida passar, ou se queremos, ao menos, caminhar com ela. Ter uma atitude proativa ou defensiva é uma questão de conveniência. Depende de qual atitude for mais cômoda ou não, numa determinada situação de nossas vidas, é uma questão de estratégia.
Estratégia é uma leitura da situação em que vivemos, e frente a ela agimos, ora atacando, ora defendendo, como num jogo de xadrez. Mas a vitória será determinada pela leitura correta das ações executadas, ou seja, da situação, que configura-se em estratégia. É uma interpretação cíclica: a vitória é fruto de uma boa leitura da situação (estratégia), que por sua vez, permite-se chegar de forma eficaz e definitiva a seus objetivos (vitória).
Assim sendo, se por um lado uma atitude ativa faz com que se conspire um conjunto de possibilidades positivas, ao passo que os atores da ação as criam e as controlam de forma intencional ou não, por outro lado, os de atitude passiva, não os tem, e por isso, essas possibilidades são escassas, pois não são agentes de mudança, e sim, são impactados por elas. Com efeito, temos uma cultura de ação, com o proativismo, frente a uma cultura de passividade, quando temos o conformismo, o derrotismo, e a falsa sensação de impotência, diante de uma situação o qual não se dispôs a agir.
Ser agente ou espectador de uma situação depende da estratégia tomada, mas este comportamento não deve ser permanente, sobretudo se for um comportamento passivo à situação.

Por Que Se Orgulhar De Nossos Defeitos?

Vivemos em uma sociedade em que muitas pessoas bradam com orgulho que são mal-educadas, ou que não gostam de ler, estudar ou trabalhar, ou ainda que são preconceituosos ou racistas. Qual a razão dessa inversão de papéis? Por qual motivo se valorizam os defeitos, em vez das virtudes?
Sob meu ver, a razão é cultural. Nossas ideologias são abstratas e se comparam equivocadamente com modelos históricos vividos por outros povos buscando uma identidade a qual nunca possuiu, sob estes moldes. E nestes, havia a figura do heroi, o personagem responsável por uma quebra de conjuntura, provendo a mudança de uma situação desfavorável para outra, oposta e bem-sucedida. Em nossa história, toda tentativa de ruptura foi violentamente reprimida, como nos casos de Tiradentes, Zumbi, Antônio Conselheiro, entre outros. Alia-se ao fato de outros personagens ter suas histórias distorcidas, valorizando seus feitos, sem mencionar seus danos, tais como Anhanguera, Dom Pedro I, Marechal Deodoro, Getúlio Vargas, Jucelino Kubitsheck, entre outros.
Há uma leitura errônea da história do Brasil e esta interpretação dúbia a torna inverossímil, quase ficcional. Isto posto, a faz incrédula, complexa, incompleta, fazendo com que o cidadão brasileiro não se apaixone pelo seu passado e não exprima seu sentimento de orgulho patriótico, sendo isto terreno fértil para a xenofilia, ou o sentimento de amor exagerado às culturas e comportamentos extrangeiros, dada à equivocada percepção de nulidade cultural, o que o escritor Nelson Rodrigues o batizou de “complexo de vira-latas”.
Este complexo se radicalizou nas décadas de 1970 e 1980, com a proposta educacional ambígua do regime militar e a crise econômica que seguiu, em um processo de redemocratização mal-formulado sendo agente de um caos social que somente começou a ser dissolvido na década seguinte, de forma lenta e desorganizada, sendo hoje a causa de muitos dos males sociais.

Notícia do mundo Linux. Segundo o site wiki do projeto Linux TV, está sendo desenvolvida uma nova versão do módulo do Kernel dvb com suporte a tecnologia ISDB-T e ISDB-Tsb, mas estará disponível a partir da versão 2.6.38 do kernel do Linux. Enquanto isso, a gente aguarda as novidades e quem quiser acompanhar o andamento do projeto basta acessar o log clicando aqui.

(?) Muitos dias se passam, a vida continua (filosofando)

Hoje já se passaram quase (ou mais de) 100 dias desde o décimo-milésimo. A situação continua estável, por hora, mas mudanças significativas começam a ocorrer. Pra começar, estou em uma correria danada por causa da faculdade. Como alguns dos nossos leitores já sabem, agora sou um aluno da Fatec, um privilégio que finalmente consegui alcançar depois de 4 tentativas em 7 anos. Mas percebi que não é nenhum pouco fácil cursar faculdade pública, principalmente quando se tem uma jornada de trabalho a fazer. Apesar de tudo ainda estou sendo ajudado pelo meu coordenador, o que ele deve ter visto que ainda seria muito útil na Microcamp. O único problema de lá é a burocracia e a filosofia de trabalho da escola. Mas isso é problema de comando, mas de comando geral. Enquanto o dono da rede tiver uma mentalidade atrasada, a escola sempre ficará defasada e dependente do talento dos professores. E, modéstia a parte, São Caetano do Sul tem a melhor equipe de professores, só precisava ter uma escola que lhe desse o suporte adequado a somente se dedicar às aulas.

O pior é que essa mentalidade atrasada dos executivos e empresários é fato corrente no empresariado brasileiro que é burocrata e arcaico. Eles acreditam que o lucro a qualquer custo é a chave do sucesso, uma tolice sem tamanho. Esquecem que a educação do Brasileiro evoluiu, que a sociedade está mudando e que não se aceita mais qualquer coisa, querem qualidade. Essas empresas estão fadadas a morrer. E essa é a minha torcida. Pois o velho deve ceder lugar ao novo. O novo conceito de pessoas que trabalham em prol umas das outras. Não seria esse o sonho do socialismo? E o lucro seria não o objetivo, e sim a consequência de um trabalho bem feito. Não seria esse o paradigma capitalista? Conclui-se que competição com integração é possível. Todos podem vencer nesta batalha, salvando-se todos, entre mortos e feridos.

Dois mil e oito já passou, e com ele também pode acabar todo o negativismo provocado pela crise e pelo recente conflito entre o Hamas e Israel. Hoje é dia de renovar nossas esperanças e também fazer planos para melhorar ainda mais nossas vidas. Até aproveito para fazer um trocadilho com a reforma ortográfica que começa a vigorar hoje, que está no título deste post. Procurem transformar as idéias (era a forma de escrever esta palavra até ontem) em ideias (a partir de hoje se escreve assim). Modernizem seus pensamentos e atualizem suas filosofias. Este é o segredo para tornar o ano novo promissor: ação (agora Brasil e Portugal escrevem esta palavra da mesma forma).
Nosso mundo está precisando de atitude, de atitude legítima e transformadora. Chega de modismos ultrajantes e pensamentos auto-destrutivos. Comece o ano de 2009 com atitudes novas. É assim que faremos um ano inovador. Pense nisso.
Uma coisa achei interessante em toda virada de ano. Nunca em uma passagem de ano pensamos em coisas vis, por mais vil que a pessoa seja. Nunca pensamos em querer arruinar alguém, nunca pensamos em acabar com ninguém, pensamos sempre em coisas boas, mesmo que sejam para nós mesmos. Talvez a virada de ano fosse o momento propício para redenção, para que as pessoas se redimem de suas atitudes que não foram condizentes com uma postura de pessoas de bom carater. E até pelos momentos críticos que passamos neste ano, é interessante imaginar que depositamos nossa confiança em ações que resolvam todos os problemas em 2009. Acho até coerente pois o mundo não acabou, apenas virou a página.
E virando a página que queremos que 2009 seja cheio de boas novas, cheio de ações concretas, revolucionárias e construtoras de dias mais felizes. É o que desejamos hoje.
Feliz 2009!