Todos Contra Um

Mesmo ao lamentar a perda do título brasileiro de 2010 para o Fluminense, consumado em 5/12, vejo uma situação que em escandaliza e me deixa em temor. Mesmo vendo um jogo de bastidores acusado por adversários para favorecer o Corinthians, ainda acredito que o clube paulista foi sim vítima de uma perseguição feita por clubes adversários e por uma parcela significativa da imprensa esportiva que não tem como mote o profissionalismo em sua cobertura. Uma perseguição que dá ao clube carioca o status de heroi e ao paulista o de vilão neste certame.

É temido por muitos a consolidação de um processo redentor, mesmo que contendo episódios questionáveis, após o rebaixamento em 2007. Um processo que faz cair por terra todas as estratégias até então adotadas por clubes brasileiros até então. Hoje o Corinthians, através de uma estratégia de marketing arrojada e voltada para o maior potencial de faturamento hoje no futebol, que é sua torcida, é hoje o clube brasileiro com o maior faturamento do país, ultrapassando o São Paulo Futebol Clube, e é a marca de clube mais valiosa do futebol brasileiro, ultrapassando o Flamengo. E esta forma de faturamento, similar a de clubes europeus, é o grande temor de seus adversários, pois isto exige um certo grau de transparência administrativa, e poderia tornar inviáveis mazelas que são conhecidas em muitos clubes, em que somente seus dirigentes se beneficiam delas. O grau de sucesso corinthiano somente não é maior devido às dividas herdadas de administrações anteriores.

A administração de Andrés Sanches promoveu uma redenção ao clube paulista. Mas sua ambição e gana pelo poder permitiu a ira de dirigentes de outras agremiações. É sabido de todos que é arquitetada a ida de Ricardo Teixeira para a presidência da FIFA e que Sanches almeja sucedê-lo. Há outros dirigentes peliteando o cargo, como Juvêncio, Koff, e o presidente do Inter. Notória que esta disputa entre clubes, que conta com o apoio de bastidores de pessoas ligadas a estes clubes, emissoras de TV, jornalistas, fez com que se criasse uma cortina de fumaça, institucionalizando a disputa. Quando houve o apoio da CBF ao estádio do Corinthians, e este foi o escolhido para a abertura da Copa de 2014, esta guerra se tornou um complô ideológico para tornar o Corinthians, o inimigo público número 1 do Futebol Brasileiro. Se havia uma motivação em jogar contra o Corinthians, era ampliada pelos cartolas. Se havia um lance polêmico que favoreceu o Corinthians, era visto como uma manobra de manipulação de resultados para ajudar o clube a ser campeão. Poucas foram as vezes em que enalteceu algum lance polêmico no qual o clube paulista fora prejudicado. Não podemos provar se erros da arbitragem foram intencionais ou não, mas havia uma inclinação forte da imprensa esportiva em tratar erros de arbitragem pró-Corinthians como sendo manipulações de resultados.

Conquistar um título importante no ano do Centenário seria a consolidação de um processo redentor que teve início em 2008, após a queda à série B. Desde então, houve uma reformulação do clube e uma mudança na estratégia mercadológica, tendo como foco o torcedor. Lojas temáticas foram abertas, houve um crescimento de produtos licenciados, a implantação de um sistema de sócio-torcedor, e uma negociação mais agressiva de patrocínio e direitos de imagem, inclusive tendo o maior contrato de patrocínio com a Medial Saúde em 2008, mesmo estando na série B. Pela primeira vez, jogos de um clube na série B, tiveram direitos de imagem iguais aos de clubes da série A, com jogos transmitidos em horário nobre e com recordes de audiência. As finais da Copa do Brasil mesmo com o revés para o Sport, e a partida contra o Avaí em 25/10/2008 foram as partidas de futebol com as maiores audiências em televisão naquele ano. Em 2009, com o patrocícnio da Hipermarcas e do Grupo Silvio Santos, juntamente com a contratação de Ronaldo, 2009 propiciou ao clube paulista o status de mais patrocinado do país. Com os títulos paulista e da copa do Brasil naquele ano, o clube alcançou seus objetivos para o ano seguinte, seu centenário, com 6 meses de antecedência. Em 2010, foi eliminado precocemente da Libertadores e lutou até a última rodada com chances de título, mas acabou em terceiro lugar e sem obter título algum.

Houve neste período momentos de conflito, como o ocorrido com a diretoria do São Paulo, na qual o Corinthians decidiu não mais mandar seus jogos no Morumbi. Desde 2008, que o Corinthians não manda seus jogos no estádio do São Paulo. Também houve conflitos com imprensa e o clube dos Treze. A posição antagônica de Andres, pos o Corinthians em rota de colisão com outros clubes.

Voltando no tempo, para 2005, quando o Corinthians venceu o Campeonato Brasileiro, o que muitos atribuíram ao escândalo da arbitragem revelado pela revista Veja, no qual Edilson Pereira de Carvalho foi condenado por manipular resultados de jogos, sendo que alguns jogos cruciais eram do Corinthians ou de seus concorrentes diretos, fez com que dirigentes de outros clubes, sobretudo do Internacional, questionassem o escândalo e seus desdobramentos como um golpe para favorecer o Corinthians. Em 2007, o Internacional entrou com o time reserva contra o Goiás para “entregar” o jogo, e prejudicar o Corinthians, culminando em sua queda para a série B. Foi a primeira grande “entrega” de um jogo para prejudicar um adversário na era dos pontos corridos. Em 2009, o Corinthians foi acusado de “entregar” o jogo contra o Flamengo, evidenciado pelo lance do pênalti em que seu goleiro nem pulou para defender a cobrança em que resultou em gol. Em 2010, Palmeiras e São Paulo foram acusados de entregar seus jogos contra o Fluminense para prejudicar o Corinthians.

Tudo isto desmoraliza o futebol. A briga de interesses por poder e dinheiro, além de jogo sujo, torna o esporte bretão um terreno de intrigas, dando a impressão de que vale tudo para atingir seus objetivos, até mesmo prejudicar seus adversários a todo custo. Este não é o exemplo a ser dado ao nosso povo e principalmente a nossa juventude. Estas mazelas, que se assemelham a histórias de um folhetim, não contribuem para moralizar o esporte e também o país.

Corinthians X Vasco

A Retórica E A Vanguarda

Chegamos a uma época em que o debate de ideias nos recai ao dilema de aceitar uma proposta sem objeções ou rejeitá-la categoricamente. O que influi em uma ou outra atitude é o grau de conhecimento que se tem do tema debatido, pois o conhecimento amplia a capacidade de observar alternativas, e antever suas consequências, analisando suas relações de causa e efeito. Em muitas das questões abordadas, temos dois grupos antagônicos: os retóricos, que defendem seu ponto de vista sem ter como base todos os argumentos lógicos, críveis e plausíveis possíveis, e os vanguardistas que contestam este ponto de vista procurando responder os retóricos com argumentos lógicos e embasados em afirmações pautadas pelo senso crítico e por bases de conhecimento atualizadas.

Porém vemos que o debate é permanente, pois o conhecimento é formado por informações que se atualizam permanentemente, e isto faz com que um argumento que era considerado válido em uma determinada época, deixe de sê-lo, tempos depois. Teorias permitem criar cenários que comprovam se esta é uma afirmativa válida ou não. Mas nem sempre uma teoria pode ser comprovada, apenas contestada, baseando-se em argumentos que contestam os argumentos utilizados para que uma teoria seja considerada válida. Esta relação teórica e filosófica permite explicar o que é uma pessoa conservadora e retórica: se ampara em uma teoria que mesmo deixando de ser válida, é por ela defendida, desprezando os argumentos contrários que a contestam. Uma pessoa vanguardista pode se tornar retórica, quando não admite que novas ideias venham a contestar suas ideias defendidas anteriormente, pois não permite que novos argumentos venham enriquecer ou mesmo mudar sua opinião diante de uma questão levantada.

Muitos grupos em nossa humanidade possuem comportamento retórico e ortodoxo, pois estes em vez de adaptar suas culturas a novos tempos mumificam-nas, embalsamando-as em ideias e argumentos defasados e já contestados. A estes grupos, foi-lhes abdicado o senso crítico, impedindo-lhes de questionar e contestar ideias, sob a denominação de dogmas. As organizações religiosas são exemplos do pensamento ortodoxo, mas a razão desse pensamento está mais na defesa da tradição do que ausência de interesse em propor novas ideias. Grupos não religiosos, sobretudo os políticos, por sua vez, a razão da retórica está na defesa de seus interesses, em contraposição aos interesses de grupos que se opõem a suas ideias. Estes grupos político-ideológicos alegam que seus argumentos são os alicerces que mantem vivas suas ideologias. Como os conceitos defendidos pelos retóricos já estão inseridos dentro de um contexto já estabelecido (status quo), uma possível contestação destes conceitos provocam uma reação agressiva por parte de seus adeptos. Além disso, há uma tendência natural das pessoas em tomar para si teorias e mesmo sem questioná-las, aceitá-las e defendê-las, por uma questão de lealdade ou identificação ao grupo ideológico que defende tal teoria, tornando-os ainda mais retóricos, pois estes nem mesmo sabem a razão de defendê-la.

O conflito ideológico entre o velho e o novo sempre fez parte das correntes do pensamento humano, e graças a estes conflitos, temos uma base de conhecimento, ampla, diversificada, abrangente, e em alguns casos, conflitante e ambígua. O que não pode deixar de existir é a opinião e o debate, que funcionam como tentativas de se chegar à luz da verdade, por diversas tentativas de se obter êxito. Por isso, a contestação ideológica é saudável, pois visa mostrar um ponto de vista divergente que produza uma realidade mais plausível e humanamente aceita por todos. E para que este debate exista, é necessário que exista o senso crítico, a capacidade de questionar uma ideia, de contestá-la. E é claro, que o senso crítico precisa ser estimulado por meio da reflexão e do debate. Nas escolas temos a possibilidade de desenvolver o senso crítico, de desenvolver nossa reflexão de ideias, o que permite não apenas ter contato com ideias, mas discutí-las, questioná-las, e até mesmo contestá-las, apresentendo os argumentos que justifiquem sua contestação. Mas a realidade que vivemos inibe tal prática, ora por métodos rígidos e inadequados de ensino, ora por uma cultura que privilegie a cega aceitação de uma ideia, em vez de uma postura crítica diante dela.

Por fim exautemos a postura dos vanguardistas, que desbravam o universo do conhecimento e apresentam novos caminhos a seguir. A postura crítica e ativa permite a eles, mesmo enfrentando a oposição dos retóricos, que tem em alguns casos, o apoio dos neutros, trazer uma nova realidade, mudando perspectivas e transformando pessoas e o mundo.

Teorias Conspiratórias Futebolísticas

Com o desenrolar dos acontecimentos futebolísticos, sendo o fato mais recente a eliminação do Palmeiras da Copa Sul-Americana para o já rebaixado Goiás, irei tecer uma série de teorias conspiratórias que podem ocasionar mais uma reviravolta no Campeonato Brasileiro de 2010. Acompanhem a seguir:

  • 37ª Rodada:
    • Cenário:
      • Com a derrota do Palmeiras, os jogadores terão de provar que o time não é de derrotados. Felipão cogita utilizar os titulares nos jogos seguintes, contra Fluminense e Cruzeiro e há uma possibilidade maior de um resultado indefinido.
      • Guarani pode ser o fiel da balança: tudo dependerá de uma vitória sobre o Grêmio, em Campinas. Se perder, sai de cena.
      • Cruzeiro enfrenta o Flamengo no Rio. Flamengo já está livre da degola, mas luta por uma vaga na Sul-Americana.
      • Mesmo sem Ronaldo, Corinthians enfrenta Vasco no Pacaembu. Como o Vasco é rival do Fluminense e não almeja nada neste campeonato, pode jogar sem ânimo de vitória.
    • Prognósticos:
      • Provável empate entre Palmeiras e Flu, Flamengo e Cruzeiro, Vitória do Corinthians e do Guarani. Corinthians volta a liderança.
  • 38ª (e última) rodada
    • Cenário:
      • Se os prognósticos da rodada anterior se confirmarem, Fluminense passa a depender do resultado do jogo do Corinthians contra o Goiás.
      • Se o Goiás vencer bem a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, certamente entrará em campo com time reserva e sem nenhuma pretensão contra o Corinthians, o que lhe dá ao visitante uma grande possibilidade de vitória.
      • Se o Guarani chegar à última rodada com chances de escapar da degola, jogará sua vida contra o Fluminense.
      • Se o Cruzeiro não tiver mais chances de título, a partida contra o Palmeiras será irrelevante.
    • Prognósticos:
      • Vitória do Corinthians e do Cruzeiro, empate do Flu. Título do Corinthians.

É apenas uma teoria hipotética, mas bem plausível, pois considera-se também o ambiente externo em que se encontram estes clubes.

A Triste Fôrma Da Intolerância Precisa Ser Quebrada

Presenciamos nos últimos dias, atos que afrontam a liberdade de sermos diferentes. Seja pela origem, raça, orientação sexual, vimos atos que tinham como tônica desde palavras rudes a ações violentas que deflagraram em nossa sociedade nossa face mais vil e cruel. O preconceito contra nordestinos, proferidos no Twitter, passando por fundamentalismo religioso, até culminar com atos de violência contra homossexuais em São Paulo e no Rio de Janeiro e assassinatos de mendigos no nordeste, abrem o debate para a causa da intolerância, seja de autoria de nefastos grupos neonazistas, ou até mesmo de instituições como a Faculdade Mackenzie, nos casos mais graves de homofobia dos tempos recentes. É uma realidade crítica e esta é consequência da ausência de senso crítico, que é o fator que nos permite uma percepção mais lúcida dos fatos, e tudo isso foi agravado pela insipiência dos candidatos durante a campanha eleitoral no Segundo Turno.

Quando não há senso crítico, todas as ideias, incluindo aquelas que não se amparam em valores éticos, acabem por ser consideradas como verdades. Já havia, em um artigo anterior que escrevi sobre a verdade, debatido sobre os valores que a permeiam, sendo esta ampla e irrestrita, abrangente a ponto de ser aceita por todos. Mas o senso crítico permite também contestar verdades perenes, que são aquelas que são aceitas num determinado tempo e espaço. Exemplos de verdades perenes eram termos como Feudalismo, Nazismo, Facismo, Escravismo, que eram verdades até então aceitas, num tempo e espaço definidos, mas que foram superadas por outras, que contemplavam uma gama de valores mais abrangentes e mais críveis por outros. Inclusive algumas verdades tiveram de se atualizar aos tempos para que pudessem continuar sendo aceitas, como o Cristianismo, por exemplo. Mas estamos vendo uma deturpação da verdade, com uma interpretação manipulada, para atender aos anseios e requisitos de alguns grupos. Se a verdade é única, qual a razão de interpretá-la a seu modo? O que querem com essa interpretação dúbia é confundir os incautos, e espalhar fatos caluniosos, tendo como base fatos verdadeiros, sendo uma prática nazista muito bem empregada para espalhar o ódio contra determinados grupos de pessoas. E a ausência de senso crítico, permite que essas falácias sejam aceitas como verdades, pois não são debatidas e contestadas.

O ódio é o sentimento de defesa que temos contra algo que nos impõe ameaça. E quando este ódio provém do preconceito, temos o mais primitivo e egoísta sentimento ilusório: a ignorância. As pessoas devem entender que existe uma realidade ampla, e que esta deve ser analisada com enfoque crítico e racional, observando o ponto de vista de todas as partes envolvidas até que haja um consenso. A ignorância se dá quando uma ou mais partes envolvidas não são consideradas no embasamento de seu argumento, tornando-o parcial. Ignorar pontos de vista de um fato não é apenas injusto, mas covarde. Covarde pois não oferece à parte excluída, o direito de participar do debate. A ignorância truculenta que recai sobre algumas mentes pensantes neste país joga a opinião pública em uma zona de conflito, o que é pertinente a certos grupos de nosso país que desejam poder a resolver questões importantes.

Em razão disso, é preciso encampar em uma luta. Uma luta contra esta injusta realidade onde as verdades são corrompidas, por mesquinhos ideais preconceituosos. Como se as pessoas pudessem ser moldadas em uma fôrma, a qual sejam forçadas a agir pensar e ter características iguais entre si. Mas assim como é nossa impressão digital, somos todos diferentes e agimos, pensamos e temos preferências diferentes. Vamos quebrar a forma do preconceito. As pessoas precisam ter o direito de ser diferentes e ter essa diferença respeitada.

A Verdade

Muito se discute em torno da verdade. Muitas vezes entendida como fato supremo ao qual não há contestação. Temos ao nosso redor diversas verdades, muitas delas cruéis às ideologias, muitas delas exclusivas a determinados grupos. Mas a verdade é suprema, é absoluta, é irrevogável. Todos nós somos sensíveis à verdade. Pois ela e justa e primordial, para termos um norte, uma orientação e um caminho a seguir.

Porém muitas pessoas se dizem donas da verdade, o que é impróprio, pois esta deixa de ser verdade e se torna mentira, pois é manipulada de modo a defender que se apropriam dela ou contestar aqueles que se opõem a seus interesses. Cortam-se termos, mutilam-na, tornando-as meias-verdades. A verdade é abrangente a ponto de se não se ater a uma palavra ou uma frase, mas ser profunda e abrangente como uma biblioteca de livros.

A interpretação da verdade é algo absoluto. Pois o que faz a uma proposição ser crível ou aceitável é à base de conhecimento e sabedoria de quem a analisa. Neste aspecto, o debate se faz necessário para que das conclusões obtidas, se tenha uma verdade.Mas por mais que uma proposição seja discutida, sempre haverá uma opinião dissonante. Assim, nunca teríamos de fato a verdade, pois esta é absoluta. O que temos de fato são idéias que são críveis e aceitas pela maioria das pessoas, o que podemos convencionar que são verdades.

Todos nós temos uma base de conhecimento e sabedoria. Ora obtida de forma testemunhal ou experimental, nosso conhecimento está intimamente ligado ao universo que nos rodeia. Isto nos faz seres sapientes e que exercitam permanentemente o ato de aprender.

Não podemos julgar uma verdade absoluta. Pois o universo que um indivíduo obteve difere do universo de outro. Assim temos um impasse. Pois um consenso de verdade sempre será contestado por uma voz dissonante, e isto faz com que inexista a verdade.

Este consenso somente existirá quando o exercício de aprender deixe de ser uma ação incremental, para uma ação racional de avaliação, crítica, substituição de valores incompatíveis com normas até então aceitas, para ceder lugar a novos valores universais e que permitam a aceitação de todos. O grande impasse desta nova verdade são os donos nas velhas verdades que já não servem a uma sociedade tão plural e tão heterogenia. É preciso consolidar novos valores e princípios que atendam aos requisitos de respeito ao próximo e suas individualidades, harmonia, respeito à vida e à sociedade. E isto é um choque para diversos grupos hegemônicos, pois fomenta o estabelecimento de uma nova ordem auto-gestora, onde os Homens seriam livres e não dependeriam de Hierarquias para que sejam definidos seus papéis na sociedade. Isto reduziria a concentração de poder e influência e permitiria uma redução de conflitos, pois o poder seria igual para todos. É evidente que a figura do líder ainda existiria, mas como um mediador, cuja função é mostrar um conjunto de caminhos viáveis a seguir.

Assim, chegamos à conclusão de que a verdade é fruto do diálogo franco e aberto, criador de valores universais e excluído de valores que atendam a interesses de alguns, privilegiando e segregando pessoas. Pois a verdade, reitero, é universal e irrevogável.

Segundo Turno

O Crítico

O assunto de hoje tem a ver com uma discussão que levantei no Twitter (http://twitter.com/#!/kazzttor/status/26485286837) em 05/10 e acabou se estendendo à minha página no Facebook (http://www.facebook.com/kazzttor) por conta de um comentário que fiz sobre a bancada religiosa no Congresso Nacional Brasileiro. O debate saltou de uma rede social para outra, pois há uma sincronização entre as duas redes. Fui duramente criticado por alguns amigos, frente ao meu comentário, pois estes seguem suas religiões e de fato, consideraram o que comentei uma injúria. Eu considero as críticas totalmente enriquecedoras, pois propiciam um debate franco, aberto e permite a todos compreender todos os pontos de vista abordados, os prós e os contras de bancadas que defendem interesses de grupos no Congresso. Criticaria da mesma forma, a bancada das armas, a ruralista, a evangélica, a da bola e tantas outras que tornam nosso congresso uma fogueira de vaidades em vez de promover um país justo, que respeite a todas as etnias, todas as crenças, todas as opções sexuais, em suma, todo o povo brasileiro.

Não devemos, entretanto, observar a situação somente com seu embasamento sócio-ideológico, marginalizando aqueles que não seguem sua doutrina ou sua filosofia de vida. Uma visão humanista e mais ampla se faz necessária. O enfoque a ser abordado não é o que essas bancadas agregaram ou desagregaram, mas sim, que um parlamentar foi eleito para governar e criar leis que atendam aos anseios de toda a população, sem distinção de raça, credo, classe social ou orientação sexual. Precisamos rever nossos conceitos (inclusive os meus) e ver a situação como um todo e não apenas sob um ponto de vista apenas.

Uma das questões que estão em discussão nesses dias é sobre o aborto. Sob o ponto de vista humanista, uma pessoa tem o direito de fazer o que bem entender, inclusive de interromper uma gravidez indesejada, desde que este ato não desrespeite os valores fundamentais como o respeito ao próximo e à vida. Isto se as circunstâncias dadas sobre o ocorrido fossem de fato, inevitáveis. Mas há uma incoerência neste livre arbítrio, se esta ação se decorrer de um ato anterior cometido de forma irresponsável. Sabemos que há uma corrente feminista que defende a legalização do aborto, mas não concordo com ela, pois além de radical, infringe ao direito universal da vida. O mundo é sexista o qual se opõe a uma sociedade, como a nossa, que é moralista e hipócrita, o qual vê um movimento mais liberal como uma ameaça “à moral e aos bons costumes”. A minha oposição ao aborto (eu já fui a favor) se dá porque há métodos contraceptivos muito eficientes e que uma gravidez indesejada ocorre mais por falha das pessoas envolvidas do que um simples equívoco ou acidente. Pois existe informação, existe incentivo à prevenção, mas o moralismo e o pudor existentes são entraves que tornam essa falha freqüente. Este é apenas um exemplo de uma opinião que poderia ser contestada, não com argumentos sólidos e abrangentes, mas com argumentos baseados em aspectos morais e religiosos.

Não critico a religião em si. Todos precisam crer para seguir adiante. Mas é preciso ver que foi o homem, e não as divindades, quem estabeleceram seus parâmetros, suas regras, e que estas foram criadas de acordo com um panorama social e histórico. Porém, estes panoramas mudam de acordo com os tempos de acordo com as necessidades que o Homem almeja, e os recursos que ele dispõe e obteve com a sua evolução tecnológica e social. Sabemos que os parâmetros elementares estão em seus livros fundamentais (Bíblia para os Cristãos, Cabala para os Judeus, Alcorão para os Muçulmanos, etc.) que não devem ser descartados, pois seus registros históricos denotam uma tradição que deve ser mantida. Mas a interpretação destas palavras não deve ser literal, pois alguns dos conceitos abordados naqueles tempos não são compatíveis com a atualidade e também com os princípios primordiais de conduta ética e respeito aos seus semelhantes. A interpretação destas palavras deve ser transposta aos novos tempos, mantendo a essência de seus ensinamentos.

É preciso conscientizar as pessoas sobre o mal de viver de forma irresponsável, assim como de defender radicalmente sua ideologia de forma a impor seus conceitos sobre opiniões dissonantes. Respeitar o pensamento alheio é também respeitar o próximo e viver em harmonia com ele.

Sou cristão e a história de Cristo é fascinante. Pois ele fez como muitos que hoje são massacrados por pensar diferente. Ele mostrou um novo caminho, mostrou que é sim, possível, respeitar as diferenças, que é possível ver o próximo como irmão, mesmo pensando e agindo de forma diferente do que ele pregava. E foi cativando a todos, pois acolheu os excluídos.

Assim, concluo este texto solicitando a todos que se desarmem do pudor, da indiferença, das doutrinas que nos impedem de debater temas polêmicos, para o prol de todos e não para impor uma doutrina que nem todos seguem.

Por Que Cada Governo Quer Resolver Os Problemas A Seu Modo?

Neste final de semana, li no jornal “Folha de São Paulo”, em sua edição online que o governo do estado de São Paulo estaria boicotando programas de saúde do governo federal. Os programas SAMU e UPA não possuem participação do governo estadual, onde o governo federal e o município arcam meio a meio os recursos de funcionamento. Por outro lado, o governo do estado tem o programa AME que de certa forma, é redundante, pois possui características similares a das UPA’s, exceto por se tratar de uma clínica de especialidades. Essa situação possui uma explicação clara: uma política narcisista e egoísta.

Ninguém quer dar o braço a torcer. O principal problema é que mesmo sendo uma solução boa e adequada, pode sofrer um absurdo boicote, simplesmente porque, o governo é de oposição. Por outro lado, é preciso se não for possível implantar uma solução nacional, auxiliar e apoiar soluções locais. Mas o boicote partiu do governo estadual paulista, que além de não apoiar a implantação de programas federais de saúde, não aceitou o repasse de verbas proposto pelo governo federal para estes programas.

Não se deve resolver a seu modo, os problemas da população. É preciso um esforço sinérgico de todas as esferas governamentais para que a saúde da população receba o tratamento adequadamente digno, e para todos.


Se gostou do texto, divulgue a seus amigos e participe da campanha Reage, São Paulo, escrevendo a hashtag #reageSP em suas mensagens no Twitter, contra 16 anos de inércia e desrespeito dos governos tucanos em SP.

Educação: Um Descaso Em Sp

Uma notícia me estarreceu bastante, esta manhã. Quase a metade dos professores que ministram aulas nas escolas públicas de São Paulo são temporários. Isto é um fato gravíssimo, que denota o descaso do governo do estado na educação do povo paulista.

Você que já se formou ou está na faculdade me pergunta o que temos a ver com isso. O fato de muitos professores serem temporários acabam por aumentar e muito, a rotatividade do corpo docente nas escolas estaduais. Acaba-se criando uma situação de incerteza. De um lado, professores que não recebem a confiança do estado vão procurar outras oportunidades e acabam por sair de suas turmas, e por outro, os alunos acabam sofrendo com a troca constante de professores, pois cada professor possui sua própria metodologia de ensino e isto provoca estresse, atritos, descontentamento e até mesmo a evasão escolar. Este não é o único problema da educação em SP. Muitas das escolas estão em péssimo estado de conservação, pondo em risco a saúde e a segurança dos alunos. Os professores não recebem uma remuneração condizente à importância de sua função, sendo que muitos tem de trabalhar em duas ou mais escolas para compor a renda, sem contar que isto tira-lhes o tempo necessário para preparar suas aulas, além de se atualizar, com cursos de mestrado e doutorado. É um absurdo um oficial de justiça, que desempenha uma função burocrática, ganhar mais do que um professor. Acrescente que a métrica de avaliação dos alunos é inadequada, o material e as metodologias de ensino estão obsoletas e que a mentalidade do jovem é altamente influenciada pela mídia. Tudo isso culmina em um estado crítico, com uma queda acentudada da qualidade de nossa força de trabalho, devido a uma escolaridade deficitária de conteúdo e baixa qualificação. A educação, ou melhor, a transmissão de cultura e conhecimento a crianças e jovens é de fundamental importância para dar sustentação ao estado e garantir desenvolvimento a longo prazo. Uma educação com qualidade deficitária causa um impacto terrível em todos os aspectos relativos ao estado. Provoca uma queda na qualidade profissional, aumenta o risco de erros causados por imperícia, reduz a capacidade inovadora e desenvolvedora e acaba por aumentar a segregação social, culminando com o aumento do desemprego e da criminalidade.

Segundo o governo do estado, já foi realizado um concurso público para o preenchimento de 10.000 vagas de professor, e que estes estão sendo capacitados para começar a exercer suas atividades pedagógicas, ano que vem. Porém nota-se uma política no mínimo insipiente de um governo que está em uma hegemonia de 16 anos e que somente governa de fato em 4: os últimos anos de seus mandatos.

Por isso preste bem atenção, cidadão paulista, ao votar nesta eleição. Porque aquele jovem que está recebendo uma educação ruim hoje, pode ser o seu filho, ou ainda poderá ser seu empregado, colega de trabalho, ou, na pior das hipóteses, aquele que estará assaltando você ou sua residência ou tirando sua vida ou de um parente seu. Vamos reagir São Paulo?


Se gostou do texto, divulgue a seus amigos e participe da campanha Reage, São Paulo, escrevendo a hashtag #reageSP em suas mensagens no Twitter, contra 16 anos de inércia e desrespeito dos governos tucanos em SP.

Depoimento

Desmotivado, cansado, doente, triste. Vivo em um estado permanente e inércia e frustração, vendo tudo cinzento, mesmo em um convidativo e vívido dia ensolarado. Posso externar sorrisos, mas estes são superficiais. Seria com se estivesse confinado dentro de uma prisão de segurança máxima, esperando a morte ou a liberdade. Tenho a lívida sensação de de impotência, de incapacidade de reagir a a uma situação que aos poucos me aniquila, envenenando-me aos poucos. Estou entregue aos ímpios, invisíveis e que residem em minha mente me rebaixando ao nível de um maldito carrasco. A pior coisa da vida é ver a vida passar e não ter forças para fazer esta ter sentido, valer de fato a pena. Não entendo porque isso me acontece. Talvez porque me dei conta que o tempo passou e fiquei. Talvez seja o momento de mudar, de transformar o segundo num momento de inspiração, que é o que me falta. Estou olhando para trás e vejo que o meu passado me prende a meu presente e cerceam meu futuro. Tento esquecer o ontem, mas este se tornou hábito. Antes eu olhava cabisbaixo, passei a olhar de cabeça erguida e agora estou cabisbaixo outra vez. Agora é hora de tomar partido, erguer a cabeça e ir em frente.

Brasil: Um País Vítma De Seu Passado

Estamos em 2010. Com 510 anos de história, o Brasil vive hoje um período de crise institucional e social. Não existe uma identidade nacional neste país. Temos uma mesma língua, mas não temos um sentimento de orgulho, nem mesmo um desejo de reverter um quadro perverso e expúrio ao qual estamos subjugados. Mas nossa história ajuda a explicar nossa situação atual.

A história retratada de nosso país é transmitida, registrada e ensinada nas escolas de forma deturpada. Pois o ponto de vista da história é sempre o da classe dominante na época. Assim atos heroicos vindos de classes dominadas sempre são retratados de forma incompleta ou caricata. Isto faz com que tenhamos a aberração histórica de sermos um país sem heróis e sem memória. Sem uma herança histórico-cultural forte, estamos fadados a não ter parâmetros culturais e políticos que nos impelem a um engajamento político-ideológico capaz de tornar o povo brasileiro, um agente ativo. Assim, chegamos a triste constatação, que poucos personagens históricos nos servem de inspiração para o nosso presente. Em alguns períodos da história recente do país, porém, o povo brasileiro ensaiou movimentos populares, que se tivessem uma organização e força maior, culminariam em uma revolução popular comparável até a revolução francesa, não pelo contexto histórico, mas pelo ato vitorioso de um povo. Porém, percebeu-se que a arquitetura institucionalizada do Estado é corrupta e falida, e precisa ser completamente revisada, mesmo que interesses escusos de alguns parasitas de nossa sociedade, que infelizmente estão no poder, trabalhem contra isto. O poder destes, aliado a seu domínio sobre os meios de comunicação produzem uma cultura conformista, individualista e consumista, causando um estado de paralisia e marginalização política.

Se o passado pouco nos inspira, de onde devemos buscar fontes de inspiração e motivação para mudar este país? No futuro. O futuro do Brasil é muito promissor, mas para que este se concretize é preciso agir. Não uma ação pelega e torpe de grupos que jogam o jogam migalhas ao povo em troca de poder e riqueza de forma ilícita. É preciso uma ação reacionária e revolucionária, porém pacífica, que semeie entre nós o desejo de mudança e a atitude para que esta mudança, de fato, aconteça.

Educação E Formação De Massa Intelectual

A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de um país. Não apenas provendo troca de conhecimento e informação, a educação possibilita a criação do senso crítico, através da reflexão e da discussão de ideias.

Ideias são energia motriz de ações, que por conseguinte, faz com que a sociedade mantenha o dinamismo de ações, para benefício de todos.

Porém o que vemos hoje nas escolas brasileiras, é reflexo de um complô promovido para fazer do povo uma massa de manobra de políticos inescrupulosos. O elemento principal de formação educacional, o professor, é mal-remunerado, mal-preparado e não dispõe de recursos didáticos para transmitir conhecimento aos alunos, que também sofrem com isso, pois a falta de motivação do professor, implica em uma aula de qualidade ruim, levando a uma formação intelectual-cultural deficitária.

O fato é que o conteúdo ministrado nas escolas, nada mais é do que uma forma didática e ilustrada da realidade que nos rodeia. Porém os métodos de ensino aplicados, por serem metódicos e antiquados, provocam ao aluno uma rejeição ao conteúdo, por não se identicar com ele.

A questão da educação é primordial para o desenvolvimento sociocultural e econômico, pois permite através do desenvolvimento intelectual, pessoas com senso crítico mais apurado, além de exercer sua cidadania, como também permite uma capacitação profissional com uma qualificação adequada. Isto ajuda a produzir valor e qualidade a produtos e serviços e conduz o país a um grau de progresso e desenvolvimento elevados. É importante salientar que o papel do Estado neste processo é primordial. Atuando como mecenas, catalizando recursos e promovendo ações estruturais e de investimento, é possível promover um desenvolvimento educacional progressivo e sustentável que sirva de pilar para o desenvolvimento pleno de nosso país.

Competir é Saudável

“Temos de destruir a concorrência!” – diria um gestor tradicional. Mas mal sabe este, que ele e suas doutrinas, até então tratadas como lei, são língua morta para os novos tempos. Tempos estes em que a concorrência, antes rivalizada, passou a ser solidária.

Um dos reflexos desses tempos são as cada vez mais frequentes fusões e aquisições de empresas, muitas delas, concorrentes em um mesmo setor. Tudo isso teve início no Japão do pós guerra, quando a cultura produtiva implantada pelo governo japonês, propiciou uma mudança na postura das empresas que acabaram se unindo e trocando experiências, criando uma cultura de inteligência competitiva e aperfeiçoamento de seus produtos. O modelo foi bem-sucedido e propiciou um crescimento rápido e vigoroso da indústria japonesa e serviu de modelo para o empresariado mundial. Apenas citei este fato como exemplo positivo. Por outro lado, uma concorrência desleal pode levar a ruína de toda uma categoria. A crise americana do setor de subprime, é um exemplo negativo da concorrência, pois para angariar clientes e vencer a concorrência, valeu-se de tudo, e como os negócios não vingaram, o resultado foi desastroso para o mercado e trouxe reflexos para a economia americana.

Quando uma empresa se destaca mais do que as demais, corremos o risco de o mercado se estagnar, pois não há nenhum parâmetro comparativo. Foi o que aconteceu com a indústria soviética com os planos trienais. A indústria de lá não tinha parâmetro competitivo, o que fez com que esta não aperfeiçoasse seus processos produtivos, nem seus produtos, que se tornaram obsoletos, o que evidenciou o fracasso do sistema comunista de economia planejada.

Em todas as áreas onde existe a competição, a deslealdade competitiva provoca o enfraquecimento desta área. Tanto pela polarização de domínio como pelo impedimento a inovação, uma concorrência desleal, conduz um conjunto de organismos que disputam um mesmo segmento a desumanizar e reduzir sua capacidade de sucesso. Ver alguma organização em crise sem a solidariedade da concorrência é um mal que precisa ser eliminado da cultura empresarial. Assim, como uma célula doente pode contaminar outras, uma organização doente pode levar a ruína suas concorrentes. Até mesmo no futebol, quando um ou mais clubes atravessam uma crise, o futebol daquela região apresenta uma queda de qualidade.

Conclui-se que a competição, de forma saudável permite um desenvolvimento das atividades de um setor como um todo, levando progresso a todos.

Essa Gente

De minha janela, eu olho para uma gente. Uma gente sem rumo, sem propósito, sem razão. Quando olho para essa gente, vejo o passado. Um passado inoportuno, formado pela soma de males que castigam essa gente, e esta não percebe, pois de tamanho castigo, esta já não sente os golpes nela desferidos. Não percebe que foi conduzida e manipulada a viver sem rumo, sem razão, sem futuro. Um futuro que mira coisas e não estados, que mira posses e não poderes, que mira uma vida medíocre a viver plenamente com a consciência de mudar para melhor o universo que o rodeia. Agem de forma inconsequente, e até mesmo criminosa, por não acreditar que podem fazer a diferença. Vive para ser igual, vive para ser malandro, vive numa estranha utopia, de que agindo de forma predadora e perversa pode alcançar a redenção entre seus iguais. Gente pobre e tola. Não sabe que esta cultura de destruição o levará à ruina. Ruina esta que corrompe famílias, destroi vidas, constroi discordia e semeia a morte. Morte que mata a cada dia nossa juventude, morte que faz com que pais tenham que chorar a morte de seus filhos, e não o contrário. Morte que apaga sorrisos, que elimina possibilidades, que propicia derrotas antes que se iniciem as pelejas.

Quando olho para essa gente, me dá vontade de chorar. Chorar a amargura de não ver neles exemplos de humanidade, exemplos de vidas que geram vidas, de almas que iluminam o que está ao seu redor. Choro com raiva e revolta, pois seus filhos os terão como exemplo e compartilharão dos mesmos erros.

Essa gente não é culpada da sina que tem. Não merece ser castigada por tal destino. Os culpados foram outros, que impiedosamente foram egoistas e não ofereceram uma alternativa para que esta gente possa prosperar. Essa gente me traz pena, pois a sua revolta pode matar os justos e tornar esta terra um lugar sem lei, sem ordem, nem progresso, onde quem manda corrompe, e quem obedece, não obedece.

E assim, todas as noites rezo em silêncio, não para que esta gente me ataque, mas que se defenda de todo esse mal. Amem.

Políticos, Por Felipe Neto

Há cerca de uma semana, eu havia falado sobre a juventude e hoje pude conferir o vídeo enviado de Felipe Neto sobre políticos ao Youtube. A minha reação não poderia ter sido outra senão encantamento. Desde 1992, quando Lindberg Farias, então presidente da UNE, falava sobre o impeachment de Collor, uma declaração de um jovem trouxe tanta repercussão. Tudo o que foi dito pelo jovem ator condiz com meu ponto de vista e cutucou a ferida mais aberta em nossa sociedade desde o fim da ditadura militar, em 1985: o conformismo. De lá pra cá, apenas um movimento popular teve tal repercussão: o impeachment de Collor, em 1992. De resto, vimos à passividade de um povo e de várias gerações que assistiam perplexas a sucessões de escândalos de corrupção, sem reagir a isto.

Somos vítimas de um sistema político, o qual poder executivo e legislativo possui poderes iguais. Assim, mesmo que tenhamos um presidente popular, se não houver apoio no congresso, não terá condições de governar a não ser por mazelas baseadas no fisiologismo e no casamento de interesses. De fato o governo Lula trouxe muitos avanços, mas teve que jogar o jogo político das heranças da velha e canalha política nacional, da mesma forma que FHC teve de fazer, há oito anos. E são os deputados que legislam, muitas vezes em causa própria. Sabemos quem são os partidos inimigos do Brasil: o DEM e o PMDB, heranças políticas do regime militar. Hora ou outra, estampam suas caras em escândalos, muitas vezes ocultadas pela mídia, já que muitos deles são donos de jornais e emissoras de rádio e televisão. Vivemos num panorama sombrio, de manipulação por parte da mídia, e educação deficitária. Sinto-me impotente na faculdade diante de uma aula de cálculo, pois no ensino médio, quando estudava na Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, não tive aulas decentes de matemática, graças a uma LDB elitista implantada pelo governo FHC. Este é apenas um exemplo, pois mergulhamos, infelizmente, em uma geração perdida.

O basta de Felipe Neto é um alento, pois não ouvia vozes de protesto há muito tempo neste país. Ouvir um basta a esta cruel e destrutiva realidade será um primeiro passo de um movimento silencioso que ensaia seu início. Um movimento de repúdio ao status quo, e o início de uma nova realidade, realidade que o povo precisa deixar de assistir o jogo ser jogado e começar a dar as cartas.

Palavras A Dizer E Não Dizer

(artigo publicado no meu blog de causos como professor: http://professorandrearruda.wordpress.com/2010/08/14/palavras-a-dizer-e-nao-dizer/)

Bem, amigos, mais um causo para vocês. Aconteceu hoje na escola que durante uma conversa informal no intervalo das aulas, um colega emitiu uma infeliz afirmação sobre os alunos que faltaram hoje: disse que iria f*der com eles, pois iria aplicar prova. Uma das alunas, indignada, foi reclamar com a direção da escola. E com razão, pois isto não é coisa que se diga sobre seus alunos, que não podiam se defender dessas palavras, por estarem ausentes, fato semelhante ao artigo anterior, só que, desta vez, com papeis trocados.

A palavra é muito mais feroz que a ação. Pois é fácil de ser dita e torna pública a intenção, a opinião, o pensamento e a conduta de quem o diz. Mesmo em tom jocoso, a palavra revela, nas entrelinhas e no contexto, a personalidade de uma pessoa. Medir as palavras de acordo com o ambiente em que se encontra é um sinal de maturidade e de bom senso, pois muitos foram sumariamente punidos por palavras impróprias em lugares impróprios. É claro que um erro desta natureza, se cometido por ingenuidade, como foi o caso de nosso colega, não precisa mais do que uma séria reprimenda para que tenha a consciência do erro que cometeu.

É importante ter a idéia do que se diz. Palavras são palavras, mas ferem mais ferozmente do que qualquer arma. A caneta é mais forte do que a espada, disse Voltaire, e isto é uma grande verdade. Pois a verdade deve sempre ser dita, mas certas “verdades” não.

Neste episódio também vemos uma falta de compromisso e cumplicidade entre os corpos docente e discente. São freqüentes os atritos entre alunos e professores e, nas minhas aulas, convivo com isso freqüentemente. O fato de o curso ser pago não implica em que o aluno possa fazer o que quiser na aula e ainda assim, ser adulado pelo professor. O respeito deve existir e deve ser uma estrada de mão-dupla: deve ser mútuo e recíproco. Muitos jovens e alguns adultos consideram que o fator financeiro é motivo para uma relação de subserviência por parte do professor aos alunos, pois o confundem com respeito, o que é errado. Respeito não é submissão e sim compromisso.

Por fim, um conselho: guarde as palavras para si, reflite-as, e somente fale se estiver no local certo e no momento certo de dizer. Assim evita-se transtornos e constrangimentos com declarações infelizes.

O Blog Está Mudando…

Ainda há alguns bugs, que serão corrigidos. Enfim… Um novo modelo próprio para este blog. Aguarde!

Eu Acredito Na Juventude

“Vejo na TV o que eles falam sobre o jovem, não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério”
(trecho de música do Charlie Brown Jr.)

Estamos em um país que envelhece. A cada ano, nossa taxa de fecundidade diminui e nossa expectativa de vida aumenta. Isto faz com que faz com que deixamos de ser um país de crianças e passamos a ser um país de jovens e adultos. A população jovem de nosso país representa uma parcela significativa da sociedade e é uma importante fonte de trabalho, consumo e opinião que não pode ser ignorada. O jovem brasileiro tem mais anos de estudo, porém menos conteúdo devido a uma educação deficitária, é mais atento às tendências de consumo, mais interligado e diverso do que antigamente.

Mas antigamente havia algo em nossa juventude que não vejo hoje, principalmente entre os adolescentes, a atitude ideológica. Nossos jovens eram muito mais engajados politicamente do que hoje. Mas isto é um reflexo dos novos tempos, em que houve um desenvolvimento econômico e social, no qual facilidades e conforto estão mais acessíveis.
A questão é que há muito a ser feito ainda. Temos ainda muitos jovens que não tem acesso à internet, por exemplo, e não podem sequer ler estas palavras. E como a qualidade da educação em nosso país decaiu muito, um quadro sombrio e temeroso ao nosso futuro se revela.

A cultura inútil que se espalhou em nossos jovens degradou os anseios de parte de nossa juventude, acrescentando o fato de que o desencanto junto à cena política nacional causou desencanto e desinteresse maior entre os jovens, o que provocou um maior individualismo e conformismo. Um reflexo disso foi a queda do número de jovens entre 16 e 18 anos que tiraram o título de eleitor para estas eleições.

Resgatar a juventude para o engajamento político é de suma importância para resgatarmos a nossa cidadania, pois estimula a participação popular e promove um ganho de qualidade na escolha de nossos representantes.

Apesar de todo o quadro negativo, nunca deixo de acreditar nesta juventude. Muitos indícios me levam a crer que haverá uma nova onda de engajamento jovem neste país: o motivo? A própria natureza do jovem de ser independente e multifacetado, o induz a uma situação de vontade de quebrar paradigmas e de agir, não sendo apenas um mero espectador, mas protagonista de nossa sociedade. O que falta é impulso e voz. O jovem precisa ter espaço para falar e impulso para agir e isto pode ser feito com uma mudança de postura tanto da sociedade em relação ao jovem, estímulo a formas de expressão positivas além de políticas públicas e privadas para o jovem. Se houver a união de todos, podemos dar voz e vez a nossos jovens, pois acredito neles.

O Imediatismo Como Inimigo Da Sociedade

Já é sabido de todos que o brasileiro tem o costume de deixar tudo para a última hora. Também sabemos que o brasileiro somente troca a fechadura quando arrombam a casa. O que estas frases comuns tem em comum? O imediatismo. Seja nas pequenas instituições como em grandes grupos, assim como em organizações públicas ou privadas, observa-se uma cultura de reação em vez de uma cultura de ação. Já viu brasileiro fazendo check-up? Somente se notou algum sintoma de alguma doença, quando em muitos casos já é crônica. O fato é que falta visão de futuro a nossa sociedade, não há o pensamento de ações de longo prazo, somente a curto prazo. Vamos observar a princípio nossas aposentadorias e nossas economias. Já pensou em juntar dinheiro para se aposentar? Ou ainda, pensou em juntar dinheiro para a faculdade de seu filho, recém-nascido? Certamente não. Não é necessária pesquisa para saber que o perfil financeiro da grande maioria dos brasileiros não é de poupador, e sim de gastador, pois não imagina se vendo daqui a 10 ou 20 anos, somente enxergam o ano ou a semana seguinte. O mesmo se vê nas empresas. Poucas delas possuem projetos de investimento a longo prazo, o que é extremamente preocupante, pois contam com o modus operandi da conjuntura atual, por considerar que é um estado permanente, o que é um erro.

Até mesmo nossa educação sofre com este revés. De fato há um avanço quantitativo na educação nacional, sobretudo na educação básica, mas não houve um avanço qualitativo. Resultado: nosso ensino médio está atravessado a pior crise de sua história.

Nas organizações vemos um quadro assustador. Por resultados, estimula-se e até assedia-se funcionários e gestores a realizar tarefas em um tempo cada vez mais curto, às vezes sem mesmo planejamento e preparo. O resultado disso são crescimentos fracos e pouco sustentáveis em desempenho e uma constante troca de comandos, por considerados insucessos, por conta de uma estúpida impaciência em ver vantagens, lucros e resultados. Este é um terreno fértil para a concorrência desleal, a falta de ética, os improvisos e atitudes espúrias que tanto emperram nossa sociedade para um avanço sustentável e duradouro.

E assim tem-se uma reação em cadeia, que está levando o Brasil rumo ao caos. E os problemas são tão graves que é preciso tempo, paciência e atitude, para transformar um patamar destrutivo, para outro, construtivo. Mas para isso ocorrer é necessária uma mudança de mentalidade e postura, que valorize as ações de longo prazo do que as reações de curto prazo. Pois apressado, come cru.